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quarta-feira, 14 de abril de 2021

 JULGAMENTO

Não julgues…
Habitas num recanto mínimo desta terra.
Os teus olhos chegam
Até onde alcançam muito pouco…
Ao pouco que ouves
Acrescentas a tua própria voz.
Mantém o bem e o mal, o branco e o negro,
Cuidadosamente separados.
Em vão traças uma linha
Para estabelecer um limite.

Se houver uma melodia escondida no teu interior,
Desperta-a quando percorreres o caminho.
Na canção não há argumento,
Nem o apelo do trabalho…
A quem lhe agradar responderá,
A quem lhe agradar não ficará impassível.
Que importa que uns homens sejam bons
E outros não o sejam?
São viajantes do mesmo caminho.
Não julgues,
Ah, o tempo voa
E toda a discussão é inútil.

Olha, as flores florescem à beira do bosque,
Trazendo uma mensagem do céu,
Porque é um amigo da terra;
Com as chuvas de Julho
A erva inunda a terra de verde,
E enche a sua taça até à borda.
Esquecendo a identidade,
Enche o teu coração de simples alegria.
Viajante,
Disperso ao longo do caminho,
O tesouro amontoa-se à medida que caminhas.

 Rabindranath Tagore
 https://poesiaspreferidas.wordpress.com
 


As pessoas julgaram-no, e você deve ter aceitado as ideias delas sem nenhuma investigação. Você está sofrendo de todas as espécies de julgamento das pessoas, e você está jogando esses julgamentos nas outras pessoas. E todo esse jogo desenvolveu-se além da proporção, a humanidade inteira está sofrendo disso.

Se você quiser livra-se disso, a primeira coisa é esta: não se julgue. Aceite humildemente sua imperfeição, seus fracassos, seus erros, suas faltas. Não há nenhuma necessidade de fingir outra coisa. Seja você mesmo: “É assim mesmo que eu sou, cheio de medo. Eu não posso andar na noite escura, não posso ir lá na densa floresta.”. O que há de errado nisso? – é humano.

Uma vez que você se aceite, você será capaz de aceitar os outros, porque você terá uma clara visão interior de que eles estão sofrendo da mesma doença. E a sua aceitação deles, os ajudará a aceitarem-se.

Nós podemos reverter todo o processo: aceite-se. Isso o torna capaz de aceitar os outros. E porque alguém os aceita, eles aprendem a beleza da aceitação pela primeira vez – quanta tranquilidade se sente! – e eles começam a aceitar os outros.

Se a humanidade inteira chegar ao ponto onde todo mundo é aceito como é, quase noventa por cento da infelicidade simplesmente desaparecerá – ela não tem fundamentos – e os seus corações se abrirão por conta própria e o seu amor estará fluindo.
 
Osho
https://www.pensador.com 
 


Você nos diz para observarmos nossas ações na vida cotidiana mas qual é a entidade que decide o que observar e quando? Quem decide se a pessoa deveria observar? Krishnamurti: Você decide observar? Ou simplesmente observa? Você decide e diz, ‘Vou observar e aprender?’ Daí surge a pergunta: ‘Quem está decidindo?’ É a vontade que diz, ‘Eu devo?’ E quando falha, ela se pune mais e diz, ‘Eu devo, devo, devo; nisso há conflito; portanto o estado da mente que tem que decidir observar não é absolutamente observação. Você está andando pela rua, alguém passa por você, você observa e pode dizer a si mesmo, ‘Como ele é feio; como cheira, queria que ele não fizesse isso ou aquilo’. Você está cônscio de suas reações ao passante, está cônscio de estar julgando, condenando ou justificando; você está observando. Você não diz, ‘Não devo julgar, não devo justificar’. Estando cônscio de suas reações, não existe absolutamente decisão. Você vê alguém que o insultou ontem. Imediatamente você está pronto para a briga, fica nervoso ou ansioso, começa a não gostar; fique cônscio de seu não gostar, fique cônscio de tudo isso, não ‘decida’ estar cônscio. Observe, e nessa observação não há nem o ‘observador’ nem o ‘observado’ – existe apenas a observação acontecendo. O ‘observador’ só existe quando você acumula na observação; quando diz, ‘Ele é meu amigo porque me elogiou’, ou ‘Ele não é meu amigo porque disse alguma coisa ruim a meu respeito, ou alguma coisa verdadeira de que não gosto’. Isso é acumulação através da observação é essa acumulação é o observador. Quando você observa sem acumulação, não há julgamento. Você pode fazer isto o tempo todo; nessa observação naturalmente certas decisões definidas são resultados naturais, não decisões tomadas pelo observador que acumulou. A forma mais elevada da inteligência humana é a capacidade de observar sem julgar.
 
Jiddu Krishnamurti
http://legacy.jkrishnamurti.org

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