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sexta-feira, 30 de outubro de 2020


 SEJA O TEU ALIMENTO, O TEU MEDICAMENTO

6 Tips to Wake Up for Tahajjud - IlmFeed

Se o homem observasse fielmente este preceito lapidar do médico-filósofo Hipócrates, reduziria por mais de 50% as suas misérias físicas. A humanidade de hoje costuma ingerir duas espécies de venenos: uns se chamam alimentos, outros se chamam medicamentos. Se o homem tomasse alimentos inteiramente sadios não teria necessidade de medicamentos. Saúde é harmonia com as leis da natureza, doença é desarmonia. As doenças não fazem parte do inventário das matérias ou forças da natureza. Deus não creou doenças. As moléstias correm por conta do abuso que o organismo faz das leis da natureza. Abuso é moléstia, uso é saúde.
 
Muitos homens se dizem infelizes porque não têm saúde. Ainda que doença não seja, de per si, idêntica a infelicidade – porque é apenas sofrimento físico- mental – contudo, a moléstia predispõe para a infelicidade, sobretudo em se tratando de pessoas de pouca espiritualidade.
 
É costume quase geral atribuir à vontade de Deus as doenças, os acidentes e a morte prematura de entes queridos. Os nossos hospitais e hospícios são cenários onde Deus é constantemente difamado e caluniado. Jesus, o maior embaixador de Deus no mundo, não era desse parecer. Nenhuma desarmonia espiritual (pecado), mental (ignorância) e física (moléstia) é creação de Deus. Todas estas misérias correm por conta do abuso da liberdade de seres parcialmente conscientes e livres.
 
– Paciência! Deus quis que meu filho morresse de um acidente.
 
– Paciência! Foi a vontade de Deus que meu amigo caísse vítima de câncer!
 
– Paciência! Fulano caiu dum andaime e quebrou a cabeça – foi a vontade de Deus!
 
– Deus mandou lepra a fulano, cegueira a sicrano, surdez a beltrano...
 
– Os sofrimentos são provas do amor de Deus!
 
Com estas e outras frases rotineiras debitamos a Deus a nossa ignorância e creditamos a nós a nossa suposta sapiência.

Se as doenças fossem provas do amor de Deus para com os homens, porque não cumulou o Pai celeste de todas as doenças a Jesus, no qual havia “posto as suas complacências”? Na realidade, não mandou uma só doença a seu filho dileto; os únicos sofrimentos que lhe couberam tiveram por autores os pecadores e não a Deus.
 
E se o Pai celeste mandou a lepra como penhor da sua benevolência aos leprosos, como é que Jesus ousa abolir esse privilégio divino curando a lepra, afirmando que veio para cumprir a vontade do Pai dos céus? E a cegueira, a surdez, a mudez, a paralisia, a morte prematura da filha de Jairo, do jovem de Naim e de Lázaro, se eram dádivas divinas, como é que Jesus se atreve a cancelar todas essas provas de amor de Deus para com os homens? De duas uma: ou Jesus foi o maior rebelde contra a vontade de Deus – ou certa teologia está errada em afirmar que as moléstias são dons de Deus e provas da sua bondade para conosco. O Evangelho afirma que Jesus veio “destruir as obras de Satanás”, e nestas estão incluídas também as moléstias que aboliu. Com referência àquela mulher que sofria duma deformidade na espinha dorsal, andando encurvada havia 18 anos, diz o texto sacro que “Satanás a mantinha presa” a essa moléstia. Deus ou Satanás?
 
A ignorância das leis da natureza, a não-observância da harmonia entre o indivíduo e o Universal – é esta a causa principal dos nossos sofrimentos, nossos e da humanidade organicamente relacionada conosco.

A nossa inteligência se emancipou em parte do instinto dos seres infra- humanos, onde há um acerto quase automático em matéria de alimentação;

mas a nossa inteligência não atingiu ainda as alturas da razão espiritual, onde reina infalibilidade intuitiva nesse particular – e por isto, no plano do intelecto, emancipados do acerto automático do instinto e ainda não possuidores da intuição racional, erramos frequentemente quanto à escolha e ingestão de alimentos. Milhares e milhões de seres humanos não se alimentam do que convém ao organismo total, mas obedecem ao gosto momentâneo do paladar individual, mesmo que essa luxúria oral redunde em detrimento do organismo todo. A inteligência é unilateral e, não raro, sacrifica o bem do todo pelo interesse de uma parte.
 
O intelecto unilateral aliado aos sentidos guia-se pela norma: comer o que é gostoso, seja sadio ou não!
 
O homem ascético procura comer o que é sadio, mesmo que não seja gostoso.
 
O homem racional nutre-se de alimentos ao mesmo tempo sadios e saborosos.
 
Mas, o grosso da humanidade está no terreno físico-mental, preferindo o saboroso ao sadio; ou está no terreno ascético, preferindo o sadio ao saboroso.

Quando a humanidade atingir a sua evolução racional, nutrir-se-á de alimentos  não menos sadios que gostosos.
 
O nosso corpo é o resultado dos alimentos que assimila. Se esses alimentos forem inteiramente sadios e substanciosos não produzem doenças, nem há necessidade de remédio de espécie alguma.
 
Alimentos sadios são todos aqueles que harmonizam com a constituição do nosso organismo. Qualquer alimento desnatural é nocivo. Verdade é que o organismo procura também assimilar, com algum esforço, alimentos desnaturais, e muitas vezes o consegue, pelo menos parcialmente. Mas, neste caso, os elementos desnaturais são eliminados ou neutralizados.
 
Quando, porém, esses elementos desnaturais são em excessiva quantidade e frequência, os órgãos neutralizantes ou eliminatórios não conseguem vencer o trabalho – e vai o excesso do veneno para o sangue, preludiando moléstias internas ou externas. Pode um organismo robusto resistir a meio século de venenos acumulados, mas, quando a resistência diminui, com a aproximação da velhice, começa a funesta reação.
 
Melhor seria prevenir do que corrigir!
 
Alimentos desnaturais ao corpo são, por exemplo: carnes, frituras de qualquer espécie, sal mineral, açúcar branco, pão de farinha de trigo sem casca nem germe, álcool, café, chá, chocolate, etc.
 
Já estou ouvindo os protestos dos médicos acadêmicos, a maior parte dos quais continua aferrada à ideia obsoleta de que o corpo humano necessite de carne animal para possuir as proteínas indispensáveis à saúde.
 
Entretanto, contra fato não valem argumentos! Tenho diante de mim exemplos sem conta de pessoas de todas as idades e condições de vida que gozam de perfeita saúde e bem-estar sem carne de espécie alguma. De resto, os próprios animais vegetarianos, como o cavalo, a vaca, o elefante, o camelo e outros, sem falar dos símios frugívoros, são prova do que acabo de afirmar. Donde tiram esses vegetarianos as proteínas necessárias ao seu organismo?
 
Está cientificamente provado, tanto pela forma da dentadura como pelas vias digestivas, que o homem não é carnívoro, como cães e gatos, nem propriamente herbívoro, como vacas e cavalos, mas antes frugívoro, como os símios e certos roedores. A principal dieta do homem deve consistir em frutas e sementes de toda a espécie, aos quais poderá ser adicionada certa percentagem de verduras. A carne adulta não faz parte do cardápio humano, embora certos derivados de origem animal, como ovos e leite, possam sem prejuízo ser usados.

A abstenção da carne animal não é, em primeiro lugar, um postulado de ordem ética, mas sim um imperativo de ordem biológica.
 
Conheço, aqui em São Paulo, um orfanato com quase 50 crianças, e durante os 15 anos da sua existência não se verificou um só caso de doença nem  sequer uma cárie dentária – e nenhuma dessas crianças sabe o que seja carne. Todas gozam de 100% de saúde, porque vivem inteiramente segundo as leis da natureza, não só no tangente à dieta, como também em todo o resto. Excusado é dizer que nesse orfanato não entram balas e caramelos para corromper os dentes das crianças.
 
Todo e qualquer alimento é produto da luz solar. Essa luz ou energia solar, armazenada nos alimentos, chama-se “caloria”. Nos vegetais, a energia solar existe em primeira instância, isto é, em estado mais puro. Nos animais herbívoros ou frugívoros ela está em segunda instância; e nos animais carnívoros, em terceira, quarta, quinta, etc. instância, quer dizer, energia solar em estado menos puro.
 
A ciência provou que todas as coisas são “lucigênitas” (feitas de luz) e podem, por isto ser “lucificadas” (transformadas em luz). Da mesma forma, todos os alimentos são essencialmente luz, e todos os seres são “lucífagos” ou “lucívoros” porque se alimentam de luz. Tanto mais sadio é um alimento quanto mais perto da sua origem luminosa.
 
A palavra latina vegetus de que derivamos “vegetal” e “vegetário”, quer dizer “forte”, “sadio”.
 
Outra fonte abundante de doenças e, sobretudo, de gripes e resfriados, são osbanhos quentes e os agasalhos excessivos do corpo. O agasalho excessivo enfraquece gradualmente as energias naturais do corpo, que, auxiliado por fora, diminui os seus recursos de resistência de dentro, até ficar exposto a impactos mórbidos. As crianças do referido orfanato tomam ducha fria cada manhã, mesmo quando a temperatura, aqui na Paulicéia, está quase a zero; é o que lhes imuniza o corpo contra qualquer resfriado, que é desconhecido nesse pequeno oásis de saúde no meio dos vastos desertos de moléstias. Passam a maior parte do dia ao ar livre, sem agasalho, com roupas claras, leves e reduzidas.
 
As nossas doenças são filhas da nossa ignorância e moleza.
 
Viver de acordo com as sapientíssimas leis da natureza é viver com saúde e felicidade.

Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade
Curso de Filosofia da Vida - Universalismo

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