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terça-feira, 20 de outubro de 2020


CONHECENDO OS EVANGELHOS

ADORAR OU SERVIR? MARTA OU MARIA? – AMI 

Ser Como Marta e Maria

EVANGELHO – Lc 10, 38-42 - Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. 39 Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. 40 Marta, toda preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude. 41 Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; 42 no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada. 

REFLEXÃO

Em João 11, 5, encontramos a informação de que Jesus amava Marta, Maria e Lázaro. Portanto, eram realmente amigos íntimos do Mestre. Assim como todo ser humano, Jesus confiava em algumas pessoas ao seu redor. E esses três irmãos podiam ser considerados alguns daqueles confidentes!

No Evangelho de Lucas, o irmão de Marta e Maria, Lázaro, não é citado em nenhum momento. Mas o objetivo do evangelista é outro: mostrar a importância de servir e de se lançar aos pés de Jesus, aquele que nos trouxe a salvação.

Marta, na realidade, não era uma pessoa brava, apressada, pagã ou qualquer outro adjetivo já dado a ela no decorrer da História. Para começar, foi ela quem convidou o Mestre para se aconchegar em sua casa, sendo totalmente fiel aos preceitos da época quanto a receber bem um visitante ilustre. Estava preocupada em acolher Jesus da melhor forma possível, e, por isso, não parava nenhum instante. A maior falha quando recebemos uma visita é não dar atenção a ela; e, às vezes, de tanto que queremos bem acomodá-la em nossa casa, acabamos deixando a pessoa em segundo plano!

Algo também muito curioso é a ausência total dos discípulos nesse acontecimento. Lucas quer mostrar aos seus leitores que Jesus convida a todos para serem discípulos e, neste caso, a atenção recai sobre duas mulheres, do povoado de Betânia (segundo João).

Marta é a imagem do discípulo ativo, que quer servir ao Mestre da melhor maneira possível. E Maria é a representação do discípulo que ouve a palavra de Jesus, deixando-se atingir totalmente por ela. As duas maneiras de ser discípulo devem se conjugar, pois ambas as atitudes são necessárias: escutar e servir.

Se quisermos ser somente Marta, cairemos num ativismo sem fim, trabalhando tanto para a Messe do Senhor, que nos esqueceremos do Senhor da Messe. Se optarmos por ser somente Maria, viveremos num mundo distante do mundo real, sempre esperando a vida em outro mundo; acabaremos nos alienando da realidade humana que é tão cara a Jesus. Por isso, irmãos e irmãs, sejamos discípulos Marta e Maria. Pessoas que trabalham sem se cansar para a construção do Reino, alimentando-se diariamente da Palavra de Deus. Os ensinamentos de Jesus são as nossas regras de vida, sigamo-los!

Padre José Luiz Queimado

https://www.a12.com 

 

A QUIETUDE E O SILÊNCIO COMO EXPANSÃO DA LUZ ESPIRITUAL

Narra-se no Novo Testamento que Jesus hospedou-se na casa de duas irmãs, Marta e Maria. Ao chegar, Maria sentou-se a seus pés, recostou a cabeça no Mestre e aquietou-se em silêncio. Marta, agitada em seus afazeres, perguntou-lhe se não percebera que a irmã a deixara sozinha com o serviço da casa. Jesus respondeu: "-Marta, Marta, andas inquieta, com muitas coisas, mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, e esta jamais lhe será tirada."

Nesse episódio, vemos a importância da quietude, do silêncio e da solidão para encontrarmos a "melhor parte", a única coisa necessária. Esse recolhimento é uma força que poucos conhecem. Na verdade, a atitude contemplativa pode não só nos levar ao equilíbrio, como à verdadeira ação e à nossa verdadeira meta na vida. No estado de calma, uma pessoa pode agir de forma mais dinâmica e poderosa do que alguém que se agita. Consequentemente, a quietude possibilita-nos não só viver bem, mas ser úteis ao mundo, nessa época tão carente de tantas coisas e valores. Ela diz respeito à ação interior, desinteressada, que não visa reconhecimento, gratidão ou sequer ser notada.

Aqui o silêncio não é mutismo, mas um estado interno em que a consciência penetra uma essência impalpável, inacessível aos pensamentos. Seu dinamismo é tal que, ao eu consciente, ele se apresenta como um vazio pleno de algo indescritível, como harmonia absoluta. Ao se conhecer o silêncio, conhece-se o amor. O silêncio vem ao encontro do ser quando este se volta para o próprio interior. Só aos poucos os corpos são preparados para esse contato. As vibrações supramentais permeiam então a vida externa, e desse estado emergem a compreensão e a diligência para o serviço. Provém dele a fortaleza para empreender novos caminhos.

Fonte de sabedoria, nele estão a paz e o poder da transcendência. Cura regenera, transforma, transmuta e eleva. Manifesta-se na ação e no recolhimento. Projeta-se na palavra, é o verbo em mais ampla expressão. Nele a consciência vincula-se à fonte da vida, e a nada mais. 

A lição que se tira da resposta de Jesus é que é importante estar quieto, silencioso e só. Para a maioria das pessoas, a solidão é fonte de insegurança e desequilíbrio. Mesmo para as que ingressam na ascese, no começo ela vem acompanhada de dor, à medida que vai ocorrendo a ruptura com o convencional ao qual se apegaram, enquanto o novo estado de ser não lhes é perceptível. Mas, para os mais avançados, é condição de maior luz e de acercamento à supraconsciência.

Em todos os casos, a solidão externa é apenas circunstancial. É também relativa, já que, com a mente, o indivíduo pode coligar-se aos outros e ao mundo de modo tão real quanto com a presença física, ou até mais.

Nas etapas maduras do desenvolvimento espiritual, o indivíduo pode estar conscientemente ligado ao centro interno, mesmo no meio de uma multidão e do movimento dispersivo dos outros. Na solidão genuína, a interior, ele encontra a si próprio e aos demais em sua verdadeira identidade. Sua união com os grupos internos e com a hierarquia aprofunda-se e revela a parcela que lhe cabe no cumprimento do plano evolutivo.

Nesse estado, penetram os centros intraterrenos e esferas extraplanetárias evoluídas. Se houver determinação e persistência, na solidão ele se educa e é educado. Ao deixar que, por meio dela, a energia da vontade-poder atue sobre si, resíduos de desarmonias antigas são eliminados do seu ser, permitindo a expansão da luz espiritual.

Artur de Paula Carvalho

https://www.otempo.com.br 

 

Contemplação e Ação. Marta e Maria nos indicam o caminho
 
O Papa Francisco, no Angelus de 21 julho 2019, destacou a passagem do Evangelho em que o evangelista Lucas narra a visita de Jesus à casa de Marta e Maria, irmãs de Lázaro.

“Elas o acolhem, e Maria senta-se aos seus pés para ouvi-lo. Deixa o que estava fazendo para estar próxima a Jesus: não quer perder nenhuma de suas palavras”, disse Francisco, acrescentando: “Tudo deve ser deixado de lado porque, quando Ele vem nos visitar em nossas vidas, a sua presença e a sua palavra vêm antes de qualquer coisa. O Senhor sempre nos surpreende: quando nos dispomos a ouvi-lo realmente, as nuvens desaparecem, as dúvidas cedem o lugar para a verdade, o medo para a serenidade, e as várias situações da vida encontram o lugar certo. O Senhor sempre quando vem, ajusta as coisas e também a nós.”
 
Não se deixe levar pelos afazeres

Na cena de Maria de Betânia aos pés de Jesus, São Lucas mostra a atitude de oração do fiel que sabe estar na presença do Mestre para ouvi-lo e entrar em sintonia com Ele.

“Trata-se de fazer uma pausa durante o dia, de recolher-se no silêncio para dar lugar ao Senhor que “passa” e encontrar a coragem de permanecer um pouco “à parte” com Ele, para depois retornar, com mais serenidade e eficácia, para as coisas cotidianas. Louvando a atitude de Maria, que “escolheu a melhor parte”, Jesus parece repetir a cada um de nós: “Não se deixe levar pelos afazeres, mas antes de tudo escute a voz do Senhor, a fim de desempenhar bem as tarefas que a vida lhe atribui”.

Depois, há a outra irmã, Marta. São Lucas diz que foi ela quem hospedou Jesus”, ressaltou o Papa.

“Talvez Marta fosse a mais velha das duas irmãs, não sabemos, mas certamente essa mulher tinha o carisma da hospitalidade. De fato, enquanto Maria está ouvindo Jesus, ela está completamente absorvida pelos muitos serviços. Por isso, Jesus lhe diz: “Marta, Marta, você se preocupa e anda agitada com muitas coisas”. Com estas palavras, Ele certamente não pretende condenar a atitude do serviço, mas sim a preocupação com a qual às vezes se vive.”
Acolhimento e fraternidade

Segundo o Pontífice, “nós também partilhamos a preocupação de Santa Marta e, com o seu exemplo, nos propomos a fazer com que, em nossas famílias e em nossas comunidades, se viva o sentido do acolhimento, da fraternidade, para que cada um possa se sentir “em casa”, especialmente os pequenos e os pobres quando batem à porta.

“Portanto, o Evangelho de hoje nos recorda que a sabedoria do coração está em saber conjugar esses dois elementos: a contemplação e a ação.”

Marta e Maria nos indicam o caminho. Se queremos desfrutar a vida com alegria, devemos associar essas duas atitudes: por um lado, o “estar aos pés” de Jesus, para ouvi-lo enquanto nos revela o segredo de todas as coisas; por outro, estar atentos e prontos para a hospitalidade, quando Ele passar e bater à nossa porta, com o rosto de um amigo que precisa de um momento de descanso e fraternidade.”

Francisco concluiu, pedindo à Virgem Maria, “Mãe da Igreja, para que nos conceda a graça de amar e servir a Deus e aos irmãos com as mãos de Marta e o coração de Maria, a fim de que permanecendo sempre na escuta de Cristo, possamos ser artesãos da paz e da esperança”.
 
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Uma das mais belas ocorrências evangélicas é a que se desenrola em Betânia, pitoresca aldeia da Judéia, por ocasião da visita do Mestre à casa de Marta e Maria.

Maria, assentada aos pés de Jesus, ouve-lhe, embevecida, os ensinamentos; Marta, afanosa, inquieta, ia e vinha arrumando as coisas e preparando frugal repasto para o Hóspede Celeste, que se dignara transpor-lhe os umbrais domésticos.

No centro da conversação, majestoso e sereno, com os louros cabelos a lhe envolverem os ombros, o Divino Amigo distribuía os tesouros da sua grandeza, enunciando parábolas encantadoras e alegorias de extrema simplicidade. Preceitos de humildade, incentivos ao perdão, magníficas noções de fraternidade, advertências justas e oportunas, doces consolações e incisivas referências à necessidade do trabalho
construtivo, fluíam, abundantes, dos lábios imáculos de Nosso Senhor.
 
Maria conservava-se assentada aos pés do Mestre, embriagada de amor evangélico, sonhando os mais belos sonhos de que era capaz o seu formoso coração. A presença de Jesus na rústica habitação de Betânia representava, para o seu idealismo, glorioso minuto, maravilhosa oportunidade que sua alma sensível não desejava perder.

Observando a irmã enlevada diante de Jesus — esquecida de tudo e alheia a todos — e ouvindo-lhe as derradeiras referências sobre o dever bem cumprido, na pauta das obrigações comuns, interpela-o, em tom queixoso: Senhor, não te importas que minha irmã tivesse deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que me venha ajudar.

O Mestre não censura Marta. Não a recrimina. Não lhe ironiza a ambliopia mental. Não lhe diz, em tom de humorismo, que se acha presa às coisas terrestres. Bondosamente adverte-a por sua inquietação ante problemas de rotina —inquietação que revela um estado espiritual ainda inseguro, vacilante, indeciso.

À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. (O Livro dos Espíritos. Questão 914. Allan Kardec).

Há na existência humana — na existência de toda criatura — duas partes: a material, representada pelas obrigações que a própria vida impõe, e a espiritual, representada pelos deveres relacionados com a alma eterna. Ambas são respeitáveis, porque integram o conjunto de necessidades humanas, decorrentes da própria vida em sociedade.

A parte material de nossa vida, em que pese à sua respeitabilidade, é passageira, é transitória.

A parte espiritual é eterna, imortal, imperecível.

A inquietação de Marta indica apreço maior à parte material, tanto assim que se não preocupa com as sublimes lições que o Mestre distribui, com abundância — e que Maria absorve, sequiosa.

À medida que a criatura vai sentindo a parte espiritual, começa a existir nela mesma, do lado de dentro, uma quietude, um sossego, uma profunda e inalterável calma no trato com a outra parte — a material.

Foi o caso de Maria. Não ignorava que a arrumação do aposento e o próprio repasto podiam ser adiados — sem prejuízo para os interesses eternos. Podiam ficar para depois, a fim de que se não perdesse o alimento divino que Jesus ofertava.

Há muita gente no mundo na posição de Marta: generosa e fraterna, mas inquieta, agitada, desassossegada ante as coisas perecíveis.

Muito poucos seguimos o exemplo de Maria, que, acordada para a Verdade, mostrava-se quieta por dentro e por fora, superior aos problemas efêmeros, sem, contudo, desprezar-lhes a valia relativa.

O Evangelho, que o Senhor pregava naquela hora a Maria e a Marta, continua sendo o tema de mais fundamental importância para a nossa alma. Por meio de suas lições, sentidas e exemplificadas, caminharemos para o progresso, alcançaremos a luz.

Os problemas mundanos, sem que os depreciemos, nem lhes diminuamos o valor, atendem, apenas, ao instante que passa. Jesus — no conceito de Maria — era uma realidade que ela desejava perenizar na sua alma; um tesouro que não lhe devia fugir dos olhos e do coração.

Jesus — no conceito de Marta — era um Hóspede Celeste, cuja presença deveria honrar, naquele instante. Os serviços domésticos constituíam, para a jovem afanosa, elemento inadiável. O Cristo respeitou, carinhosamente, a imaturidade da moça de Betânia, tanto que se limitou a realçar-lhe a inquietação, tentando reajustá-la: Marta! Marta! andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Identificou-lhe, com ternura, a infância espiritual. Sabia-a despreparada para remígios mais altos, como plumitiva das coisas espirituais. Não a censurou, nem a recriminou. Apenas aconselhou-a, com delicadeza, a que se acalmasse.

E, sem exaltar a vantajosa posição de Maria, para não lhe prejudicar o germe do entendimento superior, esclarece: Maria, pois, escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada. (Estudando o Evangelho. Cap. 56. Martins Peralva)

Marta era um exemplar de mulher impecável, aos olhos do mundo; enquanto que Maria, sua irmã, não faria jus à mesma apreciação, em virtude do acentuado cunho de idealismo que a dominava.

Para o mundo, a boa parte é o utilitarismo, enquanto que para Jesus é o idealismo.

Na balança da justiça da Terra, Marta pesa mais que Maria; na da justiça do Céu, Maria pesa mais que Marta.

O mundo vê no idealismo um desequilíbrio, no idealista um semidoido. Não obstante, Jesus manifesta-se positivamente por Maria, dizendo que ela escolhera a boa parte.

Os homens do século vivem aflitos e afadigados com mil preocupações, que os enervam, quando, em verdade, como assevera o Mestre, poucas coisas são necessárias.

A necessidade real é, rigorosamente, uma só: evolver, caminhar na senda da perfeição, que é o senso da vida. “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo.”

Disse Jesus: “Nem só de pão vive o homem”. Saibamos, portanto, aliar o cuidado de que necessita o nosso corpo aos que o nosso Espírito reclama. Uns e outros podem emparelhar, sem prejuízo algum, desde que sejam atendidos com critério.

“Maria, disse Jesus, escolheu a parte melhor, que lhe não será tirada”. É que o alimento espiritual jamais se perde; é uma semente cujas raízes se prolongam sempre. (Elucidações Evangélicas. Cap. 148. Antônio Luiz Sayão)

O Espírito Emmanuel afirma: ''Esclarecimento pelo estudo, crescimento mental pelo trabalho e iluminação pela virtude santificante são imperativos para o futuro estágio dos homens.''
 
 
https://www.passatempoespirita.com.br

Na Betânia, pequena cidade perto de Jerusalém, situada no sopé do monte das Oliveiras, na estrada geral de Jericó, próximo à de Betfagé, ficava a aldeia onde vivia Lázaro. Jesus muito o amava, assim como às suas irmãs Marta e Maria. (Elucidações Evangélicas. Cap. 148. Antônio Luiz Sayão)

            E é sem dúvida por esse motivo que o Mestre, na folga de seus trabalhos missionários, tinha prazer em descansar na Aldeia de Betânia, onde, com

especialidade, se hospedava em casa de Marta, Maria e Lázaro. Era ali que ele se abria em suas consolações mais doces e que, em amenas palestras, falava da Vida de além-túmulo, cujos ensinos não ousava ainda confiar a seus discípulos. (Parábolas e ensinos de Jesus. Cairbar Schutel)

            Uma das mais belas ocorrências evangélicas é a que se desenrola em Betânia, pitoresca aldeia da Judéia, por ocasião da visita do Mestre à casa de Marta e Maria.

            Tudo nela é grandioso e comovente, pela simplicidade de que se reveste o divino acontecimento.

            A localidade singela, a casinha modesta e os elegantes contornos do Monte das Oliveiras formam a sugestiva paisagem exterior, emoldurada por um

crepúsculo de incomparável beleza.

            Lá dentro, possivelmente sob o percuciente olhar de vizinhos e curiosos, duas jovens irmãs, espiritualmente distanciadas entre si, acolhem o Mestre Compassivo.

            Maria, assentada aos pés de Jesus, ouve-lhe, embevecida, os ensinamentos; Marta, afanosa, inquieta, ia e vinha arrumando as coisas e preparando frugal repasto para o Hóspede Celeste, que se dignara transpor-lhe os umbrais domésticos.

            No centro da conversação, majestoso e sereno, com os louros cabelos a lhe envolverem os ombros, o Divino Amigo distribuía os tesouros da sua grandeza, enunciando parábolas encantadoras e alegorias de extrema simplicidade.

            A sua palavra harmoniosa pairava no singelo aposento, saturando-o de suave magnetismo e sublimes vibrações.

            Preceitos de humildade, incentivos ao perdão, magníficas noções de fraternidade, advertências justas e oportunas, doces consolações e incisivas referências à necessidade do trabalho construtivo, fluíam, abundantes, dos lábios imáculos de Nosso Senhor.

            Quando se verificava uma trégua na pregação sem atavios de retórica, respeitoso silêncio dominava o recinto, realçando a tocante solenidade daquela hora memorável.

            Maria conservava-se assentada aos pés do Mestre, embriagada de amor evangélico, sonhando os mais belos sonhos de que era capaz o seu formoso coração. A presença de Jesus na rústica habitação de Betânia representava, para o seu idealismo, glorioso minuto, maravilhosa oportunidade que sua alma sensível não desejava perder.

            O espírito de Maria vibrava em planos superiores, ansioso por algo que tivesse, sobretudo, um sentido de permanente beleza e radiosa eternidade.

            Pouco se preocupava, naquele momento, estivesse sua irmã atarefada, entrando e saindo, no preparo do caldo reconfortante com que procurava honrar a pessoa augusta do Mestre.

            Jesus continuava falando, falando, pausadamente...

            Aquela suave e ao mesmo tempo enérgica inflexão de voz tinha o dom de prender, de magnetizar docemente a todos que dele se aproximavam, a todos que o escutavam.

            Num dos instantes em que o Senhor exalçava o trabalho, a generosa e simpática figura de Marta detém-se na sala, agora convertida num minúsculo plenário de luz.

            Observando a irmã enlevada diante de Jesus — esquecida de tudo e alheia a todos — e ouvindo-lhe as derradeiras referências sobre o dever bem cumprido, na pauta das obrigações comuns, interpela-o, em tom queixoso: Senhor, não te importas que minha irmã tivesse deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que me venha ajudar.

            Podemos imaginar a surpresa de todos, no momento em que Jesus era diretamente convidado a opinar sobre um problema trivial, rotineiro, inerente às duas dedicadas anfitriãs.

            Que iria responder o Mestre?

            Exprobraria o procedimento da moça que ficara a seus pés, indiferente ao esforço da irmã?

            Censuraria Marta, por se mostrar tão ciosa dos deveres terrenos, em detrimento dos espirituais?

            Louvaria a dedicação da primeira, que se mostrava tão profundamente interessada nas Verdades por Ele anunciadas?

            Como opinaria o Mestre — perguntavam, cada um a si mesmo, os circunstantes, inclusive Marta e Maria...

            Alguns instantes transcorreram e as palavras de Jesus ecoaram no aposento, com imensa ternura e infinita compreensão: Marta! Marta! andas inquieta e preocupas com muitas coisas.

            O Mestre não censura Marta.

            Não a recrimina.

            Não lhe ironiza a ambliopia mental.

            Não lhe diz, em tom de humorismo, que se acha presa às coisas terrestres.

            Bondosamente adverte-a por sua inquietação ante problemas de rotina —inquietação que revela um estado espiritual ainda inseguro, vacilante, indeciso.

            Falou-lhe, em seguida, da melhor parte, escolhida por Maria, desdobrando ao espírito da jovem um ângulo de vida ainda inexplorado pela sua mente plumitiva. (Estudando o Evangelho. Cap. 55. Martins Peralva).

            À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. (O Livro dos Espíritos. Questão 914. Allan Kardec).

            Há na existência humana — na existência de toda criatura — duas partes: a material, representada pelas obrigações que a própria vida impõe, e a espiritual, representada pelos deveres relacionados com a alma eterna. Ambas são respeitáveis, porque integram o conjunto de necessidades humanas, decorrentes da própria vida em sociedade.

            A mulher e o homem, o velho e a criança, o pobre e o rico, a autoridade e o subalterno, o letrado e o analfabeto vivem as duas partes.O que as distingue, contudo, é que uma tem caráter efêmero e a outra tem caráter definitivo.

            A parte material de nossa vida, em que pese à sua respeitabilidade, é passageira, é transitória.

            A parte espiritual é eterna, imortal, imperecível.

            A inquietação de Marta indica apreço maior à parte material, tanto assim que se não preocupa com as sublimes lições que o Mestre distribui, com abundância — e que Maria absorve, sequiosa.

            À medida que a criatura vai sentindo a parte espiritual, começa a existir nela mesma, do lado de dentro, uma quietude, um sossego, uma profunda e inalterável calma no trato com a outra parte — a material.

            Foi o caso de Maria.

            Não ignorava que a arrumação do aposento e o próprio repasto podiam ser adiados — sem prejuízo para os interesses eternos.

            Podiam ficar para depois, a fim de que se não perdesse o alimento divino que Jesus ofertava.

            O abençoado minuto da visita do Cidadão Celeste representava ocorrência fundamental, inadiável, que, possivelmente, nunca mais se repetisse.

            O Mestre deveria seguir o seu caminho, demandando outras aldeias e outras gentes, a espalhar luz em profusão e bênçãos em abundância. Sol Divino — a iluminar outros sóis, que lhe refletem a claridade...

            Urgia, portanto, não se perdesse uma só de suas palavras, um só dos seus ensinamentos.

            Esse era o conceito de Maria, a respeito da visita de Jesus à sua casa...

            Há muita gente no mundo na posição de Marta:

generosa e fraterna, mas inquieta, agitada, desassossegada ante as coisas perecíveis.

            Muito poucos seguimos o exemplo de Maria, que, acordada para a Verdade, mostrava-se quieta por dentro e por fora, superior aos problemas efêmeros, sem, contudo, desprezar-lhes a valia relativa.

            A advertência do Mestre conserva, ainda hoje, a sua oportunidade.

            É necessário impere em nós o espírito calmo de Maria, inclinado às coisas infinitas, a fim de que as inquietações finitas de Marta nos não impeçam de ouvir, sem enfado, os conselhos do Mestre — que o Evangelho trouxe e o Espiritismo revive.

            O Evangelho, que o Senhor pregava naquela hora a Maria e a Marta, continua sendo o tema de mais fundamental importância para a nossa alma. Por meio de suas lições, sentidas e exemplificadas, caminharemos para o progresso, alcançaremos a luz.

            Os problemas mundanos, sem que os depreciemos, nem lhes diminuamos o valor, atendem, apenas, ao instante que passa. Jesus — no conceito de Maria — era uma realidade que ela desejava perenizar na sua alma; um tesouro que não lhe devia fugir dos olhos e do coração.

            Jesus — no conceito de Marta — era um Hóspede Celeste, cuja presença deveria honrar, naquele instante.

            Os serviços domésticos constituíam, para a jovem afanosa, elemento inadiável.

            O Cristo respeitou, carinhosamente, a imaturidade da moça de Betânia, tanto que se limitou a realçar-lhe a inquietação, tentando reajustá-la: Marta! Marta! andas inquieta e te preocupas com muitas coisas.

            Identificou-lhe, com ternura, a infância espiritual.

            Sabia-a despreparada para remígios mais altos, como plumitiva das coisas espirituais.

            Não a censurou, nem a recriminou. Apenas aconselhou-a, com delicadeza, a que se acalmasse.

            E, sem exaltar a vantajosa posição de Maria, para não lhe prejudicar o germe do entendimento superior, esclarece: Maria, pois, escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada. (Estudando o Evangelho. Cap. 56. Martins Peralva)

            Marta era um exemplar de mulher impecável, aos olhos do mundo; enquanto que Maria, sua irmã, não faria jus à mesma apreciação, em virtude do acentuado cunho de idealismo que a dominava.

         Ainda neste particular, como em outros muitos, o juízo do Mestre contrasta com o dos homens. Assim é que o vemos dizer abertamente: Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada.

         Para o mundo, a boa parte é o utilitarismo, enquanto que para Jesus é o idealismo.

         Marta atendia às coisas da Terra, embora não descurasse as do Céu; Maria identificava-se com estas a ponto de olvidar aquelas. Marta era um perfeito tipo de mulher. Sua irmã ia além; transpunha, ainda que inconscientemente, os limites que separam o humano do divino, o terreno do celestial.

         Na balança da justiça da Terra, Marta pesa mais que Maria; na da justiça do Céu, Maria pesa mais que Marta.

         O mundo vê no idealismo um desequilíbrio, no idealista um semidoido. Não obstante, Jesus manifesta-se positivamente por Maria, dizendo que ela escolhera a boa parte.

         Os homens do século vivem aflitos e afadigados com mil preocupações, que os enervam, quando, em verdade, como assevera o Mestre, poucas coisas são necessárias.

         As inúmeras necessidades que fazem o flagelo da maioria dos homens são fictícias, puros caprichos criados pelas paixões desenfreadas, pelos vícios e taras mórbidas, que se adquirem por imitação e se alimentam por egoísmo.

         A necessidade real é, rigorosamente, uma só: evolver, caminhar na senda da perfeição, que é o senso da vida. “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo.”       

         Assim ensinou o maior idealista que passou peta Terra.

         Em tal importa a boa parte. Felizes os que a escolheram, pois não lhes será tirada, isto é, poderão transporta-la alem do túmulo. É um sonho? É uma ilusão? Que importa? Há sonhos que se transformam em realidades, e ha realidades que se transformam em sonhos. Os bens e os prazeres mundanos são realidades do momento que se tornarão em pesadelos no futuro. A revelação do Céu, essa água viva que Maria sorvia

embevecida aos pés do Senhor, será quimera e loucura para as gentes, mas que se há-de tornar em realidade no próximo porvir que nos espera. (Nas pegadas do Mestre. Marta e Maria. Vinícios)

             Disse Jesus: “Nem só de pão vive o homem”. Saibamos, portanto, aliar o cuidado de que necessita o nosso corpo aos que o nosso Espírito reclama. Uns e outros podem emparelhar, sem prejuízo algum, desde que sejam atendidos com critério.

            “Maria, disse Jesus, escolheu a parte melhor, que lhe não será tirada”. É que o alimento espiritual jamais se perde; é uma semente cujas raízes se prolongam sempre. (Elucidações Evangélicas. Cap. 148. Antônio Luiz Sayão)

             O Espírito Emmanuel afirma: ''Esclarecimento pelo estudo, crescimento mental pelo trabalho e iluminação pela virtude santificante são imperativos para o futuro estágio dos homens.'' (Vinha de Luz. Manjares. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier)

            Numa história relatada pelo Espírito Humberto de Campos, o personagem Pedro Richard faz o seguinte esclarecimento: ''Aproveitamos, nos estudos da doutrina, aquela parte que representava a predileção de Maria, em contraposição com os trabalhos apressados e inquietos de Marta, segundo a observação do Divino Mestre, e pugnamos pelo esforço da reforma interior de cada um, reconhecendo que somente na assimilação dos princípios morais da doutrina, em sua feição de Cristianismo restaurado, poderemos atingir a finalidade de nossas preocupações.'' (Crônicas de Além-Túmulo. 33 - Uma venerável instituição. Humberto de Campos. Psicografado por Chico Xavier).

             Deve o médium sacrificar o cumprimento de suas obrigações no trabalho cotidiano e no ambiente sagrado da família, em favor da propaganda doutrinária?

            O médium somente deve dar aos serviços da Doutrina a cota de tempo de que possa dispor, entre os labores sagrados do pão de cada dia e o cumprimento dos seus elevados deveres familiares.

            A execução dessas obrigações é sagrada e urge não cair no declive das situações parasitárias, ou do fanatismo religioso.

            No trabalho da verdade, Jesus caminha antes de qualquer esforço humano e ninguém deve guardar a pretensão de converter alguém, quando nas tarefas do mundo há sempre oportunidade para o preciso conhecimento de si mesmo. Que médium algum se engane em tais perspectivas. Antes sofrer a incompreensão dos companheiros, que transigir com os princípios, caindo na irresponsabilidade ou nas penosas dívidas de consciência. (O Consolador. Questão 404. Espírito Emmanuel. Psicografado por Chico Xavier).



Leia mais: https://www.passatempoespirita.com.br/aulas/aula-81-marta-e-maria/

- Na Betânia, pequena cidade perto de Jerusalém, ficava a aldeia onde vivia Lázaro e suas irmãs Marta e Maria. Jesus os amava muito e tinha o prazer de descansar e se hospedar na casa deles. Era ali que ele oferecia suas consolações mais doces e  agradáveis palestras.

- Certa vez, em que Jesus visitava a casa deles, Maria, sentou aos pés do Mestre e ouvia-lhe os ensinamentos com muita admiração. No entanto, sua irmã Marta, estava inquieta, ia e vinha arrumando as coisas e preparava o alimento para o hóspede celeste.    

- Maria conservava-se sentada aos pés do Mestre, embriagada de amor evangélico, sonhando os mais belos sonhos de que era capaz o seu belo coração. Enquanto Marta aproximando-se do Mestre, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? O Senhor, porém, lhe respondeu: Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas.  O Mestre não censura Marta. Bondosamente adverte-a por sua inquietação ante problemas de rotina, inquietação que revela um estado espiritual ainda inseguro e indeciso.

- Há na existência humana , na vida de toda criatura, duas partes: a material, representada pelas obrigações que a própria vida impõe (por exemplo: arrumar a casa, fazer os deveres da escola, etc), e a espiritual, representada pelos deveres relacionados com a alma eterna (por exemplo: estudar o evangelho, praticar a caridade, etc). Ambas são respeitáveis, porque integram o conjunto de necessidades humanas, decorrentes da própria vida em sociedade.

- A parte material de nossa vida  é transitória, isto é, passageira.  A parte espiritual é eterna, imortal, ou seja, dura para sempre.

-A inquietação de Marta indica que ela possuia maior consideração à parte material; tanto assim que se não preocupou com as sublimes lições que o Mestre distribuia à Maria. Enquanto Maria compreendia que a arrumação do quarto e o preparo do alimento podiam ser adiados, sem prejuízo para os interesses espirituais.

- Há muita gente no mundo na posição de Marta: generosa e fraterna, mas inquieta, agitada, desassossegada ante as coisas materiais. Os homens vivem aflitos e cansados com mil preocupações, que os enervam, quando, em verdade, poucas coisas são realmente necessárias.  

- Poucos seguem o exemplo de Maria, que  mostrava-se calma por dentro e por fora, superior aos problemas passageiros, sem, contudo, desprezar-lhes o valor relativo. Jesus disse que Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe seria tirada, pois o alimento espiritual (que são os ensinamentos morais, tais como: amor, perdão, respeito, paciência, fé, etc.) jamais se perde



Leia mais: https://www.passatempoespirita.com.br/aulas/aula-81-marta-e-maria/

- Na Betânia, pequena cidade perto de Jerusalém, ficava a aldeia onde vivia Lázaro e suas irmãs Marta e Maria. Jesus os amava muito e tinha o prazer de descansar e se hospedar na casa deles. Era ali que ele oferecia suas consolações mais doces e  agradáveis palestras.

- Certa vez, em que Jesus visitava a casa deles, Maria, sentou aos pés do Mestre e ouvia-lhe os ensinamentos com muita admiração. No entanto, sua irmã Marta, estava inquieta, ia e vinha arrumando as coisas e preparava o alimento para o hóspede celeste.    

- Maria conservava-se sentada aos pés do Mestre, embriagada de amor evangélico, sonhando os mais belos sonhos de que era capaz o seu belo coração. Enquanto Marta aproximando-se do Mestre, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? O Senhor, porém, lhe respondeu: Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas.  O Mestre não censura Marta. Bondosamente adverte-a por sua inquietação ante problemas de rotina, inquietação que revela um estado espiritual ainda inseguro e indeciso.

- Há na existência humana , na vida de toda criatura, duas partes: a material, representada pelas obrigações que a própria vida impõe (por exemplo: arrumar a casa, fazer os deveres da escola, etc), e a espiritual, representada pelos deveres relacionados com a alma eterna (por exemplo: estudar o evangelho, praticar a caridade, etc). Ambas são respeitáveis, porque integram o conjunto de necessidades humanas, decorrentes da própria vida em sociedade.

- A parte material de nossa vida  é transitória, isto é, passageira.  A parte espiritual é eterna, imortal, ou seja, dura para sempre.

-A inquietação de Marta indica que ela possuia maior consideração à parte material; tanto assim que se não preocupou com as sublimes lições que o Mestre distribuia à Maria. Enquanto Maria compreendia que a arrumação do quarto e o preparo do alimento podiam ser adiados, sem prejuízo para os interesses espirituais.

- Há muita gente no mundo na posição de Marta: generosa e fraterna, mas inquieta, agitada, desassossegada ante as coisas materiais. Os homens vivem aflitos e cansados com mil preocupações, que os enervam, quando, em verdade, poucas coisas são realmente necessárias.  

- Poucos seguem o exemplo de Maria, que  mostrava-se calma por dentro e por fora, superior aos problemas passageiros, sem, contudo, desprezar-lhes o valor relativo. Jesus disse que Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe seria tirada, pois o alimento espiritual (que são os ensinamentos morais, tais como: amor, perdão, respeito, paciência, fé, etc.) jamais se perde



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- Na Betânia, pequena cidade perto de Jerusalém, ficava a aldeia onde vivia Lázaro e suas irmãs Marta e Maria. Jesus os amava muito e tinha o prazer de descansar e se hospedar na casa deles. Era ali que ele oferecia suas consolações mais doces e  agradáveis palestras.

- Certa vez, em que Jesus visitava a casa deles, Maria, sentou aos pés do Mestre e ouvia-lhe os ensinamentos com muita admiração. No entanto, sua irmã Marta, estava inquieta, ia e vinha arrumando as coisas e preparava o alimento para o hóspede celeste.    

- Maria conservava-se sentada aos pés do Mestre, embriagada de amor evangélico, sonhando os mais belos sonhos de que era capaz o seu belo coração. Enquanto Marta aproximando-se do Mestre, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? O Senhor, porém, lhe respondeu: Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas.  O Mestre não censura Marta. Bondosamente adverte-a por sua inquietação ante problemas de rotina, inquietação que revela um estado espiritual ainda inseguro e indeciso.

- Há na existência humana , na vida de toda criatura, duas partes: a material, representada pelas obrigações que a própria vida impõe (por exemplo: arrumar a casa, fazer os deveres da escola, etc), e a espiritual, representada pelos deveres relacionados com a alma eterna (por exemplo: estudar o evangelho, praticar a caridade, etc). Ambas são respeitáveis, porque integram o conjunto de necessidades humanas, decorrentes da própria vida em sociedade.

- A parte material de nossa vida  é transitória, isto é, passageira.  A parte espiritual é eterna, imortal, ou seja, dura para sempre.

-A inquietação de Marta indica que ela possuia maior consideração à parte material; tanto assim que se não preocupou com as sublimes lições que o Mestre distribuia à Maria. Enquanto Maria compreendia que a arrumação do quarto e o preparo do alimento podiam ser adiados, sem prejuízo para os interesses espirituais.

- Há muita gente no mundo na posição de Marta: generosa e fraterna, mas inquieta, agitada, desassossegada ante as coisas materiais. Os homens vivem aflitos e cansados com mil preocupações, que os enervam, quando, em verdade, poucas coisas são realmente necessárias.  

- Poucos seguem o exemplo de Maria, que  mostrava-se calma por dentro e por fora, superior aos problemas passageiros, sem, contudo, desprezar-lhes o valor relativo. Jesus disse que Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe seria tirada, pois o alimento espiritual (que são os ensinamentos morais, tais como: amor, perdão, respeito, paciência, fé, etc.) jamais se perde



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