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domingo, 11 de outubro de 2020

ORAÇÃO AO PAI


Pai, eu sei que devo amar àqueles que me odeiam e dar amor ao invés de ingratidão. 

Pai, eu sinto muito, mas não posso ainda fazer isso. Eu não sei como fazer e não quero ser hipócrita e dizer que amo esses que me odeiam, condenam, julgam e lutam contra mim, eu verdadeiramente não consigo, não sei como amá-los, mas não alimento nenhum antagonismo contra eles, porque sei o que os motivou e não os culpo. 

Através do meu pequeno entendimento do Teu Amor Infinito, não os acuso, julgo ou condeno, pois se não compreendesse, talvez fizesse a mesma coisa; posso até dizer: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. 

Se tem que haver algum amor, posso perfeitamente ser a via pela qual, Você, Deus, pode amá-los através de mim.

Peço-Te que me ajude a rejeitar todos os meus  conceitos anteriores das pessoas que se relacionam comigo. 

Que eu não tenha interesse na opinião do mundo sobre elas  ou mesmo em suas próprias opiniões a respeito delas mesmas. 

Que eu esqueça a imagem que criei sobre elas,  e que eu possa realmente conhecê-las.   

Que eu comungue com sua santa descendência,  fazendo-me saber quem elas realmente são.  

O que eu estou procurando agora é que Tu, Deus, faça-me enxergar a verdadeira natureza dessas pessoas,  Abra os meus olhos para que eu possa contemplar a Tua plenitude e Onipresença em seus corações. 

(Texto recebido por email sem identificação do autor; possivelmente atribuído a Joel Goldsmith)

 
Minha palavra para oração é amor  

Esqueça a palavra oração, substitua por amor. O Amor não é por um Deus invisível. Amor é para o visível: seres humanos, animais, árvores, oceanos, montanhas. Abra suas asas do amor tão longe e largas quanto você puder.

E lembre-se, o amor não precisa de sistema de crença. Até mesmo o ateísta ama. O comunista ama. O materialista ama. Então o amor é algo intrínseco a você, não é imposto do exterior, algo que só um cristão pode amor, ou um hindu pode amar, é seu potencial humano. E eu gostaria que você se baseasse no seu potencial humano ao invés dos seus condicionamentos falsos de cristão, judeu, hindu… você não os traz consigo mesmos, mas você traz o amor com você, é parte do seu ser. O amor sem sua inibição, sem qualquer tabu.” (Osho, em “From Unconsciousness to Consciousness”)
 
A Oração é um assunto complexo
 
Como todos os problemas humanos profundos, a oração é um assunto complexo e não é para ser apressado; ela precisa de paciência, cuidado e sondagem tolerante, e não se pode demandar conclusões definidas e decisões. Sem compreender a si mesmo, aquele que ora pode por sua própria oração ser levado a se iludir. Nós algumas vezes ouvimos pessoas dizerem, e algumas me disseram, que quando elas oram para quem chamam de Deus por coisas mundanas, suas orações são muitas vezes atendidas. Se elas tiverem fé, e dependendo da intensidade da oração, o que elas querem – saúde, conforto, posses mundanas – elas, afinal, conseguem. Se a pessoa se permite a oração de súplica, ela traz sua própria recompensa, a coisa pedida é muitas vezes concedida, e isto fortalece mais as súplicas. E existe a oração, não por coisas ou pessoas, mas para experimentar a realidade, Deus, o que também frequentemente é respondido; e existem também outras formas de oração de súplica, mais sutis e tortuosas, mas, contudo, suplicando, pedindo e oferecendo. Todas estas orações têm seu próprio prêmio, trazem sua própria experiência; mas elas levam à realização da realidade derradeira? Não somos nós o resultado do passado, e não estamos, por isso, relacionados com o enorme reservatório de ambição e ódio, com seus opostos? Certamente, quando fazemos um apelo, ou oferecemos uma oração de súplica, estamos recorrendo a este reservatório de ambição acumulada, e assim por diante, o que traz seu próprio prêmio, e tem seu preço. Suplicar a outro, a alguma coisa externa, traz a compreensão da verdade? (J. Krishnamurti, The Book of Life) 
 

A oração precisa de consistência

«Que devo fazer para alcançar a Deus», perguntou o aspirante. «Para alcançar a Deus – respondeu o ancião –, há duas coisas que tens de saber. A primeira é que todos os esforços para o alcançar não servem de nada.» «E a segunda?», perguntou o aspirante. «Deves agir como se não soubesses da primeira», respondeu o ancião. (Anthony de Mello, SJ)

A oração é um estado de vida que se deve cultivar. Leva tempo. Requer atenção. Acima de tudo, requer consistência.

A consistência é o que eleva a simples regularidade ao nível de um relacionamento. É possível orar muitas horas, diariamente – só ou em grupo –, e, no fim, desenvolver muito pouca profundidade de alma. A consistência implica que eu regresse à consciência da presença de Deus, dia após dia, hora após hora, toda a minha vida, quer isso seja um acontecimento agendado quer não. É a consciência de Deus que me atrai, quer eu sinta alguma satisfação pessoal imediata, quer não. Tento chegar a Deus, quer eu sinta que Deus está a tentar chegar a mim, quer não.

Todos os relacionamentos precisam de ser alimentados – acima de todos, o relacionamento com Deus. Muitas coisas levam-nos para longe desse relacionamento. Vivemos no plano do tangível e alimentamo-lo através de coisas e acontecimentos e pessoas. São essas coisas que ocupam as nossas mentes. Tomamos como garantido o plano espiritual, embora nada nos possa afetar mais do que a sua perda.

Quando estamos sós ou deprimidos ou agitados ou assustados, as coisas materiais ajudam-nos muito pouco ou mesmo nada. Então, as coisas que possuímos ou arrecadámos podem, na verdade, ser parte do nosso problema. O que realmente precisamos, então, é de um ponto de apoio que só as coisas espirituais podem dar. Precisamos de ter a consciência de que, embora a vida não esteja nas nossas mãos neste momento, está, seguramente, nas mãos de um Deus que nos ama.

É este ponto de apoio do espírito que nos eleva das pressões do presente para a renovada consciência da constância eterna do Deus que quer o nosso bem e não o nosso mal.

Sem consistência de consciência, arriscamo-nos a darmo-nos ao imediato e ao efêmero, ao temporário e ao que não tem significado. Perdemos o nosso equilíbrio. Perdemos o sentido da nossa própria natureza, já para não falar do sentido da natureza de Deus. Perdemos o norte.

Então, a luz apaga-se da vida e a escuridão torna-se o estado mental, a cor do futuro, a tonalidade do presente.

É a consistência de consciência, o esforço de nos colocarmos na presença de Deus, uma e outra vez, no decorrer do dia, que nos prepara para a Presença residente, que é o lar da alma.

Quando desistimos da presença prática de Deus, não é Deus que se retira de nós; fomos nós que nos retirámos de Deus. Pegámos no nosso coração e demo-lo àquilo que, por fim, certamente o quebrará. Pegámos na nossa mente e assentámo-la em areias movediças. Demo-nos, como as folhas que caem de uma árvore no outono, àquilo que não pode durar, que não é duradouro.

«Só em Deus – diz o poeta – repousa o meu coração.»

A longo prazo, portanto, é a consistência, o permanente voltarmo-nos para Deus, que prepara o caminho para a eterna presença de Deus, no aqui e agora.

«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mateus 11, 28-30).


Joan Chittister  em "O sopro de vida interior"
(Texto recebido por email sem identificação da fonte) 

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