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segunda-feira, 12 de junho de 2017

A ERA DA MENTE



A vida da humanidade está a entrar num novo e desconhecido grau de desenvolvimento e evolução e, nos anos vindouros, a MENTE será reconhecida cada vez com mais clareza, como o grande princípio que forma a base do mundo de coisas e acontecimentos materiais. Os principais pensadores no mundo reconhecem que a frase «Tudo é mente» é alguma coisa mais do que simples expressão metafísica ou palavras de sonhador.

Como dissemos, grandes mudanças estão para vir ao mundo e à humanidade, e cada ano mais nos aproximamos do seu principio. Com efeito, já o começo está aqui. Entramos num novo grande ciclo da raça que traz mudanças assombrosas. A humanidade desenvolveu-se de tal maneira que não lhe servem mais as roupas velhas: velhas convenções, velhos ideais e costumes, velhas leis éticas e metafísicas — tudo há de sofrer mudanças. O grande caldeirão do pensamento humano ferve fogosamente e muitas coisas vêm vindo à sua superfície. Como todas as grandes mudanças, o que é bom virá somente com muita dor — todo o parto é acompanhado de dor.

A humanidade sente dor e perpétuo desassossego, mas não conhece a enfermidade nem o remédio. Pode-se agora observar muitos casos de falsa diagnose e prescrição e o seu número aumentará ainda com o decorrer do tempo.

Muitos salvadores da humanidade, intitulados assim por si mesmos — muitos receitadores de remédios para as dores da alma e da mente — se levantarão e cairão. Com tudo isso, porém, virá aquilo cuja chegada a humanidade agora espera.

A mudança virá do desenvolvimento da mente da raça, e este processo já está em operação. Não se notam, acaso, sempre mais sinais de inquietação e desassossego mental? A dor aumenta e a nossa raça começa a gemer, estremecer e excitar-se. Não sabe o que lhe falta, mas sabe que sente dor e que precisa de alguma coisa que a alivie. As coisas velhas começam a vacilar e a cair, e muitas ideias consideradas como sagradas no passado são tratadas com desprezo e irreverência. Sob a superfície da nossa civilização podemos ouvir o zumbido de expansão das ideias e dos princípios que se esforçam por se apresentar no plano de manifestação.

Os homens estão correndo para aqui e para ali, chamando por um guia e salvador. Tentam e experimentam ora isto, ora aquilo, mas não acham o que procuram. Querem encontrar satisfação, porém, são iludidos. Não obstante, estes esforços e estas ilusões são parte da Grande Mudança e preparam a nossa raça para o que há de vir. A salvação, porém, não virá de uma coisa qualquer. Ela virá de dentro.

Os homens começam a sentir as dores uns dos outros; não se acham satisfeitos com a velha regra: «Cada um por si mesmo e o diabo leve o resto»; esta regra foi boa para os que tiveram bom sucesso, mas agora parece não satisfazer. O homem de alta posição começa a sentir-se só e descontente; o seu sucesso parece assustá-lo de maneira misteriosa. E o homem de baixa posição sente em si um movimento de estranhos desejos, anelos e descontentamento. E surgem novas ideias, estranhas e espantosas, que levam a novas fricções, avançam, acham apoio e oposição.

E as relações entre o povo parecem não ser satisfatórias. As velhas regras, leis e os laços sociais já não satisfazem. Novos pensamentos se introduzem nas mentes dos homens e mulheres, pensamentos tão estranhos e ousados que eles não se atrevem a exprimi-los aos seus amigos — e estes mesmos amigos encontram ideias semelhantes no seu próprio interior.

E, debaixo de tudo isto, encontra-se certa honestidade — sim, aqui está o que produz a inquietação: o mundo está cansado de ver hipocrisia e desonestidade em todas as relações humanas, e clama alto que é necessário mudar de rumo e andar no caminho da verdade e da honestidade em pensamento e ação.

Mas não enxerga o novo caminho! E não o encontrará antes que a mente da raça se desenvolva ainda mais. E a dor do novo desenvolvimento penetra profundamente a nossa raça. Das partes profundas e secretas da mente da raça surgem à superfície velhas paixões, relíquias dos dias dos moradores de cavernas e todas as espécies de relíquias mentais hediondas do passado. E elas continuarão a surgir e mostrar-se até que, por fim, o pote que ferve comece a acalmar-se e então virá uma nova paz, e o melhor subirá à superfície: a essência de todas as experiências da raça.

Aos nossos estudantes dizemos: Durante o combate da raça, desempenhai bem a vossa parte, fazendo o melhor que puderdes, vivendo cada dia para o vosso dever e conservando a confiança e a coragem em qualquer nova fase da vida. Não vos deixeis iludir por aparências, nem sigais profetas estranhos. Deixai trabalhar os processos evolucionários e entrai na onda sem os combater e sem fazerdes esforços demasiados. A lei está a operar bem — ficai certos.

Aqueles que têm desenvolvido pelo menos uma parcial compreensão e reconhecem a Vida Una como base e fundamento de tudo, acharão que são como o povo escolhido no meio das mudanças que sobrevêm à humanidade. Já atingiram o que a raça procura atingir em dor e trabalho.

A força que emana da lei os conduzirá avante, porque eles serão a levedura para a grande massa da humanidade na era da nova dispensação. Levedarão a massa, não por meio de atos ou ações, mas pelo pensamento.

O pensamento está a trabalhar agora mesmo e todos os que lêem estas palavras estão a desempenhar uma parte na obra, ainda que o não saibam. Se a humanidade pudesse reconhecer hoje a verdade de que há uma só Vida, que é a base e o sustentáculo de tudo o que existe, a Mudança far-se-ia num momento; ela, porém não virá desta maneira. Quando esta compreensão gradualmente iluminar a raça humana — dando-lhe uma nova consciência — então as coisas tomarão os seus próprios lugares e o lobo deitar-se-á em paz ao lado do cordeiro.

Nós vos dizemos as palavras da obra Luz no Caminho: .
 
 
 

Ramacháraka

Fonte: yogaensinamentos
 
 

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