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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

GANÂNCIA

O ser humano está se sentindo insignificante, vazio, oco por dentro.
 
E no esforço para, de algum modo, preencher esse vazio surge a ganância.
 
Ganância é o esforço do homem não inteligente para tornar sua vida significativa.
 
Mas esse esforço está fadado a fracassar, pela simples razão de que, seja lá o que for que você acumule, permanece do lado de fora – não pode atingir o seu interior...
 
E ganância significa um desejo por mais, sem ver a total futilidade disso.
 
Você precisa de certa riqueza interior – riqueza exterior não vai adiantar.
 
O que você realmente precisa é de uma transformação qualitativa do seu ser... Você precisa que sua vida fique cheia de luz.
 
O homem ganancioso não está funcionando inteligentemente.
A sua necessidade básica é saber, em primeiro lugar: 
“Quem sou eu?”
 
Porque a menos que eu saiba exatamente quem eu sou, seja o que for que faça vai ser errado: não vai me preencher.
 
Uma vez que eu saiba exatamente quem sou eu estarei seguindo de acordo com a minha natureza.
 
Estar enraizado na sua própria natureza é conhecer a bem-aventurança.
 
Sem conhecer sua natureza, sem conhecer seu ser interior, você está fadado a se extraviar.
 
Tente perceber que tudo que você está fazendo é apenas imitação dos outros.
 
As pessoas estão atrás de dinheiro, então você vai atrás de dinheiro.
 
As pessoas estão atrás de casas grandes, então você vai atrás de casas grandes.
 
As pessoas estão atrás disso e daquilo, então você vai atrás disso e daquilo.
 
Você está apenas sendo um imitador... E somente uma pessoa estúpida é imitadora.
 
E as pessoas estão fazendo isso o tempo todo – simplesmente imitando os outros.
 
O mundo todo sofre de complexos de inferioridade de um jeito ou de outro, pela simples razão de que nós continuamos comparando.
 
Na verdade, todo o mundo é tão único, que qualquer comparação é errada, completamente errada.
 
A vida consiste em milhões de coisas e, se você estiver constantemente comparando...
 
Mas foi isso que nos ensinaram a fazer.
 
Fomos criados de tal modo, educados de um modo tão estúpido, que estamos constantemente comparando.
 
Alguém é mais alto que você, alguém é mais bonito que você, alguém parece ser mais inteligente do que você, alguém parece ter mais virtudes, mais religioso, mais meditativo...
 
E com isso, você está sempre num estado de inferioridade, sofrendo.
 
Olhe para dentro de si mesmo e você experimentará uma grande singularidade.
 
Você pode aprender de todo mundo, não apenas do homem, mas dos animais, das árvores, das nuvens, dos rios... Mas não existe a questão da imitação.
 
Você não pode tornar-se um rio, mas pode aprender alguma qualidade que seja própria dos rios: o fluxo, o deixar ir...
 
Você pode aprender alguma coisa com uma rosa.
 
Você vê uma rosa tão delicada, contudo, tão forte ao vento, na chuva, sob o sol.
 
Ao entardecer ela terá morrido, mas ela não se liga nisso, fica alegre no momento – agora a rosa está dançando ao vento, na chuva, sem medo, sem preocupar com o futuro.
 
Ao entardecer, as pétalas cairão, mas... Quem se importa com o entardecer?
 
Este momento é tudo e esta dança é o que existe.
 
Então, aprenda algo com a rosa, aprenda algo com os pássaros voando: a coragem – a coragem de ir para dentro do ilimitado.
 
Aprenda de todas as fontes, mas não imite.

A pessoa inteligente jamais é imitadora. Ela tenta descobrir primeiramente: “Qual é a minha natureza”?
 
Ela jamais imita, ela jamais segue os outros. Ela ouve sua própria voz interior.
 
A primeira coisa a ser feita é ser tão silencioso, tão meditativo, que você possa ouvir à sua própria voz interior.
 
Ela é muito pequenina e muito calma, mas uma vez que você a ouve, ela o dirige e, então, você jamais se extravia.

Mas isso só é possível se você tiver encontrado o espaço certo com o qual começar, e este espaço é a familiaridade consigo mesmo.
 
 
 
Osho
 
 
 
 

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