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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A ATRAÇÃO II

O não desejo coloca-os em Vacuidade, esvazia-os do que não está no instante presente, de suas próprias emoções, de suas próprias seduções, de sua própria verdade, mais frequentemente não oriunda de suas experiências, mas unicamente de crenças e de condicionamentos.
 
A crença e o condicionamento encontram sua origem em seu passado, denominado educação ou mesmo experiências passadas de sua vida, e se traduzem por uma adesão afastando-os do instante presente.
 
O instante presente não é jamais referência em relação a uma experiência passada e ainda menos em relação a um resultado futuro.
 
O não desejo começa a aparecer paralelamente à Visão do Coração.
 
A Vacuidade permite a instalação, como o dizia SRI AUROBINDO, a descida do Supramental na cabeça e agora, desde a liberação do Sol, diretamente no Coração.
 
O Coração é um estado do Ser além da personalidade, o que quer dizer que a personalidade não permitirá jamais viver o não desejo e o Coração.
 
A personalidade não é a ferramenta que conduz ao Coração.
Ela é o obstáculo.
 
O corpo físico é o receptáculo e o templo da Luz, qualquer que seja sua ilusão, porque seu Espírito está confinado nesse Corpo como no Sol.

Silenciar a personalidade não pode se obter pelo constrangimento, porque o que se opõe, reforça.
 
É uma lei geral em meio à dualidade.
O Espírito é livre.
O Espírito é a Vacuidade.
O Espírito é a Supraconsciência.
 
A instalação do Aqui e Agora permite se aproximar do redirecionamento do eixo Atração-Visão falsificado e de substituí-lo pelo AL-OD, o Caminho, a Verdade e a Vida, o Alfa e o Ômega.
 
É uma condição prévia, permitindo, pouco a pouco ou brutalmente, fazer cessar a ilusão do Eu e de qualquer desejo.
 
Quando a Consciência está centrada no instante, integralmente, nenhum desejo, nenhuma projeção, nenhum medo pode se manifestar. Isso se denomina ‘entrar no Presente’, que é a etapa anterior à Paz e ao Samadhi.

Sair de sua Verdade é sair das personalidades múltiplas do Ser, das crenças múltiplas, dos condicionamentos múltiplos do Ser e então das verdades oriundas não da experiência, mas das crenças.
 
O instante presente não tem que fazer suas verdades, como o instante presente não tem que fazer sua personalidade. Não é jamais a personalidade que os conduzirá a viver o não desejo porque a personalidade é o corpo de desejo, denominado corpo astral e corpo mental.
 
Existe uma barreira intransponível, denominada corpo causal, aí onde se inscreve a lei de karma pertencendo à Ilusão e à Verdade desse mundo, mas certamente não do Espírito.
 
É preciso superar esses diferentes estratos ou essas diferentes camadas, que eu denomino ‘personalidades múltiplas’, para instalarem-se no Presente.
 
O Presente não é somente um estado de meditação ou de Vacuidade. A Vacuidade resulta do instante presente.
 
Não é porque vocês esvaziam seus pensamentos, suas emoções, seu passado, suas projeções no futuro que a Atração nasce. É uma primeira etapa, mas ela não é suficiente. A etapa essencial não acontece nesses estados Interiores e nesses espaços Interiores, mas acontece, definitivamente, na ‘conduta’ de sua vida exterior.

Sair da Ilusão é já não mais se mentir porque a partir do momento em que vocês não mentem mais a vocês mesmos, não podem mentir aos outros.

O que significa não se mentir?
 
Significa ver-se claramente enquanto personalidade portadora de certo número de verdades que não são a Verdade, mas que são as adesões procedentes de crenças, procedentes de feridas, procedentes de condicionamentos, procedentes, de maneira geral de seu passado.
 
Dito ainda de outra forma, vocês não são seu futuro.
 
Vocês são a ilusão desse passado, a ilusão desse futuro, dando-lhes a ilusão de suas próprias verdades.
 
Desiludir-se é ver-se claramente.
 
Os motores são: a Humildade e a Simplicidade.
 
Bem além dos comportamentos mostrados e dados a mostrar aos seus Irmãos e Irmãs, mas já no que diz respeito a vocês mesmos.
 
Aceitar ver-se sem julgamento, sem culpabilidade, com alegria e leveza porque a leveza são as primícias da Alegria.
 
A personalidade não pode conhecer qualquer alegria, ela apenas pode conhecer a satisfação de um desejo oriundo de uma projeção ou de uma crença.

A origem da Alegria autêntica denominada Samadhi consiste já em sair de suas próprias ilusões com relação às suas próprias verdades.
 
Esse é um mecanismo de transcendência da Verdade, de aceitação de que o conjunto do que vocês são não é o que vocês creem, procedente de um passado, procedente de uma pessoa, procedente de um papel, de uma função ou de um fazer.
 
É preciso, de algum modo, persuadir vocês mesmo de que vocês não são nada disso.
 
É aliviarem-se do peso de todas as crenças relativas ao que vocês são, relativas ao mundo, relativas às aparências desse mundo, para penetrar A Verdade.



A Mãe (Mira Alfassa)

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