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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

NÃO FOMOS COLOCADOS NO MUNDO 
PARA NOS SEPARARMOS DELE

Há um ponto de vista que rejeita a ideia de que a privação e a pobreza absoluta sejam os únicos caminhos para a espiritualidade e a substitui pela ideia de que é melhor uma vida simples e de poucas posses. 

A vida de total pobreza é normalmente inadequada e antiestética. Precisamos ter posses suficientes para conseguir eficiência na meneira de viver, bem como ter um lar bem-arrumado para viver a bela vida . Quão mais propício ao sucesso na meditação é, por exemplo, um lar bem-ordenado, um ambiente elegante e refinado, um aposento ou um local ao ar livre, sem barulho e sem pertubações! 

Mas essas coisas custam dinheiro. Por mais que o aspirante possa saturar-se nos anos de sua juventude com o desprezo idealista pelos valores mundanos, descobrirá em tempo que mesmo as coisas importantes para a sua vida espiritual interior geralmente só podem ser obtidas se ele tiver dinheiro para comprá-las. Privacidade, solidão, silêncio e tempo livre para estudo e meditação não são gratuitos e seu preço é alto .
 
Viver uma vida mais simples não é o mesmo que viver uma vida empobrecida. Nossas necessidades não têm fim, e é economia de energia espiritual reduzi-las em certos pontos. Mas isso não quer dizer que todas as coisas belas devam ser jogadas pela janela simplesmente porque não são funcionais ou indispensáveis .
 
O que os estudiosos antigos traduziram do Yoga Sutra de Patanjali como " não-aceitação de presentes " , Mahadevan traduziu como " não-possessão " . A diferença de significado é importante. A idéia é claramente a de evitar fardos que mantenham a atenção ocupada com o cuidado que lhes é dispensado .
 
O que se quer realmente dizer com renúncia do mundo? Eu lhes direi. É aquilo a que o homem chega quando confrontado com a morte certa, quando sabe que dentro de uma hora ou duas terá deixado o mundo dos vivos - quando dita seu último testamento dispondo de todos os seus bens terrenos .
 
Não é o mundo, mas sim o nosso relacionamento mental e emocional com ele que intercepta o nosso caminho, e é a esse relacionamento que devemos renunciar; e isso precisa apenas ser corrigido. Podemos permanecer exatamente onde estamos, sem fugir para um ashram ou convento, desde que façamos uma mudança interior.
 
Há certa loucura nessa ideia de que fomos colocados no mundo para nos separarmos dele!


Paul Brunton





Muitas vezes nos separamos do mundo ao buscar Deus; é essa linha divisória que devemos temer, pois, na realidade, estamos fugindo e não buscando. É aqui mesmo, nesse planeta, que fomos colocados para aprender, fazer experiências e através de relacionamentos entre nós mesmos e os demais Reinos encontrar o verdadeiro sentido da vida; utilizando os recursos que o mundo nos oferece, quer sejam materiais ou naturais com parcimônia e respeito, pois tudo o que aqui existe foi permitido pela inteligência maior que rege esse Universo. KyraKally

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