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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

MÍSTICA DOS DOZE PASSOS


NONO PASSO - Rompemos com a nossa dependência psicológica de tais instituições e pessoas através da compreensão da disfunção proveniente dos condicionamentos das mesmas.


Sem a percepção de que a dependência das ideias, opiniões e juízos de terceiros, de que a veneração de pessoas, líderes, dos exemplos, geram condicionamentos, e portanto, fragmentação e conflito, não há como se experimentar um estado de liberdade, de unidade interna e bem-estar comum, onde não existe o medo e a inadequação; verdadeiros combustíveis de nossos específicos comportamentos dependentes. Nosso problema central não está na libertação de um padrão de comportamento especifico, mas sim, na completa e absoluta libertação pessoal do governo do condicionado pensamento compulsivo.
 
Precisamos descobrir por nós mesmos o que é viver neste mundo em total liberdade psicológica, sem nos isolarmos “neuroticamente” da vida de relação numa “torre espiritual” criada pelo nosso pensamento condicionado.
 
Aceitar a necessidade de sistemas, programações, métodos e autoridades é um dos nossos maiores obstáculos, o qual impede a ação do despertar da inteligência. Somente a liberdade proveniente do despertar da inteligência pode dar à vida um novo significado. Mas, para que isso possa ocorrer, precisamos desenvolver a energia da mente aberta, tão necessária para poder olhar holisticamente; quer dizer, olhar com a mente e o coração e não com os olhos cheios de medo gerados pelo pensamento condicionado. É o pensamento condicionado que gera o medo que nos impede um novo olhar. O pensamento condicionado diz: “Se você olhar, poderá criar uma enorme confusão em sua vida” (como se ele já não estivesse vivendo em total confusão). É o pensamento, portanto, que gera o medo e impede o percebimento da verdade de que nenhum sistema, programação, método, “agente exterior” pode verdadeiramente nos libertar.
 
Somos adictos. Esse é um fato que precisa ser visto com toda intensidade do nosso ser. Precisamos ver a própria palavra “adicção” [dependência], não de forma fragmentada, mas, totalmente. Somos muito mais do que adictos de um padrão comportamental especifico, somos adictos de uma forma de pensar condicionada que nos rouba a liberdade da vida de relação. O que precisamos recuperar é a nossa liberdade original, nossa inocência que em sua essência é inteligência. Liberdade de um padrão especifico de comportamento não é liberdade em absoluto – é apenas mais um condicionamento.
 
Não somos pessoas realmente livres; levamos uma pesada carga de condicionamentos que nos foram impostos pela cultura em que vivemos, pelo ambiente familiar e social, pelos sistemas de crença, etc. 
 
E por estarmos condicionados, somos adictos. Por estarmos condicionados levamos uma vida fragmentada, sem unidade interna e externa. Nosso viver cotidiano, nossos pensamentos diários e aspirações, nosso terrível desejo de aperfeiçoamento, sempre embasado em comparações, nos fragmenta ainda mais. Esse condicionamento, essa fragmentação não só nos faz pessoas egocêntricas, mas também, pessoas isoladas, divididas, incapacitadas para manter relacionamentos onde seja presente uma verdadeira intimidade.
 
Não somos pessoas livres, somos adictos, dependentes. Na situação em que nos encontramos, condicionados, moldados por tantas influências, pelas repetitivas propagandas, pelos livros que lemos, pelo cinema, pela TV, pelo rádio, pelas revistas – com tudo isso a nos martelar e moldar a nossa mente – não temos a mínima condição de saber o que vem a ser a verdadeira liberdade do ser humano.
 
Nossa maior recuperação está na verdadeira liberdade, sem a qual, não há amor, somente ciúme, ansiedade, medo, controle, busca de prazeres imediatos. Sem a liberdade, não pode haver clareza da visão incondicionada e sem esse tipo de visão não há a possibilidade da sensibilidade à beleza.

Portanto, é preciso não se identificar com aquilo que vem do pensamento condicionado, isento da ação da inteligência. Existe uma inteligência a ser despertada. É preciso apenas observar com atenção e energia; encontrar os olhos para ver, pois o próprio ver é agir. O próprio ver é ação imediata.

http://pensarcompulsivo.blogspot.com 

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