Translate

sexta-feira, 6 de maio de 2016

VÁ ALÉM DO SOCIAL,
TORNE-SE UNIVERSAL

Três palavras têm de ser compreendidas: o coletivo, o individual e o universal. O indivíduo está no meio, o coletivo está abaixo do indivíduo, e o universal está acima do indivíduo. Se o indivíduo se torna parte da coletividade ele perde algo, ele não mais está consciente como estava antes, ele não mais está alerta. Eis porque numa multidão você não é mais tão responsável quanto era quando estava sozinho.

Uma multidão pode cometer grandes pecados. Numa multidão você não sente responsabilidade. O coletivo é mais baixo do que o indivíduo – todos os grande pecados da história podem ser atribuídos ao coletivo. O indivíduo é muito melhor do que o coletivo.

Em uma multidão você se torna mais baixo do que comumente é. Em uma multidão, você se torna mais servil, se torna mais baixo: você fica mais animal do que humano. 

O coletivo é animal, o indivíduo é humano e o universal é divino. Quando uma pessoa entra na meditação ela não se torna parte do coletivo, ela se torna dissolvida no universal que é um ponto mais alto do que o próprio indivíduo.

Mas os políticos sempre falam do coletivo. Eles estão sempre interessados em mudar a sociedade – porque, ao mudar a sociedade, ao fazer esforços para mudar a sociedade e a sua estrutura, e mais isso e mais aquilo... eles se tornam poderosos. 
 
A sociedade nunca foi mudada. Ela permanece a mesma – a mesma coisa corrompida. E ela permanecerá a mesma, a menos que seja compreendido que toda consciência acontece no indivíduo. E, quando acontece, o indivíduo torna-se universal. Se acontecer a muitos indivíduos, então, a sociedade muda – mas não como uma coisa social, não coletivamente.

Deixe-me explicar isso. Há quinhentas pessoas aqui. Elas não podem ser transformados como uma unidade coletiva, não há meios. Não podem tornar-se divinos como uma unidade coletiva, não há meio. Suas almas são individuais, suas consciências são individuais.

Mas, se dessas quinhentas pessoas, trezentas forem transformadas, então, toda a coletividade terá uma nova qualidade. Mas essas trezentas pessoas passarão por mudanças individuais, por mutações individuais. Então, o coletivo terá uma consciência mais alta, porque essas trezentas pessoas estão jorrando suas consciências no coletivo, elas estão presentes. 

Quando um homem se torna um buda, toda a existência torna-se um pouco mais acordada – apenas por sua presença. Mesmo que ele seja uma gota no oceano, então também, o oceano, pelo menos no que tange a uma gota, está mais alerta, mais consciente. 

Quando essa gota desaparece no oceano, ela eleva a qualidade do oceano. Cada indivíduo ao ser transformado muda a sociedade. 

Quando muitos, muitos indivíduos são transformados, a sociedade muda. Esse é único meio de mudá-la, não o contrário. Você não pode mudar a sociedade. Se você quiser mudar a sociedade diretamente, seu esforço é político.

Quando você começa a ficar religiosamente poderoso, quando você começa a conduzir muitas pessoas, quando você se torna um líder, então, grandes ideias começam a acontecer na mente. E daí
a mente diz que “agora, toda a humanidade pode ser mudada”, “agora podemos planejar uma grande mudança de toda a humanidade”. Então, a avareza cresce, a ambição cresce, o ego espera. Isso tem acontecido sempre e isso acontecerá sempre. Cuidado com isso.

Nunca se torne uma vítima da ideia do coletivo; o coletivo é mais baixo do que você. Você tem de se tornar universal. 

O universal não é social, o universal é existencial. Você tem de se sintonizar com o todo da existência, tem de se deixar ligar à dança do universo – não ao social, não a pequenas comunidades ou seitas, não a cristãos e hindus e muçulmanos, não à terra, ao Oriente, não ao Ocidente, não a este século. 
 
Você tem de se ligar ao Todo, a toda a Existência.

 
 
Osho
 
 
 
 
Ir além da coletividade requer uma vontade com grande poder, o poder do rebelde, aquele ser que compreendeu toda a transitoriedade, toda a ilusão que grande parte da humanidade vive, presa à velhos padrões de condicionamentos, repetindo e seguindo comandos preestabelecidos...  é como um vício, e o vício cega, corrompe o discernimento. Para dar o grande salto em direção ao Todo é necessário libertar-se de toda a bagagem adquirida, despojá-la, despir-se diante do Universo para poder integrar-se à Existência, nu, puro, inocente como uma criança! Necessitamos, já, agora, dar esse grande salto! É a única coisa que podemos fazer pela humanidade. KyraKally

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário