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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

ALGUMAS TÉCNICAS PARA FAVORECER A COMUNHÃO COM DEUS 

La vida contemplativa de un manager | Dirección Comercial Blog

Parte IV - Atitude corpórea - Respiração controlada - Focalizando a consciência espiritual

Atitude corpórea 

Em razão da íntima correlação que vigora entre corpo e alma, é de suma conveniência que, enquanto a alma se entrega à meditação, o corpo mantenha uma atitude compatível com essa atividade da alma. A melhor posição do corpo, durante a meditação, é estar sentado naturalmente, se possível em cadeira de assento duro e encosto vertical. A espinha dorsal assume atitude ereta, normal; as pernas, não cruzadas, ficam em posição espontânea, formando ângulo reto na junção com o corpo e nos joelhos; as mãos, de palmas para cima, pousam naturalmente no regaço ou sobre as coxas; os olhos conservam-se ligeiramente fechados – tudo isso, que aos inexperientes talvez pareça arbitrário ou artificial, é perfeitamente natural e espontâneo para quem, de fato, se acha imerso em profunda comunhão com Deus. 

Durante essa profunda concentração espiritual, o homem não sente necessidade de se remexer nervosamente na cadeira, movimentar os braços ou as pernas, tossir, olhar em derredor, pender o corpo ora para a frente, ora para a direita, ora para a esquerda, tamborilar com os dedos sobre a mesa, ou executar outro movimento qualquer de que é vítima constante o homem sem disciplina espiritual.
 

Respiração controlada 

No princípio da meditação convém fazer algumas inalações e exalações profundas e completas, enchendo e esvaziando totalmente os pulmões e retendo o ar, por alguns momentos, entre os dois movimentos. Durante o resto da meditação não convém praticar esse exercício de respiração controlada, mas respirar normalmente. O meditante verificará que, quanto mais profunda e intensa for a concentração mental e espiritual, tanto mais leve e imperceptível se vai tornando a respiração, baixando do normal de 15 ou 16 a 6 ou 5 por minuto. Exercícios físicos aumentam, exercícios mentais ou espirituais diminuem automaticamente o número de movimentos respiratórios. 

A torrente aérea que entra nos pulmões conduz o oxigênio vitalizante, que dá cor vermelha ao sangue; a torrente que sai leva consigo o dióxido de carbono, tingindo de azul o sangue e libertando o corpo dos venenosos resíduos do desgaste. Por meio de respiração profunda e completa pode o homem vitalizar o seu organismo e desintoxicá-lo. 

Se o meditante focalizar espiritualmente a torrente rubra do oxigênio, este se converte em prana ou força vital espiritual, adquirindo alta voltagem, que vitaliza não só o corpo, senão também a alma. Associando esse exercício de pranayama ao de jejum espiritualizado, consegue-se voltagem mais alta ainda para a experiência superior, porque tanto o oxigênio do ar como as calorias dos alimentos assimilados passam por um processo de alquimia ou transmutação de valores, sob o impacto do espírito. 

“Nem só de pão vive o homem, mas também de todo verbo (vibração) que sai da boca de Deus” – nem só da vibração material do ar e do alimento físico vive o homem, mas também das vibrações imateriais do universo espiritual, suposto que o homem se tenha habituado a captar essas ondas curtas do mundo superior.
 

Focalizando a consciência espiritual 

Durante a contemplação, como dissemos, todo o nosso Eu espiritual deve estar, fixa e intensamente, focalizado num único ponto essencial, sem discorrer intelectualmente daqui para acolá. É como a aguda lâmina de uma chama em intensíssima vibração, sem irrequietos bruxuleios, sinal de baixa frequência. Para facilitar essa focalização imóvel, muitas pessoas se servem de certas palavras que repetem internamente, sem mover os lábios, como sejam: “Eu e o Pai somos um”, ou: “Quem é Deus, quem sou eu?”, ou: “Cristo vive em mim”. Os iogues orientais costumam repetir: “AUM”, sacro trigrama da Divindade, que simboliza as consciências corporal, mental e espiritual 

Essas e outras técnicas servem para focalizar e estabilizar a consciência espiritual na grande Realidade, Deus. Quanto mais intensa e diuturna for essa consciência divina, tanto maior abundância de luz e força receberá o meditante, porquanto o grau do recebimento depende do grau da receptividade. Deus é o grande Doador, o homem é apenas recebedor, e quanto mais o recebedor alargar os seus espaços internos tanto maior será a dádiva que do Doador receberá. Essa focalização da consciência espiritual equivale a um progressivo alargamento dos espaços internos do Eu divino no homem. 

É como que uma passividade dinâmica, a criação de um grande vácuo para atrair a divina Plenitude, a formação de um pólo negativo para chamar o pólo positivo, uma descida ao nadir do pequeno ego humano a fim de possibilitar a subida ao zênite do grande Eu divino. 

Entretanto, todas essas tentativas de explicação simbólica não passam de palavras ocas e sem sentido para o homem inexperiente. Só a experiência direta, imediata, é que pode encher de um conteúdo esses contentores vazios, porque só o divino Simbolizado é que dá sentido a esses símbolos humanos. De fato, só sabe o que é Deus quem o saboreia, quem o experimenta e vive pessoalmente, nas íntimas profundezas do seu ser. 

Mas esse encontro pessoal com Deus é cercado de eterno silêncio e impenetrável mistério para todos. os profanos – só o conhece o iniciado, o homem renascido pelo espírito, a nova creatura em Cristo. 

Ainda que alguém iniciasse essa vida de comunhão diária com Deus apenas no último quartel da sua existência terrestre, não tardaria a verificar a mudança benéfica que essa prática produzirá na sua vida, não apenas no plano propriamente espiritual, mas também em todos os setores da sua vida material, mental e social.

 

HUBERTO ROHDEN - Em comunhão com Deus - Colóquios com os homens - Solilóquios com Deus  

UNIVERSALISMO 

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