A EXPERIÊNCIA DIRETA
DO SAGRADO
Autoesquecimento e Simplicidade Pessoal
Produzem Bem-Aventurança
A busca da sabedoria é uma coisa, e a busca do sagrado é outra.
A sabedoria está implícita na percepção do sagrado. A percepção do sagrado está implícita na sabedoria. Ainda assim, são duas coisas diferentes. É mais fácil falar da sabedoria.
Se experimentamos diretamente o que é divino, podemos sentir que dizer qualquer coisa a respeito, mesmo para nós mesmos e apenas em pensamento, seria um modo de perder a sintonia com a energia do sagrado, e de distorcê-la.
É desta maneira que os reais segredos são mantidos. Eles pertencem a seus próprios níveis de consciência e não podem ser transportados ou traduzidos para dimensões mais grosseiras. Seria o mesmo que pretender fritar neve, ou prender ar puro em um quarto pequeno com portas e janelas fechadas. Há uma diferença entre ver diretamente o nascer do sol e olhar para uma foto do sol, tirada quando ele estava surgindo no horizonte.
Além disso, a experiência direta do mundo sagrado é uma coisa, e a maneira como ela vem até o buscador é outra coisa. Na escada entre céu e terra, algumas energias sobem, outras descem.
A sabedoria está implícita na percepção do sagrado. A percepção do sagrado está implícita na sabedoria. Ainda assim, são duas coisas diferentes. É mais fácil falar da sabedoria.
Se experimentamos diretamente o que é divino, podemos sentir que dizer qualquer coisa a respeito, mesmo para nós mesmos e apenas em pensamento, seria um modo de perder a sintonia com a energia do sagrado, e de distorcê-la.
É desta maneira que os reais segredos são mantidos. Eles pertencem a seus próprios níveis de consciência e não podem ser transportados ou traduzidos para dimensões mais grosseiras. Seria o mesmo que pretender fritar neve, ou prender ar puro em um quarto pequeno com portas e janelas fechadas. Há uma diferença entre ver diretamente o nascer do sol e olhar para uma foto do sol, tirada quando ele estava surgindo no horizonte.
Além disso, a experiência direta do mundo sagrado é uma coisa, e a maneira como ela vem até o buscador é outra coisa. Na escada entre céu e terra, algumas energias sobem, outras descem.
Quando a experiência do sagrado vem até alguém, ela responde ao bom carma da busca realizada, e usa a energia criada pelo esforço na direção do mais alto; mas a usa de uma maneira inesperada e transcendente.
O sentimento do sagrado sugere para cada buscador algo que lhe é familiar. Trata-se de um sentimento íntimo. Ele ocorre no nível mais interno e verdadeiro do “eu”. A pessoa em seguida sabe que não poderia explicar esta experiência para mais ninguém. Ao mesmo tempo, a experiência sagrada traz consigo mudanças e potencialidades que fluirão de modo natural desde o interior da sua própria alma.
O convívio com o sagrado dá a você um sentido de paz e de força. Desperta-lhe uma humildade, uma satisfação de ser pequeno. A humildade é irmã da sabedoria eterna e faz com que tenhamos um sentido ilimitado de tempo.
A humildade no caminho espiritual decorre do fato de que nosso contato consciente com o infinito depende de uma certa renúncia. O eu inferior pode perceber sem intermediários as dimensões sagradas da vida. Para isso, no entanto, ele deve transcender os acontecimentos de curto prazo e expandir sua visão da evolução da alma de modo a reconhecê-la como um processo de milhões de anos.
O estudo do céu desde um ponto de vista teosófico possibilita esta expansão. A infinitude ocorre no espaço, assim como ocorre no tempo. A teosofia original prepara os seus estudantes para a compreensão da Lei eterna e os capacita a deixar de lado a ilusão.
A observação da vida como um processo de milhões de anos desenvolve o autoesquecimento e a simplicidade pessoal, sentimentos que frequentemente se manifestam como devoção. A ausência de egocentrismo leva o peregrino a um nível de percepção da vida em que há uma liberdade ilimitada para plantar o bem. O medo e a ansiedade tendem a desaparecer. Mas há sempre ilusões a evitar.
O Sagrado, o Sacrifício e a Bênção
Uma vez que decidimos viver na presença interior do que é sagrado, nossa ingenuidade pode levar-nos a pensar que teremos direito a um pouco de conforto e estabilidade ao nosso redor.
Na verdade, o próprio fato de que alguém tenta viver na presença divina é mais do que suficiente para provocar uma espécie de “febre probatória”, que atinge não só o processo do seu carma individual, mas também o seu carma familiar, o carma do seu casamento, de suas relações pessoais e vários níveis do carma coletivo de que peregrino espiritual é parte. Até mesmo o carma de um país é afetado, quando nele brilha uma nova luz espiritual, mesmo pequena.
Por isso o caminho da sabedoria é descrito como desconfortável. Qualquer caminho muito cômodo, caso seja descrito como “espiritual”, é falso e consiste em uma armadilha.
Aquele que busca pela sabedoria pode ser capaz de dar alguma paz aos outros, mas não é necessariamente provável que tenha paz para si mesmo, exceto no plano interno. E isso é suficiente, quando a alma tem a experiência necessária.
Em todas as situações, as expectativas pessoais levam à derrota, enquanto o cumprimento impessoal do dever produz a bênção da vitória interior.
Os que buscam a felicidade exclusivamente em coisas exteriores estão equivocados, e os que a buscam somente no mundo interior também estão. A bem-aventurança não pode ser encontrada exclusivamente “dentro” ou apenas “fora” de si mesmo. A experiência direta do sagrado resulta de um tipo de diálogo entre as dimensões “internas” e “externas” da vida, no qual o sentido de separação entre as duas coisas é eliminado gradualmente.
Carlos Cardoso Aveline
“Vós sois
deuses”, disse o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres
imortais.“Podeis fazer
tudo que faço e muito mais”. Ele sempre nos convidou para o conhecimento dos mistérios sagrados, porém, para tanto, teríamos que mudar radicalmente todo o nosso procedimento. Eis aqui algumas indicações: "Tendes ouvido o que foi dito: Amarás
ao teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo. Mas eu vos digo: Amai os
vossos inimigos, fazei bem ao que vos odeia, e orai pelos que vos
perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso Pai, que está nos
céus, o qual faz nascer o seu o seu sol sobre bons e maus, e vir chuva
sobre justos e injustos. Porque, se não amardes senão aos que vos amam,
que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também assim? E se
saudardes somente aos vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não
fazem também assim os gentios? – Eu vos digo que, se a vossa justiça não
for maior e mais perfeita que a dos escribas e fariseus, não entrareis
no Reino dos Céus. (Mateus, V: 20, 43-47). KyraKally
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