O QUE NOS IMPEDE DE AMAR ?
O amor é que inspira a conduta moral.
Sem o amor, não há excelência moral. Vocês podem ser um grandes homens, homens virtuoso; podem ser muito bons; podem não ser invejosos; podem
não ter ambições; — mas se não possuem amor, não são um ente moral, não
são bons — fundamentalmente, profundamente. Podem ostentar todos os
adornos exteriores da bondade, mas se não possuem amor no coração, não
podem ter uma existência moral, ética. O amor é coisa que possa se
ensinar na escola? Procurem compreender bem isso. O que é que nos impede
de amar? Se, na escola ou no lar, fosse possível ensinar a amar, a questão
se tornaria muito simples, não acham? Muitos livros são escritos a respeito. Vocês os leem e repetem; e conhecem todas as características
do amor sem terem amor.
Pode-se ensinar o amor? Atenção, Senhores, esta é uma questão muito
importante; tenham a bondade de me seguir. Se não se pode ensinar o
amor, quais são as causas que estão impedindo a sua vinda? As coisas da
mente — os pensamentos, o ciúme, a aflição, as ideias, as aspirações, os
recalques, os impulsos da mente — são elas, provavelmente, o impedimento do amor. E como estamos cultivando a mente há tantos séculos, é
bem possível que seja a nossa mente o empecilho para que amemos.
Nessas condições, as coisas que ensinam para seus filhos e as que eles aprendem nas escolas e colégios são causas fundamentais da destruição do amor; pois, desenvolvem apenas um lado — o lado intelectual, o chamado "lado técnico" — que está se tornando cada vez mais importante neste mundo industrializado; e tudo o mais vai diminuindo de valor, até sumir de todo. Se pudéssemos ensinar o amor pelos livros, mostrá-lo nas telas de cinema, seria possível cultivar a virtude. Se a virtude é coisa dada pela tradição, então o caso é muito simples: condicionemos o estudante para que seja moral, para que seja comunista, socialista, para que pense segundo uma determinada norma, e digamos-lhe que essa norma é a norma adequada, a norma correta, e que qualquer desvio da mesma é contrário à moral... e leva aos campos de concentração.
Nessas condições, as coisas que ensinam para seus filhos e as que eles aprendem nas escolas e colégios são causas fundamentais da destruição do amor; pois, desenvolvem apenas um lado — o lado intelectual, o chamado "lado técnico" — que está se tornando cada vez mais importante neste mundo industrializado; e tudo o mais vai diminuindo de valor, até sumir de todo. Se pudéssemos ensinar o amor pelos livros, mostrá-lo nas telas de cinema, seria possível cultivar a virtude. Se a virtude é coisa dada pela tradição, então o caso é muito simples: condicionemos o estudante para que seja moral, para que seja comunista, socialista, para que pense segundo uma determinada norma, e digamos-lhe que essa norma é a norma adequada, a norma correta, e que qualquer desvio da mesma é contrário à moral... e leva aos campos de concentração.
A moral é coisa que se possa ensinar? Isto é, pode a mente ser
condicionada para se tornar virtuosa? Ou a moral é uma coisa que brota
espontânea, jovial, criadora? Tal coisa só é possível quando há amor.
Não existirá esse amor enquanto cultivarmos a mente, que constitui
justamente o centro do "eu" — a coisa que está mais à superfície, em
nós, da manhã à noite; o "eu", que tanta importância tem, o "eu" que se
esforça incessantemente para preencher-se, que luta incansavelmente para
ser algo.
E enquanto existir esse "eu", podem fazer o que quiser, toda atitude de vocês não terá nenhuma significação; será sempre mero ajustamento a um padrão baseado na segurança, pela qual podem ser "algo", um dia, e viver sem medo. Tal estado não é um estado "moral"; é simplesmente imitação. Quanto mais imitativa uma sociedade, quanto mais obediente à tradição, tanto mais positiva a sua decomposição.
É muito importante perceber bem isso, que cada um descubra, por si mesmo, como o "eu" está se perpetuando, preocupando-se incessantemente com a virtude, lutando para ser virtuoso e a estabelecer preceitos morais para si mesmo e para os outros. Por conseguinte, "o homem bom" que está seguindo o "padrão do bom", é o homem respeitável; e o homem respeitável não é aquele que sabe o que é o amor. Só o homem que conhece o amor é virtuoso.
E enquanto existir esse "eu", podem fazer o que quiser, toda atitude de vocês não terá nenhuma significação; será sempre mero ajustamento a um padrão baseado na segurança, pela qual podem ser "algo", um dia, e viver sem medo. Tal estado não é um estado "moral"; é simplesmente imitação. Quanto mais imitativa uma sociedade, quanto mais obediente à tradição, tanto mais positiva a sua decomposição.
É muito importante perceber bem isso, que cada um descubra, por si mesmo, como o "eu" está se perpetuando, preocupando-se incessantemente com a virtude, lutando para ser virtuoso e a estabelecer preceitos morais para si mesmo e para os outros. Por conseguinte, "o homem bom" que está seguindo o "padrão do bom", é o homem respeitável; e o homem respeitável não é aquele que sabe o que é o amor. Só o homem que conhece o amor é virtuoso.
Jiddu Krishnamurti
Madre Tereza divide conosco o que aprendeu sobre o amor: "Se você julga as pessoas não tem tempo de amá-las". "Encontrei um paradoxo: se você amar até doer não poderá haver mais dor, apenas amor". "Não sei ao certo como é o paraíso, mas sei que quando morrermos e chegar o tempo de Deus nos julgar, Ele não perguntará quantas coisas boas fizemos em nossa vida, antes nos questionará sobre quanto amor colocamos naquilo que fizemos". Então o amor é assim: tem que ser doado e só podemos doar aquilo que sentimos, que flui em nós em abundância. KyraKally
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