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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

CAMINHE SEMPRE
NO CAMINHO DA FELICIDADE


Sugestões para sermos felizes 


Reconhecer a dor, a aflição ou o desassossego que sofremos e quais os seus motivos; ver de onde vem, de fato, o sofrimento. Se nos sentimos mal, devemos reconhecer logo isso e identificar a origem do mal-estar. (Se dizemos estar magoados porque alguém nos tratou mal, é difícil entender porque nos castigamos como reação ao mau comportamento de outra pessoa. No fundo, deve estar escondido outro motivo, mais pessoal. Temos que encontrá-lo.)

Reconhecer que o sofrimento ou o mal-estar deve-se à nossa reação diante de um fato ou uma situação concreta, e não da realidade daquilo que está acontecendo (Se pretendemos ir à praia e chove, nossa contrariedade de não está na chuva – que é a realidade – mas na nossa, reação, porque a chuva contrariou nossos planos).

Temos o costume de pôr a culpa na realidade e não queremos reconhecer que são nossas reações programadas, que, de fato, nos contrariam. Todos temos alguns hábitos gravados na mente que se repetem de maneira automática, como uma máquina. Para certas perguntas, determinadas respostas. E acabamos agindo como robôs. A cultura grava na mente algumas leis muito rígidas, cuja única razão é que sempre se fez assim. E, com este argumento tão frágil, somos capazes de matar para defender a “honra”, a “pátria” , a “bandeira”, a “raça”, a “família”, os “bons costumes”, a “ordem”, os “ideais”, a “boa imagem”, os “interesses nacio­nais”... e uma série de outras expressões que nada encerram além de uma falta real de sentido, gravada em nossa mente como “cultura”. E o mesmo ocorre com as ideias religiosas.

O importante é ser, e não parecer. A verdade é que estamos de tal maneira mergulhados nessa programação, que agir com clareza de percepção – a partir dessa “cul­tura” – parece quase um milagre. E pior ainda se preten­demos reagir sem desgosto. É preciso despertar antes, para compreender que o que nos faz sofrer não é a vida, mas as nossas alucinações. Quando conseguirmos acordar e separar os sonhos, nós nos veremos face a face com a liberdade e com a verdadeira felicidade.

O Certo é que a dor existe porque rejeitamos a ideia de que a única coisa importante é o amor, a felicidade, o prazer. Quando não somos capazes de encontrar o caminho livre para esse amor-felicidade que somos, deparamo-nos com a dor, que nada tem de concreto nem substancial por si mesma, a não ser a ausência de percepção do amor-felicidade. É como a escuridão, que não existe em si, mas é apenas resultado da menor percepção da luz.

Em si mesma a vida é satisfação pura, e nós somos amor-felicidade como substância e potencial a serem desenvolvidos. Apenas os obstáculos da mente nos impedem de desfrutar plenamente esse potencial. São as nossas resistências, im­postas pela programação a que estamos sujeitos, que nos impedem de ser felizes. Se não tropeçássemos nas resistên­cias, onde estaria a dor? Haveria uma harmonia completa em nós, semelhante à que existe na natureza. A mera observação de tudo isso já representa um passo no sentido do despertar. Tudo depende de nossa reação, e esta, por sua vez, depende da nossa programação. Sendo capazes de observar e compreender isso, já teremos dado um grande passo.
 

Antony de Mello, trecho do livro Auto Libertação
https://casadocontentamento.wordpress.com
 

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