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terça-feira, 25 de novembro de 2014

MESTRE, FALA-NOS DO AMOR.

-Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.  E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida 
na sua plumagem vos possa ferir.

   
E quando vos falar, acreditai nele; apesar de a sua voz
 poder quebrar os vossos sonhos como 
o vento norte ao sacudir os jardins.


Porque assim como o vosso amor vos engrandece, 
também deve crucificar-vos. E assim como se eleva 
à vossa altura e acaricia os ramos mais frágeis que 
tremem ao sol, também penetrará até às raízes
 sacudindo o seu apego à terra.


Como braçadas de trigo vos leva. Malha-vos até ficardes nus. Passa-vos pelo crivo para vos livrar do joio. Mói-vos até à brancura. Amassa-vos até ficardes maleáveis.



Então entrega-vos ao seu fogo, para poderdes ser 
o pão sagrado no festim de Deus. Tudo isto vos fará o amor, 
para poderdes conhecer os segredos do vosso coração,
 e por este conhecimento
vos tornardes o coração da Vida.
 
 
  Mas, se no vosso medo, buscais apenas a paz do amor, 
o prazer do amor, então mais vale cobrir a nudez 
e sair do campo do amor, a caminho do mundo sem estações, onde podereis rir, mas nunca todos os vossos risos,
e chorar, mas nunca todas as vossas lágrimas.
 

O amor só dá de si mesmo e só recebe de si mesmo. 
O amor não possui nem quer ser possuído.
 Porque o amor basta ao amor. 
E não penseis que podeis guiar o curso do amor; 
porque o amor, se vos escolher, marcará ele o vosso curso.

  
 O amor não tem outro desejo senão consumar-se.
Mas se amarem e tiverem desejos, deverão ser estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.


Conhecer a dor da excessiva ternura. 
Ser ferido pela própria inteligência do amor, 
e sangrar de bom grado e alegremente. 
Acordar de manhã com o coração cheio 
e agradecer outro dia de amor.

  
 Descansar ao meio dia e meditar no êxtase do amor.
Voltar a casa ao crepúsculo e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado, e na boca, um canto de louvor.

   Kalil Gibran


Ah, Kalil, é isso mesmo. Isso é o Amor!  É muito perigoso, pois nos transforma e jamais seremos os mesmos. Bendito Amor. Esse perigo eu aceito. KyraKally



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