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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

 TODOS AMAM A VIDA

 

Sutra 14

Todos os seres tremem diante da violência.
Todos temem a morte.
Todos amam a vida.



Nós precisamos de um mundo totalmente diferente, de uma educação diferente, onde não se ensine o ódio.   

É um mundo muito estranho, este que nós criamos!   

Até agora, o que fizemos para a humanidade é realmente inacreditável: por um lado, ensinamos as pessoas a odiar e, por outro lado, continuamos falando em paz. De um lado, as envenenamos e, de outro lado, lhes dizemos "Vocês são todos irmãos". Nós falamos de irmandade e nos preparamos para a guerra; falamos sobre paz mundial e nos preparamos para a guerra. Isso é pura neurose - não é sanidade! O homem, até agora, permaneceu insano, e a razão é uma educação errada. Nós não ouvimos os budas ainda. Agora é a hora. 

Osho Silence
https://blogdoosho.blogspot.com 

 

Sabe, de fato não temos amor – essa é uma coisa terrível de se perceber. De fato não temos amor; temos sentimento; temos emocionalismo, sensualidade, sexualidade, temos lembranças de alguma coisa que pensamos que era amor. Mas de fato, brutalmente, não temos amor. Porque ter amor significa não ter violência, nem medo, nem competição, nem ambição. Se você teve amor, nunca dirá, "Esta é minha família." Você pode ter uma família e lhe dar o melhor que pode; mas ela não será "sua família" que está em oposição ao mundo. Se você ama, se existe amor, existe paz. Se você amasse, educaria seu filho não para ser nacionalista, não para ter apenas uma profissão técnica e tratar apenas de seus pequenos assuntos; você não teria nacionalidade. Não haveria divisões de religião, se você amasse. Mas como essas coisas de fato existem – não teoricamente, mas brutalmente – este mundo hediondo, mostra que você não tem amor. Mesmo o amor da mãe por seu filho não é amor. Se a mãe realmente amasse seu filho, você acha que o mundo seria assim? Ela cuidaria que ele tivesse o alimento correto, a educação correta, que fosse sensível, que apreciasse a beleza, que não fosse ambicioso, ganancioso, invejoso. Então a mãe, conquanto ela possa pensar que ama seu filho, não ama. Então não temos esse amor.

Neste mundo árido e despedaçado, não existe amor porque o prazer e o desejo desempenham os papeis preponderantes, no entanto, sem amor a vida diária não tem sentido. E você não pode ter amor se não houver beleza. A beleza não é algo que você veja – não é uma árvore bonita, um quadro bonito, um belo edifício ou uma bela mulher. Só há beleza quando seu coração e sua mente sabem o que é amor. Sem amor e sem esse senso de beleza, não há virtude, e você sabe muito bem que, faça o que fizer – melhore a sociedade, alimente os pobres – você só estará criando mais maldade, pois, sem amor, só há feiura e pobreza em seu coração e em sua mente. Mas, havendo amor e beleza, faça o que fizer, será certo, será apropriado. Se você sabe amar, então pode fazer o que quiser, pois isso resolverá todos os outros problemas.

Na realidade, você não tem amor. Você tem prazer, tem sensação, tem apegos sexuais, tais como a família, a esposa, o marido, o apego a uma nação. Mas prazer não é amor. E o amor não é algo divino ou profano: não há divisão. O amor significa algo a cuidar: cuidar de uma árvore, do seu vizinho, do seu filho – providenciar educação correta para o seu filho, e não só colocá-lo numa escola e sumir, a educação correta, e não apenas educação tecnológica, e providenciar para que as crianças tenham os professores certos, o alimento certo, que elas entendam a vida, entendam o sexo. Restringir-se a ensinar geografia, matemática ou alguma coisa técnica que lhes dê um emprego – isso não é amor. E, sem amor, você não pode ser ético – você pode ser respeitável, isto é, você pode se conformar à sociedade: você não rouba, não vai atrás da mulher do próximo, não faz isso nem aquilo. Mas isso não é moralidade, isso não é virtude; é somente a conformidade da respeitabilidade. Respeitabilidade é a coisa mais terrível e repugnante do mundo, porque ela abrange tantas coisas feias. Por outro lado, quando existe amor, existe moralidade: faça você o que fizer, será ético se houver amor.

J. Krishnamurti
http://legacy.jkrishnamurti.org
 
 
Existem três níveis no indivíduo humano: sua fisiologia, seu corpo; sua psicologia, a mente; e seu ser, seu ser eterno.  O amor pode existir nestes três planos, mas a qualidade dele será diferente. No plano da fisiologia, o corpo, ele é simplesmente sexualidade. Você pode chamá-lo de amor, porque a palavra amor parece ser poética, bonita. Mas noventa e nove por cento das pessoas estão chamando o sexo de amor. O sexo é biológico, físico. Sua química, seus hormônios – toda matéria está envolvida nele...
 
Somente um por cento das pessoas conhece um pouco mais profundamente. Poetas, pintores, músicos, dançarinos, cantores, têm uma sensibilidade tal que podem sentir além do corpo. Eles podem sentir as belezas da mente, as sensibilidades do coração, porque eles próprios vivem nesse plano.  Mas um músico, um pintor, um poeta vive num plano diferente. Ele não pensa, ele sente. E porque ele vive em seu coração, ele pode sentir o coração da outra pessoa. Isto é comumente chamado de amor. Isto é raro. Eu estou dizendo somente um por cento talvez, esporadicamente.
 
Porque tantas pessoas não estão se movendo para o segundo plano se ele é tremendamente belo? Existe um problema: qualquer coisa muito bela é também muito delicada. Não é uma armadura, é feita de vidro muito frágil. Uma vez que um espelho tenha caído e quebrado, não tem nenhum modo de remontá-lo. As pessoas têm medo de se envolver e tocar as camadas delicadas do amor, porque neste estágio o amor é tremendamente belo mas também tremendamente mutável. Sentimentos não são pedras, eles são como rosas..."
 
Poetas são conhecidos, artistas são conhecidos por se apaixonarem quase todos os dias. O amor deles é como uma rosa. Enquanto ela está lá ela é tão perfumada, tão viva, dançando no vento, na chuva, no sol, afirmando sua beleza. Mas ao anoitecer ela pode ir embora, e você não pode fazer nada para impedi-la. O mais profundo amor do coração é como uma brisa que vem em seu quarto, traz seu frescor, ela é amena, e depois se vai. Você não pode segurar o vento em seu punho fechado com suas mãos. Muito poucas pessoas são tão corajosas para viver uma vida de momento a momento, uma vida mutante. Por isso, elas decidiram viver um amor no qual elas podem depender.
 
Eu não sei qual tipo de amor você conhece – muito provavelmente o primeiro tipo, talvez o segundo. E você tem medo de que se você chegar em seu ser, o que acontecerá com seu amor? Certamente ele vai embora – mas você não será um perdedor. Um novo tipo de amor aparecerá o qual talvez só aparece em uma pessoa em milhões. Este amor só pode ser chamado de amorosidade.
 
Osho
https://www.osho.com

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