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quinta-feira, 8 de abril de 2021

 O SILENCIO COMO CONDIÇÃO BÁSICA
PARA AÇÕES EVOLUTIVAS

Em etapas um pouco mais avançadas da busca espiritual, o ser inicia seu caminho de “apostolado”, pois até esse momento o Serviço em sua vida estava misturado com suas tendências pessoais e não era ainda uma necessidade vital para ele. No processo de transmissão do conhecimento adquirido até então, o ser encontra desinteresse e inclusive rejeição de pessoas ainda adormecidas, as quais se irritam ao ouvir falar sobre renúncia e entrega total, porque em seu sono de ilusão não podem ver muito além de algumas frestas.

O fato é que o indivíduo que se encontra um pouco mais a frente no caminho espiritual se inflama do Amor de Deus e pensa que todos estão sentindo o mesmo, ou que o ensinamento que para ele abre as portas do céu fará o mesmo com qualquer outra pessoa.

Para expandir o conhecimento, o indivíduo primeiro deve aprender o que ainda não sabe sobre o silêncio, ou seja, quando deve falar, quando se expressar e quando calar no silêncio interior, aguardando a melhor oportunidade. O ensinamento é vivo e pulsa em todo o ser, contudo, o indivíduo precisa de indicação interna todo o tempo para saber quando, onde, o que, e para quem transmiti-lo.

No mundo de inovações tecnológicas o silêncio foi sendo cada vez mais suprimido da vida de todos os seres humanos. Os aparelhos de comunicação que se alastraram como bens de primeira necessidade no mundo da ilusão são os primeiros a não permitir a pausa nem o silêncio; e todos os aparelhos e inovações que levam ao embotamento e à perversão da vida escondem dos seres a chave sagrada de acesso aos mistérios da Criação e do Desconhecido.

Aos que despertam sempre se alertou sobre as “modernidades”, não para que se parasse no tempo, mas para que houvesse discernimento no uso preciso de tais aparelhos – pois um dos motivos de sua criação foi o aprisionamento em massa em níveis astrais inferiores, levando muitos seres a viver situações infernais ainda encarnados, ignorantes de que em suas próprias casas abrem portas a essas realidades e depois têm que lidar com as consequências, sem ter instrumentos adequados por encontrarem-se ainda presos. Muitas vezes culpam a Deus por seus dramas, pois com a visão limitada não percebem suas próprias concessões e submissão a esse conjunto de circunstâncias.

É por isso que o ser já amadurecido começa a aprender que, ao entrar em contato com o mundo no qual vivia antes de iniciar o caminho de ascensão, deverá ter o silêncio como regra básica e insuperável; e contará com instrumentos poderosos como a oração, para entrar sem ser notado e levar Deus a habitar em cada novo coração que se abra.

Aprende com isso que em cada coração onde Deus faz sua Morada, um processo de despertar inicia-se e as grades da prisão pessoal de cada um que desperta começam a abrir-se, podendo ingressar pouco a pouco o Ensinamento Superior.

O indivíduo deve sempre ter em mente alguns pontos, tais como: o silêncio é mãe e pai de toda ação, pois nenhuma ação realmente evolutiva é gerada se não for precedida pelo silêncio; saber que por Lei não se dá o que não foi pedido e não se responde o que não foi perguntado; e que o Amor não afoga, o Amor redime, e que no serviço ao próximo é preciso não somente seguir a Deus, mas conviver com Ele no próprio Templo Interior.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

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