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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

NO AMOR NÃO HÁ 
O DESEJO DE SEGURANÇA

A realidade não é cognoscível pela mente, porque a mente é resultado do conhecido, do passado. A Realidade não é contínua, não é permanente, porém uma coisa que se precisa descobrir momento por momento.

Não há intermediário entre vós e a Realidade; e se o há, é um corruptor, um malfeitor, não importa quem ele seja, se o mais sublime Salvador ou vosso mais novo guru ou instrutor. Vós sois o vosso próprio mestre e o vosso próprio discípulo.

O homem existe com a só finalidade de descobrir a Realidade ou Deus. Creio numa realidade que existe de momento em momento e que, absolutamente, não se encontra na esfera do tempo. Viver não é, em si, a própria finalidade?

Deus é para ser encontrado, descoberto, não se deve crer nele. Para descobri-lo, a mente tem de estar livre tanto da crença como da descrença. Se pensais em Deus, esse Deus é a criação do vosso pensar. Deus não pode ser conhecido. Ele é totalmente desconhecido. Não pode ser experimentado.

O importante ao fazer-se uma pergunta não é achar a resposta, mas compreender o problema. Não há respostas para a vida. O que existe é o problema, e não a solução. Se conhecerdes o fundo do problema, a resposta estará lá. A pessoa que está pedindo, rogando, suplicando, ansiosa por uma orientação, achará aquilo que deseja, mas não será a verdade. O que receberá será a resposta das camadas inconscientes de sua própria mente, as quais se projetam no consciente; aquela voz tranquila e suave que lhe dá orientação, não é o real, mas tão só, a resposta do inconsciente.

Deus ou a verdade - ou como quiserdes chamá-lo - é algo que tem de ser experimentado diretamente, de momento a momento. A verdade não tem continuidade, é um estado atemporal. Não se pode procurar a verdade: ela é que vem.Nem há muitos caminhos para a verdade, nem há um só caminho; não há caminho algum. O desconhecido é a Verdade, Deus, ou como quiserdes chamá-lo.

A meditação é o libertar da mente dos seus pensamentos em todos os níveis. A meditação é o expurgo do “conhecido”. É um ato que termina a cada minuto, um ato sem continuidade. Assim, a meditação é compreender, é estar consciente do processo total da consciência e nada fazer em relação a ela. A nossa mente consciente foi condicionada para se ajustar o ambiente. Só a meditação pode libertar a mente do conhecido. Ela consiste na compreensão do processo de pensar. A meditação resulta da atenção completa. Assim, meditação é compreender, é estar cônscio do processo total da consciência, e nada fazer em relação a ele; quer dizer, morrer instantaneamente para o passado.

Concentração não é meditação, porque, quando há interesse, é relativamente fácil concentrar-nos em al­guma coisa. Um general, ao planejar a guerra, a carnificina, está muito concentrado. O homem de negócios que está amontoando dinheiro é muito concentrado, capaz mesmo de ser cruel, pondo de parte todos os outros sentimentos, para concentrar-se completamente naquilo que deseja. O homem que está interessado em qualquer coisa, está naturalmente, espontaneamente concentrado. Tal concentração não é meditação, é, apenas, exclusão.

Que é então meditação? Por certo, meditação é compreensão — o meditar do coração é compreensão. Como pode haver com­preensão, se há exclusão? Como pode haver compreensão, quando há rogo, súplica? No compreender há paz, há liberdade; uma coisa que compreendeis, dessa coisa estais liberto. O simples concentrar-se ou rezar não traz compreensão. A compreensão é a base mesma, o processo fundamental da meditação. Não precisais aceitar a garantia de minha palavra, pois basta examinardes a oração e a concentração, muito atenta e profundamente, para verdes que nenhuma das duas leva à compreensão. Levam apenas, à obstinação, a uma fixação, à ilusão. Ao contrário, a meditação, na qual há compreensão, há liberdade, clareza, integração.




Krishnamurti





"O amor é isso: não prende, não aperta não sufoca, porque quando vira nó, já deixou de ser laço". Mário Quintana está corretíssimo; prendemos tudo que pensamos amar, e criamos um cercado de nós supondo ser um jardim de flores, talvez por isso vivemos sufocados e o que supomos que nunca vai acabar, se desvanece, pois não passou de uma ilusão. Albert Einstein nos ensina a conquistar o mundo quando afirma: "Se um dia tiver de escolher entre o amor e o mundo... lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele conquistará o mundo". A mais forte de todas as afirmações: "Ainda que eu fale a linguagem dos homens e dos anjos, se não tiver amor sou como o bronze, que tange... Se não tiver amor, nada serei". (Cor. 12,1) Então, teremos que mudar tudo que nos acorrenta, tudo que nos condiciona... enfim, teremos que nascer de novo. KyraKally




 



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