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sábado, 14 de maio de 2016

MUITOS BUSCAM POR CONSOLO
E NÃO PELA VERDADE

Quando se sentem incompletos, sentem-se vazios, e desse sentimento de vazio surge o sofrimento; devido a essa incompletude vocês criam padrões, ideias, para sustentá-los no vosso vazio, e estabelecem esses padrões e ideais como sendo a vossa autoridade externa. Qual é a causa interior da autoridade externa que criam para si mesmos? Primeiro, sentem-se incompletos e sofrem por causa dessa incompletude. 

Enquanto não compreenderem a causa da autoridade, não passarão de uma máquina imitativa, e onde existe imitação não pode existir a preciosa realização da vida. Para compreender a causa da autoridade deverão acompanhar o processo mental e emocional que a cria. 

Em primeiro lugar sentem-se vazios e para se livrarem desse sentimento fazem um esforço; ao fazer esse esforço estão somente a criar opostos; criam uma dualidade que apenas aumenta a incompletude e o vazio. Vocês são responsáveis por autoridades externas tais como religião, política, moralidade, por autoridades tais como padrões econômicos e sociais. Devido ao vosso vazio, à vossa incompletude, criaram estes padrões externos dos quais tentam agora libertar-se. 

Evolucionando, desenvolvendo, crescendo longe deles, querem criar uma lei interna para vocês próprios. À medida que vão compreendendo os padrões externos, querem libertar-se deles e desenvolver o vosso próprio padrão interno. Este padrão interno, a que vocês chamam de “realidade espiritual”, vocês identificam-no como uma lei cósmica, o que significa que não criaram senão outra divisão, outra dualidade.

Portanto, primeiro criam uma lei externa, e depois procuram libertar-se dela desenvolvendo uma lei interna que identificam com o universo, com o todo. É isso o que está a acontecer. Continuam conscientes do vosso egotismo que agora identificam como uma grande ilusão, chamando-lhe cósmica. Portanto, quando dizem, “Eu obedeço à minha lei interna”, não estão senão a utilizar uma expressão para encobrir o vosso desejo de se libertarem. Para mim, o homem que esteja ligado seja a uma lei externa seja a uma interna está enclausurado numa prisão; está dominado por uma ilusão. Por isso, um homem assim não pode compreender a ação espontânea, natural e saudável.

Ora bem, porque é que criam leis internas para vocês próprios? Não será porque a luta da vida diária é tão grande, tão inarmônica, que querem libertar-se dela e a criação de uma lei interna torna-se o vosso conforto? E tornam-se escravos dessa autoridade interna, desse padrão interno, porque rejeitaram somente a imagem exterior, e criaram no seu lugar uma imagem interior à qual se escravizaram.

Por este método não alcançarão o verdadeiro discernimento, e o discernimento é completamente diferente de escolha. A escolha tem que existir onde houver dualidade. Quando a mente está incompleta e está consciente dessa incompletude tenta libertar-se dessa incompletude, e, em consequência, cria o oposto a essa incompletude. Esse oposto pode ser um padrão tanto externo como interno, e uma vez estabelecido esse padrão, julga cada ação, cada experiência por esse padrão, e vive assim num estado contínuo de escolha. A escolha nasce somente da resistência. Se não houver julgamento, não há esforço.

Portanto, para mim, toda esta ideia de fazer um esforço em direção à verdade, em direção à realidade, esta ideia de efetuar um esforço continuado, é absolutamente falsa. Enquanto estiverem incompletos experimentarão sofrimento, e por isso estarão comprometidos com a escolha, o esforço, a luta incessante por aquilo a que chamam de “conhecimento espiritual”. 

Por isso eu digo que quando a mente fica aprisionada na autoridade não pode ter compreensão verdadeira, pensamento verdadeiro. E uma vez que as mentes da maioria das pessoas estão aprisionadas na autoridade – que não é mais que uma evasão à compreensão – não poderão experimentar completamente a experiência da vida. Por esse motivo vivem uma vida dupla, uma vida de fingimento, de hipocrisia, uma vida na qual não existe nenhum momento de plenitude.


 

Krishnamurti









Veja o que Chico Xavier nos disse: "Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo escurecem meus olhos. Sou adepto da verdade, mas acho que a verdade não deve ser lançada na cara de ninguém. Jesus silenciou diante de Pilatos. Naquelas circunstâncias adiantava dizer alguma coisa? Não nos prevaleçamos da verdade para humilhar alguém. A verdade que esmaga sempre está destituída de amor, que é totalmente contrária à Lei de Cristo". Não permitimos ainda que a Vontade de Deus se manifeste em nós como um todo, não entregamos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes à causa Maior, por isso estamos sempre a buscar, uma busca sem rumo. Porém, quando começamos a ser imparciais em nossos julgamentos nossas atitudes também acompanham a luz interior, que começa a brilhar. Entretanto, é difícil uma entrega completa, não? Sempre deixamos algo reservado para nosso próprio deleite, e estes são os carrapatos que impedem a verdadeira evolução, ficam coçando e sugando a nossa energia e nem sequer percebemos! KyraKally

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