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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

EM TORNO DA PALAVRA

Mesmo que a razão esteja do teu lado, atente para a maneira com que possas estar expondo os teus argumentos.
Nunca fales de cima para baixo.

O Cristo, em muitas de seus sermões, assentava-se com o povo.
Não existe nada que te autorize, nem mesmo a Verdade, a  humilhar, pela palavra ou pela ação, seja a quem for.

Esmera-te em ganhar almas pela tua capacidade de compreendê-las, e não em perdê-las pela tua intolerância.

Procura fornecer a quem te escuta um suprimento de esperança.

A vergasta verbal costuma fazer mais estragos que a chibata nos ombros.

Metade das palavras que os homens dizem aos homens poderia ficar sem serem ditas e não faria diferença alguma. A outra metade que, por certo, é necessário dizer, deveria passar por um processo de filtragem, que lhe eliminasse o excesso de personalismo.

O timbre de tua voz, mais que a tua erudição, é que fornece, a quem te ouça, notícias seguras a respeito de tua real sabedoria.

Caras belas no púlpito podem se traduzir por horríveis caretas sonoras.

Esmera-te tu mesmo a escutar o que dizes.
Como te soam aos ouvidos as tuas próprias palavras?!

Existem palavras que transpiram suavidade, e segundas e terceiras intenções, e até, por vezes, quartas e quintas...
Sussurros interesseiros.
Pronúncias tendenciosas.
Tons sibilinos.
Palavras perfumadas artificialmente.
Envergando talhados smokings gramaticais.
Palavras vazias de alma e vida.
“Sepulcros caiados por fora e cheios de podridão por dentro...”

Para muita gente, melhor seria não dizer o que diz da maneira com que diz – a carma da mudez, nem sempre, é o carma de quem se matou, mas, sim o carma de quem matou pela palavra.

Cuidado!

O verbo é força criadora por excelência.
Assim, o que estarás criando nas palavras aos outros?!

Não escravizes mentes e corações – liberte-os!
Seja o teu falar sim, sim; não, não...  Mas, ao dizer não, nunca o digas entre sorrisos de sarcasmo, e, ao dizer sim, nunca o digas com exibição de generosidade.

Aprimora o teu espírito e a tua voz há de soar com convicção aos ouvidos alheios.

Assim como existem almas que não correspondem ao corpo que ocupam, há palavras que, por sua sonoridade, traem a si mesmas.

Coloca amor nas tuas palavras e terás um jardim em tua boca.



INÁCIO FERREIRA
 (Recordando instruções de Irmão José)
 Uberaba – MG, 14 de dezembro de 2015.





Diz um antigo provérbio que 'você terá de suportar as consequências de tudo o que disser. O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as palavras e será bem recompensado'. Emily Dickinson dá vida as palavras ao afirmar que 'a palavra morre no momento em que é proferida - dizem alguns. Eu digo que ela começa a viver naquele momento'. As palavras, no momento em que são ditas, ganham vida e vão cumprir seus objetivos, ou seja, o que lhes foi ordenado - tome o tempo quer for. Assemelham-se ao gênio da lâmpada. Então, sejamos cautelosos com elas, pois ao serem proferidas, são como setas disparadas, não há como voltar! KyraKally



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