A MOTIVAÇÃO CORRETA
Só Uma Intenção Firme e
Elevada Conduz à Sabedoria Universal
“Nunca
irei buscar nem aceitarei uma salvação particular ou individual; jamais
entrarei isoladamente na paz da libertação final, mas sempre e em todo
lugar viverei e me esforçarei pela libertação de todos os seres no mundo
inteiro.”
Este antigo compromisso “contém a ideia da motivação mais elevada que um ser humano pode ter.” [1]
Uma
intenção deste tipo deve dominar cada pensamento e ação - e deve ser a
principal força orientadora ao longo da vida -, se alguém quiser
alcançar “a paz que ultrapassa o entendimento humano.”
Há muitos séculos a busca da salvação individual tem sido considerada como o dever de todo bom cristão. “O que é que eu devo fazer para ser salvo? Quero ser salvo seja qual for o destino do meu irmão”. Este tem sido, e ainda é, o ponto de vista adotado pelos seres humanos em geral.
Aos
olhos do cidadão comum, a sua própria individualidade parece tão
importante que não é difícil compreender por que os seus valores éticos
ficaram tão confusos. Ele realmente acredita que quanto mais alto
chegar, no mundo material, mais próximo estará da salvação final!
O
fator que governa a existência diária é a busca de vantagens pessoais.
Digamos que um indivíduo acumula uma grande riqueza. Ele concentra todo o
seu interesse e sua atenção nesta meta durante a maior parte da sua
vida, e tudo o que não traz ganho pessoal é descartado. Mas estes
tesouros não podem comprar a sua passagem para a felicidade eterna,
porque ao longo do caminho para a riqueza material ficou registrado o
sacrifício dos que contribuíram, de um modo ou de outro, para que ele
obtivesse suas vantagens pessoais.
“É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um homem rico entrar no reino dos céus”, disse Jesus.
Por que Ele fez esta afirmação?
Porque
sabia que a motivação daquele que luta por um ganho individual está
inteiramente fora de sintonia com o Reino dos Céus, se entendermos “Céu”
como o lugar mais alto, o lugar do “conhecimento total”.
Ser
“rico” não se aplica apenas à acumulação de riqueza monetária, mas
também à luta pela posse de qualquer coisa material. Assim, um homem
pode ser rico em egoísmo e não ter dinheiro; pode levar uma vida de
desobediência às leis da natureza e não possuir dinheiro. Ele pode
passar a vida buscando obter posições de destaque na política ou na
sociedade, e querendo alcançar a aprovação do mundo ao seu redor; mas só
ele saberá dizer com que motivação trilhou o caminho da vida.
A
teosofia ensina que as posses materiais e as vitórias no mundo são
apenas obstáculos ao progresso espiritual se não forem usadas com
sabedoria. Aquele que obtém vitórias materiais deve manter total
desapego em relação a elas, de modo que quando chegar a hora da renúncia
possa deixá-las de lado sem reservas e sem lamentações.
O antigo Compromisso exige a disposição de renunciar incondicionalmente a todos
os tesouros do eu e da personalidade. A auto-renúncia é uma conquista
difícil porque o eu está na fonte de cada ação e todos devemos agir.
Como, então, podemos agir com uma motivação correta?
A intenção certa exige que façamos o nosso dever
com um coração que não se preocupa em relação a resultados, mas fica
satisfeito pelo fato de fazer a vontade do Senhor interno, o eu
superior.
Os estudantes de teosofia sabem que todo esforço feito desta maneira é um passo dado na direção certa.
Nosso
progresso talvez seja lento e pode necessitar grande número de
encarnações, mas aprendemos alguma coisa de cada experiência, e podemos
destilar as amarguras e sofrimentos da vida, obtendo a partir deles um bálsamo que cura a alma.
A
compreensão dos princípios básicos da existência, e o conhecimento do
Ser Uno que é “a essência de todas as criaturas”, surgem como uma luz
que brilha na escuridão e indica o caminho para aqueles que buscam.
John Garrigues
NOTA:
[1] Este é
o “Compromisso de Kwan Yin”. Ver “Notes on Bhagavad Gita” (“Notas sobre
o Bhagavad Gita”), Theosophy Company, Los Angeles, 237 pp., 1986, p.
152. O compromisso também é citado na obra “The Friendly Philosopher”, de Robert Crosbie, Theosophy Company, 1945, p. 357. (C. C. A.)
Fonte: filosofiaesoterica.com
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