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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

TORRE DE MARFIM


Se escreves ou falas, na construção das verdades do espírito, não te distancies dos outros, a tal ponto que eles não possam aproveitar e compreender.

Impróprio viver de modo exclusivo no passado ou no futuro.

Para atender, hoje, convenientemente ao vizinho, não precisas abordar-lhe a residência, ocupando uma cadeirinha medieval ou fazendo acionar um foguete de astronáutica.
 
Lamentável o emprego de linguagem empolada ou fora de uso.

Pura ironia deitar consolo em sânscrito a pessoas desalentadas e tristes, neste momento, junto de nós.

Inadequado derramar intelectualidade excessiva, a propósito de todas as ocorrências.

O rio que lhe dá de beber não desemboca dentro de sua casa, mas sim pede torneira humildade que lhe gradue e corrente.

Contrasenso trancar-se no conhecimento superior, a pretexto de que a ignorância senhoreia os demais.

Ouro que não auxilia a ninguém, no critério da vida, é inferior ao calhau que defende uma planta.

Inútil fugir ao exame dos problema da Humanidade por mais escabrosos sejam.

Só porque se faça música sublime numa sala terrestre, não quer dizer que executores e ouvintes estejam imunizados contra a dor de cabeça.

Desistamos de ensinar quais fôssemos anjos.

Os sábios, para estudarem as constelações, no cimo dos observatórios não prescindem do pão que a terra produz.

Loucura menosprezar o trabalho dos outros.

A cooperação de que te vales na vida, queiras ou não, começa no lugar onde conversas, tanto quanto no papel ou na tinta com que grafas o pensamento.

Disparate enxergar valor somente no brilho da inteligência, menoscabando as outras atividades.

O sol refletindo no areal do deserto é um deslumbramento de luz mas arrasa qualquer caravana desprevenida.

Se desejas edificações espirituais, abraça o povo.

Recorda o Cristo descendo de remotas paragens do firmamento em auxílio dos homens, do contrário, podes ser um gigante de sensibilidade e cultura, mas não passarás de um tesouro pensante, em torre de marfim.
 
André Luiz
https://www.ippb.org.br  
 


TOME CUIDADO COM A VAIDADE

A vaidade é uma brecha moral que infelicita bastante a humanidade.

A luta por posições de realce ocupa muito tempo das criaturas.

Mesmo quem não tem vocação para encargos elevados, frequentemente os procura.

E não o faz por espírito de serviço, mas para aparecer.

Valoriza-se muito a vitória aparente no mundo, mesmo quando conquistada à custa da própria paz.

Mas será que isso compensa?

Não valerá mais a pena viver humildemente, mas com dignidade?

Ocupar postos de destaque traz grande responsabilidade.

Para quem não está preparado, a derrocada moral pode ser grande.

Satisfazer a vaidade é um grande perigo.

A tentação de evidenciar a própria grandeza pode fazer um homem cair no ridículo.

Há pouca coisa mais lamentável do que alguém despreparado desempenhando um grande papel.

A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem. A aceitar conselhos de quem não merece confiança. A tomar decisões sob falsas perspectivas.

A vaidade manifesta-se sob muitas formas. Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra.

Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor.

Imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho.

O vaidoso tem dificuldade em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente.

Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco. Que é mais louvável retificar o próprio caminho do que persistir no erro.

A vaidade também dificulta o processo de perdoar.

O vaidoso considera muito importante a própria personalidade.

Por conta disso, todas as ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas.

Já os prejuízos que causa aos outros são sempre pequenos.

Afinal, considera o próximo invariavelmente mais insignificante do que ele próprio.

A criatura acometida de vaidade dá-se uma importância desmedida. Imagina que os outros gastam horas refletindo sobre seus feitos.

Por conta disso, sente-se compelida a parecer cada vez mais evidente.

Como todo vício moral, a vaidade impede uma apreciação precisa da realidade.

Quem porta esse defeito não percebe que apenas se complica, ao cultivá-o. Que seria muito mais feliz ao viver com simplicidade.

Que ninguém se preocupa muito com sua pessoa e com sua pretensa importância.

Que, ao tentar brilhar cada vez mais, frequentemente cai no ridículo e se torna alvo de chacota.

Analise seu caráter e reflita se você não possui excesso de vaidade.

Você reconhece facilmente seus erros?

Elogia as virtudes e os sucessos alheios?

Quando se filia a uma causa, o faz por ideal ou para aparecer?

Admite quando a razão está com os outros?

Caso se reconheça vaidoso, tome cuidado com seus atos.

Esforce-se por perceber o seu real papel no mundo.

Reflita que a vaidade é um peso a ser carregado ao longo do tempo.

Simplifique sua vida, valorize os outros, admita os próprios equívocos.

Ao abrir mão da vaidade, seu viver se tornará muito mais leve e prazeroso.

Equipe de Redação do Momento Espírita

http://www.momento.com.br

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