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sábado, 3 de abril de 2021

CONSIDERANDO O MEDO


Coisa alguma se te afigure apavoradora.

A vida são as experiências vitoriosas ou não, que te ensejem aquisições para o equilíbrio e a sabedoria.

Não sofras, portanto, por antecipação, nem permitas que o fantasma do medo te perturbe o discernimento ante os cometimentos úteis, ou te assuste, gerando perturbação e receio injustificado.

Quando tememos algo, deixamo-nos dominar por forças desconhecidas da personalidade, que instalam lamentáveis processos de distonia nervosa, avançando para o desarranjo mental.

Os acontecimentos são conforme ocorrem e como tal devem ser enfrentados.

O medo avulta os contornos dos fatos, tornando-os falsos e exagerando-lhes a significação.

Predispõe mal, desgasta as forças e conduz a situação prejudicial sob qualquer aspecto se considere.

O que se teme, raramente ocorre como se espera, mesmo porque as interferências Divinas sempre atenuam as dores, até quando não são solicitadas.

O medo invalida a ação benéfica da prece, esparze pessimismo, precipita em abismos.

Um fato examinado sob a constrição do medo, descaracteriza-se, um conceito soa falso, um socorro não atinge com segurança.

A pessoa com medo, agride ou foge, exagera ou se exime da iniciativa feliz, torna-se difícil de ser ajudada e contamina, muitas vezes, outras menos robustas na convicção interna, desesperando-as, também.

O medo pode ser comparado a sombra que altera e dificulta a visão real.

Necessário combatê-lo sistematicamente, continuamente.

Doenças, problemas, noticias, viagens, revoluções, o porvir não os temas.

Nunca serão conforme supões.

Uma atitude calma, ajuda a tomada de posição para qualquer ocorrência aguardada ou que surge inesperadamente.

Não são piores umas enfermidades do que outras. Todas fazem sofrer, especialmente quando se as teme e não se encoraja a recebê-las com elevada posição de confiança em Deus.

Os problemas, constituem recursos de que a vida dispõe para selecionar os valores humanos, e eleger os verdadeiros dos falsos lutadores.

As noticias trazem informes que, sejam trágicos ou lenificadores, não modificam, senão, a estrutura de uma irrealidade que se está a viver.

As viagens tem o seu final, e recear acidentes, aguardá-los, exagerar providências, certamente não impedem que o homem seja bem ou mal sucedido.

As revoluções e guerras que alcançam bons e maus, estão em relação a violência do próprio homem que, vencido pelo egoísmo, explode em agressividade, graças aos sentimentos predominantes em a sua natureza animal.

Ninguém pode prever o imprevisto ou evadir-se a necessária conjuntura cármica para o acerto com as leis superiores da evolução.

Prudência, sim, é medida acautelatória e impostergável, para se evitar danos inecessários.

Afinal, em face do medo, deve-se considerar que o pior que pode suceder a alguém, é advir a desencarnação. Se tal ocorrer, não há, ainda, porque temer, desde que morrer é viver.

O único cuidado que convém examinar, diz respeito à situação interior de cada um perante a consciência, ao próximo, à vida e a Deus.

Em face disso, ao invés de sistemático cultivo do medo, uma disposição de trabalho árduo e intimorato, confiança em Deus, afim de enfrentar bem e ultimamente toda e qualquer coisa, fato, ocorrência, desdita...

Entrega-te ao fervor do bem, expulsa d’alma as artimanhas da inferioridade espiritual. Faze luz íntima e os receios fundados baterão em retirada.

A responsabilidade dar-te-á motivos para preocupações, enquanto o medo minimizará as tuas probabilidades de êxito.

Jesus, culminando a tarefa de construir nos tíbios corações humanos a ventura e a paz, açodado pelos famanazes da loucura em ambos os lados da vida, inocente e pulcro, não temeu nem se afligiu, ensinando como deve ser a atitude de todos nós, em relação ao que nos acontece e de que necessitamos para atingir a glorificação interior.

Joanna de Ânglis, psicofrada por Divaldo Franco
http://www.caminhosluz.com.br
 
 
"Sempre que houver medo, nunca tente escapar dele. Na verdade, siga as indicações do medo. É na direção delas que você precisa se movimentar. O medo é simplesmente um desafio. Vivemos sempre com medo e é por isso que envenenamos todas as outras experiências. Nós amamos alguém, mas quando esse amor vem do medo ele é envenenado, deturpado. Buscamos a verdade, mas se essa busca é resultado do medo, então não vamos encontrá-la. A vida começa onde termina o medo. A verdadeira questão não é se existe vida após a morte. A verdadeira questão é saber se você está vivo antes da morte. Se você começar a viver o momento, o medo desaparece. O medo vem através do desejo. Então, basicamente, o desejo cria o medo". (Osho)
 

"A ânsia de se tornar causa medo; ser, conseguir, e assim depender engendra o medo. O estado do não-medo não é negação, não é o oposto de medo e nem é coragem. Compreendendo a causa do medo, há a sua interrupção, não o se tornar corajoso, pois em todo tornar-se existe a semente do medo. Depender de coisas, de pessoas, ou de ideias gera medo; a dependência vem da ignorância, da falta de autoconhecimento, da pobreza interior; o medo causa incerteza da mente-coração, impedindo a comunicação e a compreensão. Através da consciência de si, nós começamos a descobrir e então compreender a causa do medo, não só o superficial, mas os profundos medos acumulativos e casuais. O medo é tanto inato como adquirido; ele se relaciona com o passado, e para libertar o pensamento-sentimento dele, o passado deve ser compreendido através do presente. O passado está sempre querendo dar vida ao presente que se torna a memória identificada do “eu” e do “meu”. O ego é a raiz de todo medo".

J.Krisnamurti, The Book of Life 

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