Translate

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

-REVENDO ANTIGAS POSTAGENS-

CONSIDERANDO A TOTALIDADE DO MEDO 

Quem tem medo do TCC? Confira 5 dicas pra tirar esse desafio de letra

Vamos agora considerar o medo na sua totalidade.  Uma mente atemorizada, que bem lá no fundo  está tomada pela ansiedade, pelo medo e pela esperança,  que é fruto do medo e do desespero — uma mente assim não é, evidentemente, uma mente saudável. Ela frequenta templos  e igrejas; é capaz de elaborar qualquer tipo de teoria,  reza, pode até ser erudita; por fora, talvez possua a polidez  da sofisticação, talvez seja obediente, adequada, refinada; talvez se comporte de forma correta, exteriormente; mas uma mente assim, que tem tudo isso e que tem suas raízes no medo — como a mente da maioria de nós — não tem, evidentemente,  capacidade para enxergar direito.

O medo produz diversas formas de doença mental.  Ninguém tem medo de Deus; mas a pessoa tem medo  da opinião pública, de não conseguir isto ou aquilo,  de não se realizar, de não ter oportunidades.  Como consequência de tudo isso,  há esse extraordinário sentimento de culpa —  ele fez algo que não deveria ter feito:  há o sentimento de culpa no próprio ato fazer; ela é saudável, enquanto há outros que são pobres e doentes; ela tem comida, enquanto outros não têm. Quanto mais a mente investiga, penetra, pergunta, maior o sentimento de culpa, de ansiedade.

E se todo esse processo não é compreendido,  se o medo, na sua totalidade, não é compreendido,  surgem então as atividades peculiares, as atividades dos santos, as atividades dos políticos — atividades que podem ser explicadas, contanto que você observe, que se dê conta dessa natureza contraditória do medo, tanto o consciente como o inconsciente. Você conhece o medo — medo da morte,  medo de não ser amado ou de amar, medo de perder,  medo de ganhar. Como você lida com isso?

O medo é o impulso que procura um mestre, um guru;  é o manto da respeitabilidade, tão amado por todos — ser respeitável. Não estou falando de nada que não seja um fato.  É possível ver tudo isso no dia-a-dia. Essa natureza extraordinária e penetrante do medo — como é que você lida com ela? Será que você desenvolve a qualidade da coragem apenas de modo a atender às exigências do medo? Compreende? Você decide ser corajoso para enfrentar os acontecimentos da vida,  ou apenas racionaliza o medo para afastá-lo,  ou para encontrar explicações que darão satisfação à mente tomada pelo medo? Compreende?

Você decide ser corajoso para enfrentar os  acontecimentos da vida, ou apenas racionaliza o medo  para afastá-lo, ou para encontrar explicações que darão satisfação à mente tomada pelo medo? Como você lida  com isso? Liga o rádio, lê um livro, vai a um templo,  apega-se a algum tipo de dogma ou de crença?  Vamos discutir como lidar com o medo. Se você se dá conta dele, qual a sua maneira de abordar essa sombra? Evidentemente, é possível perceber com clareza que a mente amedrontada se apaga; ela não consegue funcionar de modo adequado;  não consegue pensar de modo racional.

Por medo não me refiro ao medo que existe  no nível consciente apenas, mas também ao que existe nos recessos profundos da mente e do coração. Como saber?  E ao descobrir, como proceder? Eu não estou propondo  uma questão teórica. Não diga: "Ele irá responder."  Eu vou responder, mas vocês precisam descobrir.  No momento em que não existe mais medo,  não existe ambição, mas ação, a qual se dá pelo amor do que  é feito e não pelo reconhecimento daquilo que você irá fazer. Assim, como lidar com isso? Qual a sua resposta?

É claro que a resposta cotidiana ao medo é empurrá-lo  para o lado, encobri-lo com a vontade, a determinação,  a resistência, a fuga. É isso o que fazemos, senhores.  Não estou dizendo nada de extraordinário. Então, o medo continua perseguindo você como uma sombra e você não fica livre dele. Refiro-me a totalidade do medo, não apenas a um medo específico — da morte, ou do que o seu vizinho vai dizer; o medo da morte do marido ou do filho; ou de que a esposa fuja. Sabem o que é o medo? Cada um tem a sua forma particular de medo — não um, mas múltiplos medos.

Uma mente que tem alguma forma de medo não pode, evidentemente, ter a qualidade de amor, de simpatia,  de ternura. O medo é a energia destrutiva no homem.  Ele faz a mente fenecer, distorce o pensamento, leva a todo tipo de teoria de extraordinária sagacidade e sutileza, a superstições absurdas, a dogmas e crenças. Se você percebe o quanto o medo é destrutivo, como proceder, então, para purificar a mente?

Para compreender o medo é preciso examinar a questão da comparação. Por que nos comparamos?...  A comparação gera o medo. Observe esse fato em você mesmo...  O sucesso e a fama são a verdadeira essência psicológica  da comparação, através da qual produzimos continuamente o medo.

E a comparação dá lugar ao conflito e à luta, o que é considerado altamente respeitável... Sendo assim,  existe na nossa vida esse permanente estado de comparação, de competição, e a eterna luta para ser alguém — ou para ser ninguém, o que dá no mesmo. Essa, creio, é a raiz de todo o medo, porque produz a inveja, o ciúme e o ódio.  Onde existe o ódio por certo não existe o amor, e o medo é produzido cada vez mais.

Krishnamurti
Texto recebido por email sem identificação da fonte


Somos seres únicos criados individualmente para viver harmoniosamente em grupo. Somos únicos porque não há indivíduos totalmente iguais; todos se diferenciam uns dos outros através de caracteres físicos, psicológicos e espirituais. Estamos nessa grande escola da vida aprendendo a ser um 'ser humano total'; ainda não somos, limitamo-nos a copiar e ou extorquir uns dos outros, pois estamos quase sempre competindo por coisas tão passageiras; passageiras porque nada levamos desse mundo e, se não carregamos conosco, por que competir ? Se permitíssemos que a vida simplesmente fluísse... assim como os seixos que estão no leito dos rios... a correnteza os carrega... mas eles nunca se perdem. Consintamos que a vida flua em nós sem que nos enganemos ao traçar um curso, curso esse que já foi objetivado pelo nosso Ser Interno. O que geralmente fazemos quando aqui chegamos é mudar essa direção, então nos sentimos ameaçados e, muitas vezes, nem sabemos o motivo, pois ao alterarmos a marcha daquilo que estava destinado para seguirmos, surge o medo, a insegurança... perdemos, pois a nossa conexão interna. Estamos aqui para aprender e nos mover em consonância com as Leis Superiores, mas estamos ainda engatinhando como seres divinos, por isso esse curso é traçado para nós, porém não imposto, por esta razão o Pai Celestial nos deu o 'livre arbítrio'. Precisamos compreender isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário