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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

 CELEBRA O TEU NATAL - DE DENTRO


Quantas vezes, meu amigo, celebraste o Natal de fora? O Natal litúrgico de 25 de dezembro de cada ano? 20, 30, 50 vezes em tua vida?

            Foi um verdadeiro Natal – ou apenas um pseudo-Natal?

            Foi um Natal – ou foi o teu Natal?

          Foi como um fogo pintado na tela – ou foi um fogo real, cheio de força, luz e calor?

            Natal sem natalidade não passa de ilusão e mentira…

            Que quer dizer Natal onde não haja nascimento do Cristo?

            Nasceu ele, é verdade, há 2000 anos, na gruta de Belém – mas não nasceu na gruta de teu coração.

            Foi reclinado na singela manjedoura de palha – mas podes tu dizer em verdade: já não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim?

            Ainda que mil vezes nasça Jesus em Belém – se não nascer em ti, perdido estás…

            A árvore de Natal que costumas armar em tua casa é bem o símbolo inconsciente do teu pseudo-Natal interior: árvore sem raízes, morta ou moribunda, ostentando lindos enfeites de papel sem vida, frutinhas ocas de celulóide inerte – não é isto que é a tua vida espiritual?

            Quanto tempo pretendes ainda “brincar de Natal” – sem celebrar um verdadeiro Natal, um dia natalício do Cristo em ti?

            Por que toda essa camuflagem e insinceridade diante de ti mesmo?

            Por que não retificas, enfim, todas as tortuosidades da tua vida?

            Por que não pões ponto final a toda essa política e diplomacia curvilínea do teu egoísmo e inicias, finalmente, uma vida retilínea de absoluta verdade, honestidade e amor universal?

            Quando permitirás que nasça em ti o Redentor – ele, o Caminho, a Verdade e a Vida?

            Não imaginas, meu amigo, o que viria a ser para ti esse Natal externo do ano litúrgico, se, de fato, celebrasses o Natal de tua alma.

            Não imaginas o que de te diriam a gruta, a manjedoura, os anjos do céu e os pastores da terra, se em ti acontecesse o glorioso simbolizado de que esses fatos históricos são o símbolo longínquo e vago.

            Não imaginas em que nova luz de compreensão te apareceria o Cristo do Evangelho se dentro de ti nascesse o Cristo da tua experiência intima, do teu encontro pessoal com Deus.

            Se o Cristo fosse para ti, não apenas um artigo de fé aridamente crido – mas uma estupenda realidade intensamente vivida.

            Se o Cristo vivesse em ti e tu vivesses no Cristo, ou antes, se fosses vivido pelo Cristo – que vida abundante seria a tua…

            Não caberias em ti de tão feliz – e a tua exuberante felicidade em Cristo transbordaria em amor e benevolência para com todos os irmãos de Cristo em derredor…

            A própria natureza inconsciente receberia um reflexo desse transbordamento de amor e felicidade – e, como Francisco de Assis, ébrio de Deus, contarias e cantarias as glórias divinas às pedras e às plantas, às aves e aos peixes, ao sol, à lua e às estrelas…

            Convidarias até à “irmã Morte” para entoar louvores ao Pai celeste.

            Se tivesses celebrado o teu Natal de dentro, se o Cristo tivesse nascido em ti e em ti vivesse, seria a tua vida uma gloriosa ressurreição – e os anjos da Páscoa confundiriam as suas vozes com os anjos de Belém, cantando hosanas e aleluias, glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, em todos os caminhos da sua existência – mesmo por entre as sombras da morte.

            Celebra o teu verdadeiro Natal, meu amigo – e saberás o que o Cristo significa para ti e para todos os que o recebem e vivem nele…

            “Renascidos pelo espírito”…

            “Feitos novas creaturas em Cristo”…

         

Huberto Rohden (Do livro Imperativos da Vida)
https://ihgomes.wordpress.com 

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