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domingo, 9 de novembro de 2014


Gnothi Seauton – “Conheça-te a ti mesmo”
Estas palavras estavam inscritas acima da entrada do 
Templo de Apolo em Delfos, lugar do Oráculo Sagrado. 
Na Grécia antiga, as pessoas visitavam o Oráculo
 esperando descobrir o que o destino lhes reservava 
ou o que fazer em determinadas situações.

Talvez os visitantes não compreendessem que, 
por mais importantes que fossem as revelações ou exatas as informações que recebessem, elas acabariam por se mostrar inúteis, não os salvariam de infelicidades futuras nem de sofrimentos criados por eles mesmos, caso deixassem 
de encontrar a verdade contida na exortação


"Conheça-te a ti mesmo".


O significado implícito dessas palavras é: 
antes de qualquer indagação, 
faça a pergunta fundamental 
de sua vida: 

Quem sou eu?

Conhecer a si mesmo é algo muito mais profundo 
do que a adoção de um Conjunto de ideias ou crenças. 
As ideias e crenças espirituais podem, no máximo, ser indicadores úteis, no entanto poucas vezes têm o poder de desalojar os conceitos centrais mais firmemente estabelecidos
de quem pensamos que somos, os quais fazem parte
 do condicionamento da mente humana.

Conhecer a nós mesmos é estarmos enraizados no Ser em vez de estarmos perdidos na nossa mente. O que nos interessa não é o que dizemos nem aquilo em que acreditamos, mas o que nossas ações e reações revelam como importante e sério.


Portanto, talvez queiramos nos fazer a seguinte pergunta: o que me irrita e perturba? Se as coisas pequenas têm a capacidade de nos atormentar, então quem pensamos que somos é exatamente isto: pequeno. Podemos até dizer: "Sei que sou um espírito imortal" ou “Estou cansado deste mundo louco.”

“ Tudo o que eu quero é paz”- até o telefone tocar. Más notícias: o acordo pode não dar certo ... O carro foi roubado ... Alguém exige mais dinheiro ... Meu parceiro ou parceira foi embora ... De repente ocorre um ímpeto de raiva, de ansiedade. Uma aspereza brota de nossa voz: "Não aguento mais isso".

Acusamos e criticamos, atacamos, defendemos ou justificamos, e tudo acontece no piloto automático. E já não somos mais um espírito imortal. O acordo, o carro, o dinheiro, a perda 
ou a possibilidade de perda são mais relevantes.


 Para quem? Para o espírito imortal que dissemos ser?

Não, para nosso pequeno eu que busca segurança ou satisfação em coisas que são transitórias e fica ansioso ou irado porque não consegue o que deseja. Bem, pelo menos agora sabemos quem de fato pensamos que somos. Se a paz é de fato aquilo que desejamos, então devemos escolhê-la.

Se ela fosse mais importante para nós do que qualquer 
outra coisa e se nós nos reconhecêssemos de verdade 
como um espírito em vez de um pequeno eu, 
permaneceríamos sem reagir e num absoluto estado 
de alerta quando confrontados com pessoas ou 
circunstâncias desafiadoras. Aceitaríamos de imediato a situação e, assim, nos tornaríamos um com ela 
em vez de nos separarmos dela. 

Depois, da nossa atenção consciente surgiria uma reação. Quem nós somos (consciência) - e não quem pensamos que somos (um pequeno eu) - estaria reagindo. 
Isso seria algo poderoso e eficaz e não faria de ninguém 
nem de uma situação um inimigo.

O mundo sempre se assegura de impedir que nos enganemos por muito tempo sobre quem de fato pensamos que somos, 
nos mostrando o que realmente é importante para nós. 
A maneira como reagimos a pessoas e situações, 
sobretudo quando surge um desafio, é o melhor indício 
de até que ponto nos conhecemos a fundo.

Quanto mais limitada e egóica é a visão que temos de nós mesmos, mais nos concentramos nas limitações egóicas - na inconsciência - dos outros e reagimos a elas. O "erro" das pessoas ou o que percebemos como suas falhas se tornam 
para nós a identidade delas. Isso significa que vemos apenas 
o ego nos outros e, assim, fortalecemos o ego em nós. 
E quem está fazendo isso? O ego em nós.

As pessoas muito inconscientes sentem o próprio ego por meio do seu reflexo nos outros. Quando compreendemos que aquilo a que reagimos nos outros também está em nós (e algumas vezes apenas em nós), começamos a nos tornar conscientes do nosso próprio ego. Nesse estágio, podemos também compreender que estamos fazendo às pessoas o que pensávamos que elas estavam fazendo a nós.

Paramos de nos ver como uma vítima. Nós não somos o ego. Portanto, quando nos tornamos conscientes do ego em nós, 
isso não significa que sabemos quem somos - isso quer dizer que sabemos quem não somos.

Mas é por meio do conhecimento de quem não somos que 
o maior obstáculo ao verdadeiro conhecimento de nós mesmos 
é removido. Ninguém pode nos dizer quem somos. Seria apenas outro conceito, portanto não nos faria mudar. Quem nós somos não requer crença. Na verdade, toda crença é um obstáculo.

Isso não exige nem mesmo nossa compreensão, uma vez que já somos quem somos. No entanto, sem a compreensão, quem nós somos não brilha neste mundo. Permanece na dimensão não manifestada que, é claro, é seu verdadeiro lar.

Nós somos então como uma pessoa aparentemente pobre, 
que não sabe que tem uma conta de 100 milhões 
de reais no banco. Com isso, nossa riqueza 
permanece um potencial oculto.

                                                                            
                                                                         Trechos do livro 
“O DESPERTAR DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA” 
                                                                           de Eckhart Tolle
 



“... A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida, quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você...”.   (Aristóteles, filósofo grego)














 



 





 

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