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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

M A L E D I C Ê N C I A

Fofoca é hábito de gente com problemas no espelho | Revista Bula Não fales mal de ninguém.

 
Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.
 
Qual a razão última dessa mania de maledicência?
 
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
 
Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
 
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
 
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
 
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
 
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
 
Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.
 
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.
 
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência.
 
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algoparecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
 
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente. Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
 
Fala-se muito por falar, para "matar tempo". A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
 
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
 
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
 
Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões, enceguecidas, que se atiraram sobre outras nações, transformando-as em ruínas.
 
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
 
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.
 
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste.
 
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
 
Pense nisso!
 
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.  Evitemos a censura.
 
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno. Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente.
 
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
 
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina. Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, "a boca fala do que está cheio o coração".  
 
Texto extraído do livro "A Essência da Amizade" – Huberto Rohden
 
"Jesus adverte que o maldizente fatalmente será vítima da maledicência, pois onde estiver criará ambiente propício à disseminação de seu veneno,  porque a Vida o situará, inelutavelmente, numa posição que o sujeitará a críticas e comentários desairosos, a fim de que aprenda a respeitar o próximo. Deixando bem claro que a ninguém compete o direito de julgar, o Mestre recomenda que, antes de procurarmos ciscos no olho de nosso irmão, tratemos de remover a lasca de madeira que repousa, tranquila, no nosso. Se possuímos incontáveis defeitos, se há tantas tendências inferiores em nossa personalidade.  Por que o atrevimento de criticar o comportamento alheio?" (semeadoradeluz.blogspot.com)
 
O Crítico Interior

Interlocutor: Sinto-me muito auto-crítico. Após as reuniões sociais fico sempre pensando sobre o que disse e sobre o que poderia ter dito.

Isso é um hábito ruim. Autoconsciência é boa, porém a autocrítica não é boa porque nunca é o principal. Quando o momento passa, então você critica a si mesmo. A consciência está no presente e a crítica é sobre o passado. Você não pode desfazê-la, você não pode refazê-la. Ela se foi, e se foi para sempre; nada pode ser feito quanto a isso. É simplesmente tolice desperdiçar até mesmo um único momento pensando sobre isso porque novamente pensando sobre isso, você está desperdiçando o presente, de novo fazendo o mesmo. Esteja cônscio em tudo: relacionamento, trabalho, meditação... o que quer que seja.

Quando algo está lá, quando alguma coisa estiver acontecendo, fique atento; não seja crítico. Porque nesse momento de conscientização, algo pode ser transformado. Se você estiver alerta, você pode não fazer muitas coisas; você irá fazer outras coisas. Se você estiver atento, você não será capaz de cometer os erros que você vai criticando. Consciência nunca foi algo na qual haja qualquer possibilidade de arrependimento. Um homem que está cônscio, nunca se arrepende. Tudo que ele não podia fazer, ele não o fez. Não tem sentindo em sentir pena de si mesmo, de ficar se lamentando; tudo isso são doenças. Nesse caso abandone isso.

E isso é uma viagem do ego. Você faz alguma coisa e então você começa a aumentar isso na mente. Isso simplesmente mostra que você fez alguma coisa que cai abaixo da imagem de seu ego. Você ficou raivoso e você sempre acha que você é uma pessoa muito boa, e você nunca fica raivoso – e agora você ficou raivoso. Então depois, você vê que sua auto-imagem decaiu. Fazer o que? Agora você se sente condenado a seus próprios olhos.

Como você irá mostrar sua face para os outros? E você tem espalhado tanto que você é uma boa pessoa e que você nunca fica raivoso, e isso e aquilo. Agora sobre aquele anúncio que você esteve fazendo? Você não pode dizer que você esteve raivoso ou ávido ou mesquinho ou o que quer que seja. Só tem um jeito: elevar-se pelos seus próprios cordões dos sapatos, você aperta a si mesmo, se arrepende. Você diz, “Isso foi errado. Eu não devia ter feito isso. Eu devia ter feito outra coisa”. Agora você está pintando sua imagem. Você está dizendo, “Talvez eu estivesse raivoso, mas isso foi só um erro momentâneo. Eu me arrependo disso. Vejam: há lágrimas nos meus olhos. Não sou um homem tão mau assim”. Você pode mesmo ir até a pessoa de quem você estava com raiva e pedir perdão a ela, mas isso também é uma viagem do ego. Você ira começar a se sentir bem novamente, um homem muito bom! Você conservou sua respeitabilidade novamente. Sua auto-imagem está de novo no trono.

Se você realmente sente que ficar com raiva está errado, então esqueça do passado. Agora sempre que a raiva aparecer, permaneça alerta. Esse é o arrependimento verdadeiro. Permaneça alerta. Não estou dizendo para não pedir perdão as pessoas. Peça, mas não em arrependimento. Não devido à raiva, mas pela sua inconsciência. Você pode ver a diferença?
 
Se você esteve com raiva, vá até a pessoa e diga, “Eu estive desatento. Me comportei como um tolo, um bêbado. Eu estava inconsciente, drogado. Eu fiz alguma coisa porém, eu não estava presente”. Peça perdão pela sua desatenção, não pela sua raiva. E lembre-se que o problema real não é a raiva. O real problema é a inconsciência.

Assim da próxima vez fique mais atento. Seja com relação a raiva, ódio, ciúmes, sentimento de posse, mil e uma coisas estão lá... mas a verdadeira doença é uma: inconsciência. São todas facetas da mesma coisa. Então se você tentar mudar isso – esses problemas – você nunca será capaz de vencer porque eles são milhões.
 
Osho, BeRealistic: Plan for a Miracle
https://www.osho.com  

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