Translate

terça-feira, 31 de agosto de 2021

FLUINDO COM O MESTRE AÏVANHOV


O fogo ensina-nos a libertação.
 
Observai um fogo de lenha a arder...
 
Toda a energia solar acumulada na árvore, e que é a alma dessa árvore, se liberta da forma na qual estava aprisionada e volta para as regiões celestes.
 
É o fogo que permite a abertura desses milhares de saídas pelas quais se escapa a alma da árvore.
 
Os barulhos, os estalidos que se ouvem, são a linguagem da libertação.
 
Onde é mais difícil forçar a saída, a alma tem de bater com mais força, e todas essas explosões são os cantos de vitória da alma a libertar-se.
 
E nós, se aprendermos a olhar para o fogo, sentimos que nos libertamos dos nossos invólucros, das nossas carapaças.
 
Para se libertar e voltar à sua pátria celeste, a nossa alma precisa de fogo.

No Universo, é todos os dias que se celebram as núpcias do espírito com a matéria, do Céu com a Terra.
 
Então, estai atentos, para que vos seja permitido participar nessas festas que estão a ser dadas pelo
 
Pai Celeste (o espírito) e pela Mãe Divina (a matéria), rodeados por todas as hierarquias angélicas.
 
Para se ser admitido nessas festas, é preciso, evidentemente, preencher certas condições.
 
Àqueles que tentam entrar sem estarem preparados acontece exatamente a mesma desventura que ao homem que Jesus menciona numa parábola: ele apresentou-se no banquete sem ter levado a veste de cerimônia e não foi aceite.
 
Na realidade, essa veste é um símbolo: ela representa as qualidades e as virtudes que é preciso ter para se ser admitido à mesa do banquete divino: o desapego, a pureza, a bondade...
 
Talvez não vos convidem a sentar-vos à direita do Dono da casa, mas, mesmo na outra ponta da mesa, vale a pena ter um lugarzinho para participar no banquete.
 

Vós desejais a harmonia, desejais a paz e, com efeito, elas são os bens mais preciosos.
 
Entretanto, nunca esqueçais que só as obtereis se primeiro tiverdes encontrado dificuldades e oposições.
 
Aquele que julga que consegue encontrar a harmonia e a paz, sem antes ter aprendido a vencer obstáculos, prepara para si mesmo uma vida de fraquezas e de desordens, pois deixar-se-á levar pela facilidade e pela preguiça.
 
A verdadeira harmonia e a verdadeira paz são a recompensa que só é recebida por aqueles que conseguiram conquistá-las com a sua resistência a sua bondade, a sua capacidade de sacrifício.
 
Eles aprenderam a utilizar tudo, a transformar tudo, a melhorar tudo e, mesmo que tenham de passar por provações e sofrer, não ficam perturbados e não perturbam os outros.
 
Graças a um trabalho sustentado, eles entram em relação com as entidades luminosas do mundo invisível e, então, atingem a verdadeira paz, a verdadeira harmonia.
 

Deus, o nosso Pai nos criou à sua imagem
 
Eu repito, insisto, volto sempre às mesmas questões.
 
Não é que não me aperceba das dificuldades que encontrais no vosso caminho: o objetivo de atingir a perfeição do Pai Celeste é muito difícil, evidentemente, quase impossível.
 
Mas como Deus, o nosso Pai nos criou à sua imagem, deu-nos todos os meios para realizarmos essa perfeição.
 
Eu não quero defender nenhuma religião, nem sequer defender o Senhor, pois Ele não precisa de ser defendido.
 
Pensais que aquilo que os humanos fazem, mesmo sendo milhões e milhões, nesta poeira que é a Terra, pode realmente perturbá-LO? Não.
 
O que representam eles na imensidão do Universo, povoado por miríades de criaturas, de Anjos, Arcanjos e Divindades?
 
O que eu quero defender e apoiar é o ser humano, sim; o ser humano, pois ele não poderá dar um verdadeiro sentido à sua vida enquanto não descobrir em si próprio a imagem de Deus, e não trabalhar para vivificar essa imagem.
 
A Criação é obra dos dois princípios, masculino e feminino.
 
Assim que se encontram em presença um do outro, estes dois polos opostos e complementares começam a trabalhar para criar.
 
Esta lei aplica-se a todas as regiões do Universo e também é ela que rege o comportamento dos humanos.
 
Na presença de uma mulher, um homem mostra-se empreendedor, ao passo que ela se torna receptiva.
 
Os Iniciados, que foram muito longe na compreensão de todos os fenômenos naturais, aprenderam a utilizar esta lei da polarização na vida espiritual.
 
E aí já não se trata, evidentemente, de homens nem de mulheres, mas de princípios divinos.
 
Assim, para desenvolver nele as qualidades femininas - a receptividade, a humildade a doçura, a bondade, a obediência -, o Iniciado põe-se em presença do princípio masculino, o Pai Celeste.
 
E, para desenvolver as qualidades masculinas - a força, a vontade, a audácia -, ele entra em contacto com o princípio feminino, a Mãe Divina.
É por saber trabalhar alternadamente com as forças masculinas e femininas que, um dia o Iniciado é capaz de fazer nascer nele o filho divino: o Cristo. 
 
  
Pode acontecer-vos, quando orais, ter a sensação de que isso não serve para nada, de que ficais no vazio.
 
Vou dar-vos um método simples, mas muito eficaz.
 
Quando orais, começai por criar a imagem de uma multidão de espíritos dispersos no mundo inteiro e que, lá onde se encontram, estão a concentrar-se no Criador, a ligar-se a Ele pelo seu pensamento e pelo seu amor.
 
Imaginai que vos juntais a esses seres para orar com eles...
 
Como apelais para o Céu em conjunto com milhares de seres cheios de fervor, a vossa voz já não estará isolada no deserto da vida: sentireis que a vossa oração é ouvida, por causa do grande número de seres que procuram fazer-se ouvir, e também beneficiais com isso.
 
É por orardes sós que tendes a sensação de que a vossa oração não atinge o seu objetivo.
 
O segredo está em ligar-se a todos aqueles que oram, pois, a qualquer momento, algures no mundo, há seres em oração.
 

A tristeza, o desânimo, a irritação...
 
Fazei todo o possível para saírdes desses estados, acendendo as lâmpadas que o Criador colocou em vós...
 
Toda a espécie de lâmpadas, grandes, pequenas, coloridas... Como acendê-las?
 
É muito simples: exatamente como fazeis para acender as lâmpadas em vossas casas.
 
Em cada casa existe uma instalação elétrica que depende de uma central e, quando se quer ter luz, carrega-se num botão.
 
Todos vós possuís interiormente uma instalação idêntica e pode-se dizer que essa instalação recebe a corrente da Central Cósmica: Deus.
 
No mundo físico, existe um botão, um comutador que é preciso girar ou pressionar.
 
Concentrai-vos no Senhor, a Luz das luzes, pensando que acendeis lâmpadas em todo o vosso ser.
 
Acender-se-á primeiro uma, depois outra...
 
Não pareis, outras mais se acenderão e, por fim, será uma verdadeira iluminação.
 
Omrram  Mikhaël  Aïvanhov
http://lotusdourado7.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário