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segunda-feira, 26 de junho de 2017

A VERDADE PURA


Janak perguntou: 'Oh Senhor, como se alcança 
a sabedoria? E como acontece a libertação? 
E como o desapego é alcançado? 
Por favor, fale-me isto. ' 
 
 
‘Fale-me, Oh Senhor. Por favor, explique isto a mim.’ O rei Janak diz a um garoto de doze anos, ‘Oh Senhor, Bhagwan. Por favor, explique. Dê alguma compreensão a uma pessoa sem conhecimentos como eu. Desperte uma pessoa ignorante como eu.’
 
Três questões foram perguntadas.
 
Como se alcança a sabedoria? Naturalmente, nós podemos querer saber: por que ele precisava perguntar? Existem livros repletos dessas coisas. Janak também sabia disto.
 
Não é de sabedoria que os livros estão repletos. Estão repletos apenas da poeira que a sabedoria deixa para trás, das cinzas. Quando a chama da sabedoria queima, cinzas são deixadas para trás. As cinzas vão se acumulando e tornam-se escrituras. Os Vedas são cinzas; um dia eles foram carvoeiros queimando. Sábios védicos queimaram-nos em suas almas e as cinzas foram deixadas para trás. Depois as cinzas foram recolhidas, compiladas e organizadas sistematicamente.
 
Da mesma forma como as pessoas recolhem as cinzas e os ossos depois que o corpo de um homem é cremado. Eles chamam aquilo de ‘flores’. As pessoas são muito estranhas. Elas nunca chamaram o homem de flor enquanto ele estava vivo, mas depois da cremação, elas recolhem os seus ossos dizendo que estão recolhendo as flores. Elas os conservam, guardando-os numa urna. Enquanto o homem estava vivo, ele nunca foi respeitado como uma flor; enquanto ele estava vivo, nunca olharam para ele como uma flor.Depois que ele morre, chamam seus ossos e cinzas de flores. O ser humano é insano!
 
Da mesma maneira, quando um Buda está vivo, você não o ouve. Quando um Mahavira caminha entre vocês, vocês ficam com raiva. Parece que este homem está destruindo os seus sonhos ou está interferindo em seu sono: ‘isto é hora de se acordar? Justo na hora em que meu sonho estava começando a se tornar real, justo na hora em que o sucesso estava entrando em minha vida, quando as minhas chances estavam melhores, quando a flecha estava acertando o alvo – vem este camarada dizer agora que tudo isto é sem significado! Exatamente quando eu venci as eleições e o caminho para chegar ao poder estava aberto, aparece esse grande homem e diz que tudo era um sonho, que nada significava, que a morte virá e levará tudo. Não me fale isto! Quando a morte vier, nós veremos, mas não me venha trazer estas coisas agora.’
 
Mas quando Mahavira ou Buda morre, nós recolhemos todas as suas cinzas. Nós criamos o Dhammapada, nós criamos os Vedas com as cinzas e depois os cultuamos oferecendo flores.
 
Janak também sabia que as escrituras estavam repletas apenas de informações. Mas ele perguntou, Como se alcança a sabedoria? – porque não importa o quanto você sabe, não é assim que se alcança a sabedoria. Você pode continuar reunindo mais e mais conhecimentos, aprendendo as escrituras com devoção, tornando-se papagaios, memorizando todos os sutras, deixando que os Vedas completos sejam impressos em sua memória – mas ainda assim não haverá sabedoria. Como se alcança a sabedoria? Como acontece a libertação? Ele pergunta porque o que chamamos sabedoria, conhecimento, na verdade nos amarram; como isto pode ser libertação? Sabedoria é aquilo que liberta. Jesus disse: ‘A verdade o libertará’. Sabedoria é aquilo que liberta – este é o critério da verdade. Os eruditos não parecem estar libertos, mas sim escravizados. Eles falam sobre libertação, mas não parecem ser livres. Eles parecem estar amarrados com mil correntes.
 
Você já observou: as pessoas chamadas religiosas parecem estar mais escravizadas que você. Você pode ter um pouco de liberdade, mas os seus santos são mais presos que você. Eles são simples seguidores cegos da tradição. Eles não podem se movimentar livremente, eles não podem sentar-se livremente, eles não podem viver livremente. (...)
 
Janak perguntou: Como acontece a libertação? O que é libertação? Explique-me a sabedoria que liberta.
 
Liberdade é o mais importante anseio do homem. Consiga tudo, mas se você não for livre, ficará uma dor. Alcance tudo, mas se a liberdade não for alcançada, você nada alcançou.
 
O homem quer o céu aberto, sem limites. Este é o anseio mais profundo do homem, o anseio mais secreto: um espaço onde não existem limites, sem barreiras. Você pode chamar isso de anseio por se tornar divino, anseio por moksha, libertação. Em sânscrito, nós escolhemos a palavra certa, moksha. 
 
Uma palavra tão amorosa não existe em nenhuma outra língua. Existem palavras como céu, paraíso, mas tais palavras não têm a melodia de moksha. Moksha tem uma música sem igual. Ela simplesmente significa uma liberdade tão definitiva, que não há qualquer barreira; uma liberdade absolutamente pura e sem limites.
 
 
OSHO – Enlightenment: The Only Revolution Tradução: Sw. Bodhi Champak 
 
Fonte:http://www.oshobrasil.com.br 
 

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