POR QUE VOCÊ NÃO SE RETIRA ?

(Parte II)

 

Para a maioria das pessoas o silêncio é um tédio.

Essas pessoas não suportam estar com elas mesmas.

 

Quando não têm nada pra fazer ligam pra alguém, entram na internet, ligam a televisão, enfim... Fogem delas mesmas.

 

Elas permanecem na superfície, escolhem viver na superfície – e pensam que são livres.

 

Acabam perdendo a oportunidade de se observarem, de conhecerem um pouquinho de si mesmas.

 

Mas no seu mais íntimo ser, você está totalmente só – ninguém pode entrar aí.

 

Quando você aceitar sua total solidão, você será liberdade, não haverá nenhum apego – o amor poderá fluir!

 

Realmente, apenas nesse momento o amor pode fluir, porque então o amor não é uma dependência, você não é dependente do outro.

 

Quando você depende de outra pessoa, ao mesmo tempo se sente contra ela – porque tudo que o torna dependente não pode ser seu amigo.

 

Assim os amantes brigam continuamente.

 

Quando você se torna dependente, não pode viver sem ele ou ela.

Sua liberdade é destruída, e qualquer amor que destrói a liberdade mais cedo ou mais tarde transforma-se em ódio.

 

No mais íntimo centro do seu ser você está só.

 

Quando você aceita isso, então o amor pode fluir. Então, nenhuma perturbação existe.

 

Então o amor pode ser uma liberdade.

 

Mas sua mente cria sua própria prisão.

A mente é um fechamento, a mente é uma porta fechada.

 

O ser é uma porta aberta – esta é a única diferença.

Quando a mente se abre – você é um ser.

Quando a mente se fecha – você é apenas um passado, uma memória, não uma vida.

 

Com a mente fechada, você pode olhar apenas para fora porque como olhará pra dentro?

 

A mente está fechada, a porta está fechada.

 

Com a mente aberta você pode olhar pra dentro.

E ao olhar pra dentro você é totalmente transformado.

Se você tiver um único vislumbre do interior, nunca mais será o mesmo.

 

Então, poderá caminhar, poderá olhar pra fora e andar no mundo – poderá ser um comerciante, um professor, um açougueiro – você pode ser tudo que era antes – mas a qualidade terá mudado.

 

Apenas a qualidade do ser é que muda – você pode olhar pra fora, mas nesse estado permanece dentro.

 

Os tolos podem entrar onde até os anjos têm medo.

 

Assim, se você enxergar nos monges dos mosteiros, nos sacerdotes, nos chamados renunciados, pessoas estúpidas, isso será natural.

 

Olhe nos olhos deles. Você nunca verá clareza, nunca verá a chama.

 

Eles podem fazer o que fazem muito facilmente, podem ficar de cabeça pra baixo, podem saber todos os versos da Bíblia, do Bhagavad-Gita, do Alcorão – mas nunca mudaram – a transformação nunca ocorreu.

 

O Zen diz que a mente comum é a mente Iluminada.

 

A mente comum é o paraíso. Tudo está aqui e agora.

 

Quando sua mente está aberta, pela primeira vez você se torna alerta à beleza do mundo.

 

Tudo é jovem, novo, vivo e Deus está aqui!

Se você pensa que o seu Deus está em algum outro lugar é porque ainda está ouvindo a mente, é porque ainda está ouvindo a linguagem da mente: “Em algum outro lugar! Nunca aqui!”

 

Mas ele sempre está aqui.

 

 

 

Osho