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quinta-feira, 16 de abril de 2020

N Ã O   A N D E S   C O M   O S   B O L S O S  
C H E I O S   D E   R E M É D I O S

Nimesulida faz mal para o fígado e está proibida em vários países ... 
Numa das paredes do Instituto “Sanitas”, desta capital de São Paulo, leio cada semana o aviso do grande médico da antiguidade, Hipócrates: “SEJA O TEU ALIMENTO O TEU MEDICAMENTO!” E, num quadro suspenso em outra parede, estão as palavras do grande filósofo estóico, Sêneca: “O HOMEM NÃO MORRE – O HOMEM SE MATA.”
 
Quando dizemos que “o homem se mata”, ou que “o homem morre pela boca como o peixe”, muitas pessoas entendem estas palavras apenas no sentido de que milhares e milhões de pessoas ingerem, dia a dia, venenos lentos, como álcool, morfina, cocaína ou outros intoxicantes ou entorpecentes, agentes de suicídio lento.
 
Entretanto, não é disto que trataremos. Inúmeras pessoas suicidam-se lentamente devido ao estado habitual negativo da sua mente. Mantêm em casa uma completa farmácia ou drogaria, e não saem à rua sem primeiro encherem os bolsos ou as bolsas de toda a espécie de comprimidos, pílulas, pozinhos ou fluidos, de mil cores, cheiros e gostos. Ao primeiro espirro – lá vai um comprimido! à mais ligeira tosse – venha um xarope! ao mais leve sintoma de dor de cabeça – toca a ingerir uma droga de efeito imediato!...
 
Com esse procedimento insensato, provocam esses inexperientes dois grandes males: Habituam o organismo a confiar em auxílios e reforços de fora, em vez de criar a sua defesa vital de dentro. Ora, é lei da natureza que as energias latentes do organismo, quando não obrigadas a atuar, acabam por enfraquecer-se e atrofiar-se gradualmente; quer dizer que todo remédio de fora diminui a resistência de dentro.
 
O mesmo vale dos agasalhos excessivos; está provado que o organismo se torna tanto mais sujeito a resfriados quanto mais for agasalhado contra os mesmos; e tanto mais imune se torna contra esses males quanto menos agasalhado. A disciplina tonifica, a moleza enfraquece. Conheço uma instituição onde dezenas de crianças passam os invernos frios e garoentos da Paulicéia apenas ligeiramente agasalhadas, quase com as roupinhas leves do verão, e não se registra um só caso de resfriado entre elas, porque os seus organismos foram tonificados e imunizados pelo frio.
 
O segundo efeito dessa mania mórbida de andar com os bolsos cheios de remédios é pior que o primeiro; é o fato de criar em seu insensato autor um permanente hábito de receio ou negatividade. Por mais fantástico que pareça aos inexperientes, o fato é que os incessantes e subconscientes temores produzem esse estado negativo! As forças mentais são realidades criadoras – para o bem ou para o mal. Ideias são coisas! Pensamentos são realidades objetivas! E tanto maior é a força do pensamento quanto mais se estratificou nas profundezas do subconsciente, formando camada permanente, ou hábito, donde irradiam sem cessar energias “radioativas” rumo à superfície dos atos conscientes. Um subconsciente saturado de receios e temores cria necessariamente a realidade objetiva daquilo que subjetivamente alimenta no seu interior. Ninguém pode modificar a Constituição do macrocosmo, do grande Além de fora, nem do microcosmo do grande Além de dentro.
 
O homem saturado de temores negativistas comete, cada dia, dois atentados contra sua saúde: além de diminuir, com cada ingestão de drogas, a resistência natural do seu organismo físico, cria dentro do seu organismo mental uma atmosfera de negativismo, ou alergia, foco permanente de novos males. Não é demais repetir, não há muito tempo, o conhecido “Reader’s Digest”, dos Estados Unidos, provou que enorme percentagem de cidadãos daquele país sofre de “complexos psíquicos”, devido à mania tão generalizada de recorrer a psiquiatras e psicanalistas. Essas supostas vítimas de complexos ou recalques criam esses males que, a princípio, só existiam na imaginação delas, mas, depois de consultarem psicanalistas, passaram para o terreno da realidade; se, desde o início, essas pessoas não lhes tivessem prestado atenção, não teriam esses estados, imaginários ou semi-imaginários, encontrado solo fecundo para medrar e prosperar; mas, como o solo foi cuidadosamente adubado com o negativismo mórbido dessa focalização mental de complexos, desenvolveu-se aquilo que, a princípio, apenas existia na imaginação. Toda doença, sobretudo psíquica, quando focalizada pela atenção assídua e diuturna, passa a tornar-se real. Pensar é realizar o pensado.

Há anos, diversos médicos alemães fizeram a seguinte experiência: tiraram dos hospitais e sanatórios de tuberculosos dezenas dessas pobres vítimas, distribuindo-as, isoladamente, em propriedades rurais. Nesse ambiente, onde o tuberculoso não tinha companheiro de doença com quem falar sobre o seu mal, e onde os residentes tinham ordem prévia de não reagir a nenhuma conversa dessa natureza, as vítimas do bacilo de Koch subtraíram o solo propício ao seu mal – e o resultado foi que a maior parte deles saiu curada sem nenhum remédio físico. A tuberculose morreu por falta de alimento mental e psíquico!
 
Certa noite, apareceram no meu Curso de Filosofia Univérsica diversos alunos com sintomas de resfriado incipiente; fiz-Ihes ver que era fácil matar o microscópico vírus do resfriado por meio de “injeção mental”; todos os que conseguiram realizar essa “injeção mental” saíram curados no dia seguinte. Ondas mentais ou psíquicas devidamente dirigidas são forças reais e atuam com infalível certeza, quando devidamente empregadas.
 
Estabelecer e conservar dentro de si um ambiente de “higiene mental” ou de “sanidade psíquica”, é um dos requisitos mais importantes para manter a sua vida num equilíbrio geral indispensável à saúde e felicidade.
 
Nenhum remédio pode curar doença. Somente a natureza cura, refaz o que fez. Por vezes, o remédio desobstrui o caminho, obstruído pela ignorância ou inteligência humana. A inteligência do homem é pura ignorância em face da grande Inteligência da natureza, que é o espírito de Deus. Deus é a alma do Universo, disse um grande filósofo; e essa alma ou Inteligência da natureza é a única força curadora, suposto que ela encontre o caminho aberto para exercer a sua força curativa. O melhor que o homem pode fazer é obedecer à grande Inteligência da natureza, e não ter a pretensão de saber mais do que a grande Inteligência do Deus da natureza e da natureza de Deus. A vida do homem civilizado dos nossos dias é profundamente desnatural e anti-natural. Quando o homem se mata de uma só vez, é chamado “suicida”; quando ele se mata em prestações, é chamado “homem civilizado”.
 
Deus não fez doenças. Todas as doenças são produtos do homem. A nossa humanidade vive envolta numa atmosfera de poluição material, mental e espiritual, num ambiente venenoso, numa hipnose coletiva de negativismo.
 
Nossos remédios alopáticos são paliativos, que, quando muito, podem remover certos sintomas do mal, mas não podem curar o mal pela raiz. Nem mesmo a homeopatia cura totalmente. Para a cura total é necessária a logoterapia como diria Victor Frankl; ou melhor ainda, a cosmoterapia. 

Huberto Rohden, O Caminho da Felicidade
Curso de Filosofia da Vida - Universalismo 
 

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