Os sábios não ferem ninguém.
Eles são mestres do próprio corpo
E vão para o país sem fronteiras,
Vão além da dor.
Sabendo disso, você se torna desapegado do seu próprio corpo, da sua mente, do seu coração; e esse desapego traz a maestria. Não que você se torne destrutivo em relação ao corpo - você toma todo cuidado com ele, ele é um belo instrumento, é um grande presente da existência. Mas agora você sabe que ele é somente a casa na qual você vive. Exatamente como você toma conta da sua casa, você toma conta do seu corpo - ele é o templo.
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O sofrimento, embora não faça parte do Propósito de Deus, é inerente à personalidade do homem por causa de suas ligações com o passado e do exercício da força do desejo ainda não elevado por objetivos superiores.
A energia própria da alma é a Alegria, um estado de ser totalmente unificado com o propósito da Criação. Circunstancialmente, entretanto, enquanto o indivíduo está vivo, o sofrimento e a dor, em seus vários aspectos, fazem parte de sua vida. Compreender suas causas até onde seja possível e remover ou transmutar os elementos que os vitalizam e mantêm deveria ser uma das metas visualizadas pelos seres.
Quando a humanidade conseguir elevar o próprio desejo para objetivos superiores, evolutivos, que transcendem as necessidades normais e comuns criadas pela imaginação ou pelos condicionamentos do passado e, principalmente, quando dispensar o que é supérfluo, luxuoso e paliativo, o sofrimento humano diminuirá o quanto for permitido pela lei cíclica.
Um ponto importante diretamente ligado a esse assunto é o princípio básico da lei de causa e efeito: enquanto provocarmos o sofrimento, o teremos em nossa vida. Nesse particular, o fato de a humanidade ainda assassinar animais traz-lhe consequências incalculáveis.
A ingestão de produtos de origem animal – em especial de carne – produz inércia nas células físicas, impedindo que o potencial humano, ainda não revelado, se manifeste plenamente.
A carne tem uma vibração característica de um estágio já ultrapassado pelo homem: o estado instintivo. Quando usada em sua alimentação, o mantém em um ponto não mais condizente com os novos passos que está para dar: o domínio da intuição, o exercício da telepatia superior e a experiência da consciência supramental.
Enquanto o homem não transformar a atual forma de tratar os animais, a vibração instintiva ficará circulando nos corpos de sua personalidade por muito mais tempo do que seria necessário, ocupando espaço e impedindo que a luz da intuição e outras luzes de etapas ainda mais avançadas possam neles se instalar.
O sofrimento e a dor têm funções espirituais, morais e físicas para o homem. O valor espiritual e evolutivo do sofrimento e da dor encontra-se no fato de o homem ser por eles levado a concentrar suas forças mentais em descobrir o motivo que o levou a tê-los e ser, com isso, ajudado a se desidentificar de seu próprio ego humano, núcleo cheio de vícios e de hábitos a serem superados.
Do ponto de vista moral, pode-se dizer que não existe no homem um caráter amadurecido e firme se ele não tiver ainda enfrentado estágios de sofrimento e de dor.
Do ponto de vista evolutivo e espiritual, o sofrimento e a dor, quando aceitos, são fatores que impulsionam o progresso; quando, porém, são rejeitados pelas camadas superficiais do ser, deixam de produzir esse efeito e passam a constituir apenas uma purificação de resíduos de ações, sentimentos e pensamentos negativos.
Uma importante tarefa da atuação da dor encontra-se em um estágio sutil do desenvolvimento da consciência no qual o sofrimento passa por uma metamorfose e aparece como um sentimento de conforto nunca antes experimentado, nem mesmo dentro da maior felicidade que possa ter estado ao alcance do ser: ele aprende a perceber que a Alegria divina existe em qualquer situação e que pode fazer-se ainda mais visível nos momentos dos quais parecia estar ausente.
José Trigueirinho Netto
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J.Krishnamurti
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Se você puxar para fora da terra as raízes de uma árvore, elas
morrerão. Elas necessitam da escuridão, elas vivem na escuridão, na
escuridão está a vida delas. Assim como as raízes, o sofrimento também
vive na escuridão.
Se for jogado fora esse lixo que veio de fora e que tem sido acumulado,
então a alma interna começará a expandir, começará a crescer. Você
começa a ver a sua luz e a ouvir a sua dança, você começa a mergulhar na
música mais interna.
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