TODOS AMAM A VIDA
Sutra 14
Todos os seres tremem diante da violência.
Todos temem a morte.
Todos amam a vida.
Nós precisamos de um mundo totalmente diferente, de uma educação diferente, onde não se ensine o ódio.
É um mundo muito estranho, este que nós criamos!
Até agora, o que fizemos para a humanidade é realmente inacreditável: por um lado, ensinamos as pessoas a odiar e, por outro lado, continuamos falando em paz. De um lado, as envenenamos e, de outro lado, lhes dizemos "Vocês são todos irmãos". Nós falamos de irmandade e nos preparamos para a guerra; falamos sobre paz mundial e nos preparamos para a guerra. Isso é pura neurose - não é sanidade! O homem, até agora, permaneceu insano, e a razão é uma educação errada. Nós não ouvimos os budas ainda. Agora é a hora.
Osho Silence
https://blogdoosho.blogspot.com
Sabe, de fato não temos amor – essa é uma coisa terrível de se perceber. De fato não temos amor; temos sentimento; temos emocionalismo, sensualidade, sexualidade, temos lembranças de alguma coisa que pensamos que era amor. Mas de fato, brutalmente, não temos amor. Porque ter amor significa não ter violência, nem medo, nem competição, nem ambição. Se você teve amor, nunca dirá, "Esta é minha família." Você pode ter uma família e lhe dar o melhor que pode; mas ela não será "sua família" que está em oposição ao mundo. Se você ama, se existe amor, existe paz. Se você amasse, educaria seu filho não para ser nacionalista, não para ter apenas uma profissão técnica e tratar apenas de seus pequenos assuntos; você não teria nacionalidade. Não haveria divisões de religião, se você amasse. Mas como essas coisas de fato existem – não teoricamente, mas brutalmente – este mundo hediondo, mostra que você não tem amor. Mesmo o amor da mãe por seu filho não é amor. Se a mãe realmente amasse seu filho, você acha que o mundo seria assim? Ela cuidaria que ele tivesse o alimento correto, a educação correta, que fosse sensível, que apreciasse a beleza, que não fosse ambicioso, ganancioso, invejoso. Então a mãe, conquanto ela possa pensar que ama seu filho, não ama. Então não temos esse amor.
Neste mundo árido e despedaçado, não existe amor porque o prazer e o desejo desempenham os papeis preponderantes, no entanto, sem amor a vida diária não tem sentido. E você não pode ter amor se não houver beleza. A beleza não é algo que você veja – não é uma árvore bonita, um quadro bonito, um belo edifício ou uma bela mulher. Só há beleza quando seu coração e sua mente sabem o que é amor. Sem amor e sem esse senso de beleza, não há virtude, e você sabe muito bem que, faça o que fizer – melhore a sociedade, alimente os pobres – você só estará criando mais maldade, pois, sem amor, só há feiura e pobreza em seu coração e em sua mente. Mas, havendo amor e beleza, faça o que fizer, será certo, será apropriado. Se você sabe amar, então pode fazer o que quiser, pois isso resolverá todos os outros problemas.
Na realidade, você não tem amor. Você tem prazer, tem sensação, tem apegos sexuais, tais como a família, a esposa, o marido, o apego a uma nação. Mas prazer não é amor. E o amor não é algo divino ou profano: não há divisão. O amor significa algo a cuidar: cuidar de uma árvore, do seu vizinho, do seu filho – providenciar educação correta para o seu filho, e não só colocá-lo numa escola e sumir, a educação correta, e não apenas educação tecnológica, e providenciar para que as crianças tenham os professores certos, o alimento certo, que elas entendam a vida, entendam o sexo. Restringir-se a ensinar geografia, matemática ou alguma coisa técnica que lhes dê um emprego – isso não é amor. E, sem amor, você não pode ser ético – você pode ser respeitável, isto é, você pode se conformar à sociedade: você não rouba, não vai atrás da mulher do próximo, não faz isso nem aquilo. Mas isso não é moralidade, isso não é virtude; é somente a conformidade da respeitabilidade. Respeitabilidade é a coisa mais terrível e repugnante do mundo, porque ela abrange tantas coisas feias. Por outro lado, quando existe amor, existe moralidade: faça você o que fizer, será ético se houver amor.
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