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segunda-feira, 10 de novembro de 2014


Atreveram-se a ser livres!

Há algunas décadas foi best seller um estupendo livro de Richard Bach, que se intitulava FERNÃO CAPELO GAIVOTA, cujo personagem girava em torno de uma gaivota que se atreveu a sonhar e interessava-se em ser ela mesma, viver intensamente, potenciar todos os seus talentos e possibilidades.

Não aceitava a vida monótona e sempre igual do seu bando que só se arriscava a voos rasantes, sem alma, alimentando-se de sobras jogadas pelos barcos. 

Ela sentia em sua alma o chamado das alturas, a vocação de liberdade. Por atrever-se a propor uma vida diferente, foi isolada e deixada sozinha pelo seu bando; tacharam-na de louca e baniram-na.

Fernão Capelo, a pequena gaivota, 
aceitou a solidão de aprender de novo, a solidão da busca 
de novos mares, novos céus, novos horizontes.

E nas profundezas do seu coração dolorido, sentia que suas asas haviam nascido para abrir-se à imensidão do desconhecido. E se afrontou... Depois de muitas tentativas frustradas, um dia, conseguiu voar pelos altos céus, azuis, maravilhosos, imensos e sentiu-se como a própria eternidade.

E nesse dia entendeu por quê e para que havia nascido gaivota. Sentiu uma profunda emoção, viveu a originalidade, a iniciativa, a criatividade. Experimentou profundamente a perfeição: até onde podia compreender, atingiu à raiz, à essência do seu próprio ser ser.

Já não se tratava tanto de buscar a liberdade, como de ser livre. E se entregou apaixonadamente a ser ela mesma, sem laços ou medos.  Mas Fernão Capelo ainda amava seus irmãos e apesar de ter sido banido por eles decidiu voltar ao rebanho para ensinar-lhes, que a vida podia ser algo mais interessante do que comer e disputar os restos de comida jogados pelos barcos.

Ele tinha certeza de que sua tarefa não seria fácil. Novamente o isolariam, o ofenderiam, porque eles não estavam dispostos a mudar ou escutar alguém falar, com tranquilidade, sobre a necessidade de mudança. Não importa para ele que não compreendessem: como uma única gaivota se atreveu a sonhar e aprender uma nova forma de voar sem justificar essa atitude.

No fundo de seu coração, Fernão Capelo sabia que era impossível viver intensamente a liberdade, sem tentar libertar os outros,  pois isso estava implícito no serviço de plenitude.

O amor pelos seus, o devido respeito e o perdão, eram tão importantes para ele, como a sua ânsia de liberdade. Compreendeu que o espírito não pode ser verdadeiramente livre sem a capacidade de perdoar ...

Essa capacidade de perdoar foi um imperativo necessário para ele elevar-se a um plano superior… E voltou sem pregações nem alardes … somente tratou de ser uma autêntica gaivota. Nascida para voar.

Pouco a pouco algumas jovens gaivotas foram-se aproximando para testemunhar seu vigoroso voo, e pediram-lhe que as ensinassem também a voar como ele, para que pudessem experimentar uma outra vida. Ousaram ser livre.

E abriram-se os céus... Fernão Capelo desfrutava da imensa alegria advinda em ajudar os outros ... Este grande passo fez dele um verdadeiro mestre.

Todos nós podemos ser professores de voos de altura,  plantadores de utopias, exploradores de novos céus e mundos além dos gritos e gritos do rebanho, para que os outros vejam em nossas vidas um convite de transcender, de ir além de si mesmos. Um convite para o risco de voar.

Por isso, hoje mais do que nunca, o planeta precisa de homens e mulheres que pretendam apaixonar-se, que estejam abertos à plenitude do desconhecido, para elevarem-se tanto nos voos rasteiros, quanto impulsionarem-se às alturas, na plenitude de mundos sem horizontes e sonhos, resgatando e encorajando fortemente um retorno à utopia, atrevendo-se a construir um mundo onde seja possível a liberdade e a aventura do serviço impessoal.  

 
Baseado no livro de Richard D. Bach
Fernão Capelo Gaivota
   

 Este foi um dos livros que mais me 'sacudiu', me 'destroçou', me 'aniquilou'.  Tudo o quanto vivia e pensava a respeito da vida era pura ilusão, uma sombra, uma aberração. Pessoas, como eu, pelo menos como fui: imperativa, centralizadora, orgulhosa, etc. Precisam sentir este 'choque' para poder mudar e, até que isto aconteça demora um pouco ou muito tempo, dependendo da força de vontade para aceitar a transformação. Fico muito grata a estes "irmãos", que com suas ousadias abrem os céus para nós, para que possamos empreender voos cada vez mais altos. KyraKally










 

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