O PODER DO SILÊNCIO
Entenda o poder do silêncio. O poder do
silêncio é infinitamente maior que conferências, palestras, orações e
discursos. O Senhor Dakshinamurti (um aspecto de Shiva) ensinou os quatro
grandes sábios que dirigem os destinos da Terra (Sanaka, Sanándana, Sanátana e
Sanat Kumara) através do silêncio.
A linguagem do silêncio é a linguagem do
coração. Sente-se silenciosamente e controle as ondas mentais. Sente-se
silenciosamente e envie sua força espiritual interior para todo o mundo. Viva
em silêncio. Descanse em silêncio. Conheça o Eu interior e liberte-se.
Quando você se sentar para a meditação de
manhã, envie seu amor e paz para todas as criaturas que vivem. Diga:
Sarveshám
shántir bhavatú
(possa a paz estar com todos),
sarveshám svásti bhavatú
sarveshám svásti bhavatú
(possa
a prosperidade estar com todos),
lokahá samastahá súkhino bhavatú
lokahá samastahá súkhino bhavatú
(possa a
felicidade estar no mundo todo).
Durante a meditação você perderá a noção do
tempo. Não ouvirá nenhum som. Não terá ideia do ambiente que o cerca. Esquecerá
seu nome e seu relacionamento com outras pessoas. Gozará de paz. Sentirá uma
alegria inexplicável e uma felicidade indescritível.
Swami Sivananda
A LINGUAGEM DO SILÊNCIO...
A semente jamais pode descansar. O descanso é somente para as flores. A semente é a flor em potencial, e o potencial é ambicioso, anseia pelo seu futuro.
Você já observou isso no seu próprio ser?
Somente o ser humano existe enquanto potencialidade.
Um
cachorro é o que tem de ser, e não se espera mais nada para acontecer.
Um búfalo é o que o que tem de ser, e não há nada mais: ele já
aconteceu. O que poderia acontecer já aconteceu. O
ser humano tem uma potencialidade, um futuro, ele é uma abertura. Assim
há um medo constante: conseguiremos ou não? Quantas vezes você já
deixou escapar? Vamos deixar escapar de novo? É por isso que não estamos
felizes. A existência fica celebrando, há lindos cânticos, uma grande
alegria, um grande júbilo! Toda a existência está sempre numa festa, ela
é um carnaval! Mas de alguma maneira o ser humano ficou de fora.
O
ser humano esqueceu da linguagem da inocência, esqueceu-se de como se
relacionar com a existência, de como se relacionar consigo mesmo!
Relacionar
consigo mesmo significa meditação, e relacionar-se com a existência
significa prece. O ser humano se esqueceu da linguagem, e por isso
parece que somos forasteiros na nossa própria casa, forasteiros em
relação a nós mesmos. Nós não sabemos quem somos, não sabemos porque
somos e não sabemos para que continuamos a existir. Parece que tudo é
uma infindável espera, uma espera por algo que não existe.
Ninguém
sabe se esse algo virá ou não. Na verdade o que é esse algo? Ninguém
sabe nem mesmo isso; mas a pessoa precisa esperar por alguma coisa;
então ela cria alguma ideia e espera por ela. A pessoa precisa
esperar, precisa preencher o próprio ser; do contrário ela se sente
muito vazia. Esperar dá um senso de propósito e de direção. Você pode se
sentir melhor, pelo menos está esperando. Ainda não aconteceu, mas
algum dia vai acontecer.
Assim,
a primeira coisa que gostaria de dizer é que estamos perdendo, estamos
continuamente perdendo, pois usamos a mente como linguagem para nos
relacionar com a existência, e a mente é uma maneira de isolar você da
existência; é uma maneira de separá-lo e não de ligá-lo. O pensamento é a barreira.
Os pensamentos são a Muralha da China à sua volta, e quando você está
tateando através dos pensamentos, não pode tocar a realidade. Não que a
realidade esteja distante; ela está próxima.
Mas se você estiver
pensando, remoendo, analisando, interpretando e filosofando, então
começa a se afastar cada vez mais da realidade, pois quanto mais
pensamentos você tiver, mais difícil será perceber através deles; Eles
criam uma grande névoa, uma cegueira.
Então
qual a linguagem para se relacionar com a realidade? O não-pensar. No
que se refere à realidade, as palavras não têm sentido; o silêncio é
significativo, é fecundo, e as palavras são simplesmente mortas. A
pessoa precisa aprender a linguagem do silêncio.
No
dia em que você novamente se tornar silencioso, o mesmo vai acontecer:
de novo você cairá no útero da existência, de novo se relacionará. Você
se relacionará de um modo totalmente novo; na verdade não totalmente,
porque você conheceu isso no útero da sua mãe, mas se esqueceu... é isso
que eu quero dizer quando digo que o ser humano se esqueceu da
linguagem de se relacionar. Esse é o caminho; como você se relacionava
com sua mãe no útero. Cada vibração sua era transmitida à sua mãe e cada
vibração dela era transmitida a você. Havia um simples entendimento e
nenhum mal entendido entre vocês. O mal entendido só acontece quando o
pensamento entra em cena.
É
impossível se relacionar com a mente; você só pode se relacionar com
uma consciência. Uma consciência não tem passado, e uma mente é apenas
passado e nada mais.
Osho
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