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quarta-feira, 13 de maio de 2020

P  R  O  C  U  R  A  N  D  O     O     C  A  M  I  N  H  O

A pessoa que se volta para Deus procura manter os desejos que nela ... 

Procura o Caminho

Estas três palavras parecerão muito insignificantes para constituir por si só uma regra. Medita um pouco. É realmente o caminho que desejas, ou é que a tua fantasia te oferece uma vaga perspectiva de um grande futuro para abarcar?
 
Tem presente a advertência. O caminho há de ser buscado por ser o caminho.
 
Quando, após séculos de lutas, ganhares a derradeira batalha e exigires o último segredo, estarás então, preparado para um caminho mais avançado.
 
Quando o segredo final desta grande lição for revelado, nele estará aberto o mistério do novo caminho, um caminho que conduz muito além de toda experiência humana e que se acha absolutamente fora do alcance da percepção e imaginação do homem.
 
Em cada um destes pontos é preciso estar seguro de que se escolheu o caminho pelo caminho mesmo, O caminho e a verdade vêm primeiro, logo após segue a vida.
 
Não a procures por esforço extenuante, abra-se aos sussurros do Espírito, reconhecendo a fome que a alma tem de pão espiritual, e a sede de beber da fonte de vida.
 
Absorva o saber pela lei de atração. Ele virá em obediência a esta lei. É seu porque o procuras e nada poderá tirá-lo. As coisas que são para ti, gravitam para ti. E esta será a vossa prova da verdade. A verdade é evidente por si mesma.
 
Quando a alma que desperta ouve a enunciação de uma verdade, estando já preparada a recebê-la, instintivamente a reconhece como verdade. Pode ser incapaz de explicá-la aos outros, ou até a si mesma, mas sabe que assim é, simplesmente SABE.
 
A Mente Espiritual não segue um rumo contrário à razão, mas transcende o intelecto, vai além e vê que o intelecto não pode compreender.
 
Lendo ou ouvindo palavras de que se afirma que são verdades, aceite só aquilo que concorda com a razão superior e deixai de lado aquilo que não concorda a ela.
 
Ao encontrar uma só sentença que combina com a sua razão superior, aceite-a e não se inquiete com o resultado. Se aquilo que não aceitou for realmente verdade, voltará a ti em momento oportuno, quando estiveres preparado.
 
Cada instrutor ensina pelo seu método, e falará alguma coisa omitida por outros. Todos os instrutores estão com parte da verdade, nenhum está com a verdade inteira.
 
Não seja partidário fanático dos instrutores, ouça o que dizem, mas apele para a aprovação da sua alma. Não seja adepto cego, seja um indivíduo.
 
Instrutores e livros são úteis, porque lhes dão sugestões e suprem os elos que faltam. Mas a sua própria alma tem que fazer o trabalho que a ela pertence, ela é o primeiro juiz para dar o que é melhor para si, é o conselheiro mais sábio, o instrutor mais habilitado.
 
Preste atenção à voz do seu interior. Confie em sua própria alma. Olhe para dentro, com confiança, fé e esperança.


Busca o caminho, retirando-te para o interior.
 
Aprenda a penetrar no Silêncio e escute a voz da sua alma, ela te falará de muitas coisas grandes.
 
No Silêncio se desenvolve a Mente Espiritual, ela fornecerá à sua consciência pedaços das grandes verdades que estão enterradas em seus recantos.
 
Fornecerá ao Intelecto certos fragmentos de verdade. O Intelecto é frio, a Mente Espiritual é calorosa, ativa e dotada de alto sentimento.
 
A Mente Espiritual é a fonte de muita inspiração. Poetas, pintores, escultores, escritores, pregadores, oradores e outros receberam esta inspiração no passado e recebem ainda. Esta é a fonte de onde o vidente obtém a sua visão, o profeta a sua previsão.
 
À medida que o homem se desenvolve em Consciência Espiritual, confia mais na Voz Interna e torna-se mais capaz de distingui-la dos impulsos da mente inferior.
 
Aprende a seguir o Espírito e aceita a mão auxiliadora que este lhe estende. Ser guiado pelo Espírito é um fato vivo e real na vida de todos os que alcançaram certo grau de desenvolvimento espiritual.
 

Busca o caminho, avançando resolutamente para o exterior.
 
Não temas, nada pode te fazer mal. Você é uma alma eterna. Olhe ao redor de ti e veja os acontecimentos no mundo, e aprenda disso.
 
Ao teu redor estão lições para serem aprendidas. Veja a vida em todas as suas fases, isto não quer dizer que deves ir para trás e começar a viver de novo fases que já ficaram para trás, olhe para elas sem horror e sem desgosto.
 
Lembre-se que das fases inferiores se desenvolveram fases superiores. Do limo do rio, o belo lótus ergue o seu caule, e através da água se eleva ao ar e desenvolve as suas lindas flores.
 
Olhe ao redor de ti e observe o que as pessoas estão fazendo, dizendo, pensando, tudo isso é bom, em todas as suas fases, para os que estão nesses degraus.
 
Viva a sua vida, no seu próprio plano de desenvolvimento, mas não menosprezes os que ainda estão nos planos inferiores.
 
Não temas o exterior, nem quando se retirar ao interior, ambos são bons, cada um em seu lugar. Que o seu Santuário Interno seja o seu real lugar de descanso, mas não tenhas medo de avançar para o exterior.
 
Não há contradição entre o caminho interior e o exterior. Ambos são necessários. Para cada temperamento, e cada fase da vida, existe uma via mais correta.
 
O estudante não deve contentar-se somente com aquela via do seu temperamento particular, e fechar os seus olhos às outras vias. Assim torna-se fanático, parcial, de vistas curtas.
 
Explore todos os caminhos que lhe parecem conduzir à verdade, segurando aquilo que combina com sua consciência interna e deixando o resto, mas sem condenar aquilo que não pode aceitar.
 
Não seja fanático nem sectário. Porque preferes uma forma de ensino, não conclua que todos os ensinos que não concordam com o seu sejam falsos. A verdade tem muitas formas, cada uma própria para a compreensão de cada pessoa.

Busca-o, mas não em uma direção única. Para cada temperamento existe uma via que parece a mais desejável. Porém, só pela devoção não se encontra o caminho, nem pela mera contemplação religiosa, nem pelo ardor de progresso, nem pelo laborioso sacrifício de si mesmo, nem pela estudiosa observação da vida.
 
Nenhuma destas coisas por si só faz adiantar ao discípulo mais que um passo. Todos os degraus são necessários para subir a escada. Os vícios dos homens se convertem em degraus da escada, um a um, à proporção que vão sendo dominados.
 
As virtudes do homem são degraus necessários, dos quais se não pode prescindir de modo algum. Entretanto, ainda que criem uma bela atmosfera e futuro feliz, são inúteis, se são isoladas. A natureza toda do homem deve ser sabiamente empregada por aquele que deseja entrar no caminho.
 
Cada homem é absolutamente para si mesmo o caminho, a verdade e a vida. 

Mas só o é, quando domina firmemente toda a sua individualidade, e quando, pela energia de sua acordada espiritualidade, reconhece que esta individualidade não é ele mesmo, mas uma coisa que ele criou para seu uso e por cujo meio se propõe alcançar a vida além da individualidade.
 
Busca-o, submergindo-te nas misteriosas e esplêndidas profundidades do mais íntimo do teu ser. Busca-o, provando toda a experiência, utilizando os sentidos, a fim de compreender o desenvolvimento e a significação da individualidade.
 
Busca-o estudando as leis do ser, as leis da natureza e as leis do sobrenatural: e busca-o prosternando a tua alma ante a pequena estrela que arde no interior.
 
Então poderás reconhecer que encontraste o começo do caminho. E quando chegares ao fim, a sua luz se converterá subitamente em luz infinita.
 
Busca-o provando toda a experiência, ao dizer isto eu não estou dizendo ceda as seduções dos sentidos a fim de conhecê-las. Antes de converter-te em ocultista, podes fazê-lo, porém não depois. Uma vez que tenhas escolhido o caminho e nele penetrado, já não podes ceder a tais seduções.
 
Podes experimentá-las sem horror, podes observá-las, medi-las e analisá-las e esperar, com paciência e confiança, mas somente na hora em que nenhuma impressão lhe cause.
 
Mas, não condenes o homem que cede, estenda-lhe a mão como a um teu irmão peregrino, cujos pés se tornaram pesados de lama.
 
Por grande que seja o abismo que existe entre o homem virtuoso e o pecador, é ainda maior entre o homem virtuoso e aquele que obteve o conhecimento, e que é incomensurável entre o homem virtuoso e aquele que se acha nos umbrais da divindade.
 
Quando houveres encontrado o começo do caminho, a estrela da tua alma deixará ver sua luz e, com sua claridade, perceberás quão grande é a escuridão no meio da qual brilha.
 
A mente, o coração, o cérebro, tudo está escuro e em trevas, até que se tenha ganho a primeira batalha. Mas não deixes, por isso, que o espanto e o temor te dominem, mantém teus olhos fixos na pequena luz e esta irá crescendo.
 
Porém, faça com que a escuridão interior te ajude a compreender a desolação daqueles que não viram luz alguma e cujas almas estão em profundas trevas.
 
Não os censures nem te apartes deles, procura aliviar parte do pesado Karma que ao mundo oprime, presta tua ajuda aos poucos braços vigorosos que impedem as potências das trevas de obter uma completa vitória.
 
Sua vida não deve ser unilateral. Tire proveito das vantagens da vida interna, mas não fujas do mundo, porque dele hão de aprender. Você é necessário para outros neste mundo, e os outros para você, faça o que lhes cabe.
 
Não podes fugir nem se quiser, aceite a sua tarefa e empregue o seu presente estado como uma coisa por meio da qual podes subir a coisas maiores. Você é uma peça no grande mecanismo da vida e deve fazer o seu trabalho.
 
Esta vida deve ser levada em seu negócio, sua profissão ou seu ofício. Não podes aguardar até que o mundo compreenda o seu conceito de vida.
 
Não podes impor os seus conceitos ao mundo que ainda para eles não é maduro. A maior parte das pessoas que te circundam, são espiritualmente crianças.
 
Não tenhas medo de rir ou sorrir. Bom humor é um dos melhores dons que Deus dá aos homens, e preserva-os de cometer muitas loucuras. Um sorriso é tão bom como uma prece. Não leves as coisas demasiado sério.
 
Busca-o, prosternando a tua alma ante a pequena estrela que arde no interior. Enquanto vigias e adoras com perseverança, a sua luz irá sendo mais e mais brilhante. Então poderás saber que encontraste o começo do caminho, E quando chegares ao fim, a sua luz se converterá subitamente em luz infinita.
 
O vigésimo preceito deve ser lido, relido e estudado por todo estudante que deseja viver a vida do Espírito, e que deseja adiantar-se no Caminho.
 
Contêm muitas coisas que não se compreenderá com a primeira leitura, nem com a centésima. O seu significado se alargará à proporção que as experiências te tornem preparados a recebê-lo.


Busca a flor que desabrocha durante o silêncio que segue à tormenta, e não antes.

A planta crescerá e se desenvolverá, lançará ramos e folhas, e formará botões enquanto prossegue a tempestade e perdura a batalha.
 
Mas enquanto a personalidade toda do homem não tiver sido dissolvida e fundida, enquanto o divino fragmento que a criou não a manejar como mero instrumento de experimentação e experiências, enquanto a natureza toda não tiver sido vencida e se tornado submissa ao Eu Superior, a flor não poderá se abrir.
 
Então, surgirá uma calma como a que sucede após uma chuva torrencial. Uma calma semelhante se difundirá sobre o espírito fatigado. E no silêncio profundo ocorrerá o misterioso sucesso, o qual provará que se encontrou o caminho.
 
É uma voz que fala onde não há ninguém que fale. Mas pode-se pressentir, procurar e desejar, mesmo no meio da fúria da tempestade. O silêncio pode durar apenas um momento, ou pode prolongar-se por milhares de anos, porém terá fim.
 
Contudo, reterás contigo a sua força. Uma e outra vez terá que ganhar mais uma batalha. O repouso da Natureza só pode ser um intervalo.
 
O desabrochar da flor é o glorioso momento em que a percepção se desperta, com ela nascem confiança, o conhecimento e a certeza. A pausa da alma é o momento de assombro, e o seguinte momento de satisfação é o silêncio.
 
Aqueles que passaram pelo silêncio, sentiram a sua paz e mantiveram a sua força, e anseiam que passes tu também por ele. Quando o discípulo for capaz de entrar no Templo do Saber, encontrará sempre o seu Mestre.
 
Estas regras expostas são as primeiras que foram escritas nos muros do Templo do Saber. Os que pedem, obterão. Os que desejam ler lerão. Os que desejam aprender aprenderão. Os que pedem, obterão. Porém, ainda que o homem vulgar peça continuamente, a sua voz não será ouvida, porque só pede com a mente, e a voz da mente não é ouvida. Portanto, enquanto não houverem sido aprovados nas 21 regras, não digo que os que pedem obterão.
 
Ler no sentido oculto é ler com os olhos do espírito. Pedir é sentir a fome interna, o desejo da aspiração espiritual. Ser capaz de ler significa ter obtido, em grau mínimo, o poder de satisfazer esta fome.
 
Quando o discípulo se preparou para aprender, então é aceito, reconhecido e admitido. Assim deve ser, pois acendeu a sua lâmpada e esta não pode estar oculta. Porém, é impossível aprender, enquanto não tiver ganho a primeira grande batalha.
 
Uma vez que passou pela tormenta e que chegou à paz, então é sempre possível ao discípulo aprender, conquanto ainda possa duvidar vacilar e se desviar.
 
A voz do silêncio mora nele, e ainda que abandonasse por completo o caminho, virá um dia em que ela ressoará e dividi-lo-á em dois, separando as suas paixões das suas possibilidades divinas. Então, no meio do sofrimento e dos gritos desesperados do abandonado eu inferior, ele voltará ao caminho.
 
A paz seja contigo. “A minha paz vos dou”, só o Mestre o pode dizer aos seus amados discípulos, que são Ele mesmo.
 
Mabel Collins -  Trecho do livro "Luz no Caminho"
www.teosofia-liberdade.org.br

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