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V I D A N Ã O P O D E S E
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E N S I N A D A
E N S I N A D A
Será que alguém ensinou esse esquilo a se extasiar diante dessa flor? Creio que os animais, ao contrário do homem, vivem em maior harmonia e unicidade com a Natureza. Não necessitam desligar-se dos acontecimentos, ou seja testemunhar o que se está vivendo para ludibriar a mente. Suponho que nós, seres humanos, somos tão aperfeiçoados que perdemos a simplicidade. Como disse Einstein: "Se você não consegue explicar algo de modo simples é porque não entendeu bem a coisa".
" A experiência do definitivo não é, absolutamente uma experiência, porque quem experimenta está perdido. E onde há aquele que experimenta, o que se pode dizer da experiência - Quem o dirá? Quem relatará a experiência? Quando não há sujeito, o objeto também desaparece: as margens desaparecem, apenas o rio da experiência permanece. O conhecimento ali está, mas o conhecedor está ausente.
Mesmo na vida cotidiana sentimos a inutilidade das palavras. E se ainda não sentiste a inutilidade das palavras, é porque não estiveste vivo, viveste apenas superficialmente. Se o que viveste, seja lá o que for, pode ser transmitido através de palavras, isso significa que absolutamente não viveste.
Quando, pela primeira vez, algo para além das palavras começa a acontecer, então a vida acontece para ti, a vida bate à tua porta. E quando o definitivo bate à tua porta, tu simplesmente te vês para além das palavras - tornas-te mudo, não podes falar. Nem mesmo uma só palavra se delineará em teu interior. E o que for que possas dizer parecerá tão descorado, tão morto, tão sem sentido, tão destituído de qualquer significação, que pensarás estar sendo injusto para com a experiência que te aconteceu. Lembra-te disto, porque Mahamudra é a última, a Definitiva experiência.
Mahamudra significa um orgasmo total com o Universo. Se tiveres amado alguém, algumas vezes sentiste uma fusão, uma submersão - os dois já não são dois. Os corpos permanecem separados, mas há algo entre esses corpos, algo como uma ponte, uma ponte de ouro, e a duplicidade interior desaparece. Uma vida-energia vibra em ambos os polos. Se isso já aconteceu contigo, poderás compreender o que é Mahamudra".
A Instrução de Tilopa sobre o Grande Símbolo (Mahamudra), foi deixada para Naropa, em Vinte e Oito Versos. Analisemos os cinco primeiros versos:
[1] O Mahamudra não pode ser ensinado, ó inteligente Naropa, Mas como você passou pela austeridade rigorosa, Com tolerância no sofrimento e devoção ao mestre, Ó abençoado, guarde esta instrução secreta em seu coração.
[2] Assim como ninguém pode se segurar no espaço, No Mahamudra não existe ponto de apoio. Fique parado no estado natural, sem qualquer artifício. Assim, sem dúvida, os nós se soltarão.
[3] Contemplando o meio do céu vazio, a visão cessa; Do mesmo modo, quando a mente olha para a própria mente, Termina o fluxo do pensamento discursivo e conceitual E é obtido o despertar supremo.
[4] Assim como a neblina da manhã se dissolve no ar, Sem ir a qualquer lugar, mas cessando de ser, As ondas da conceitualização se dissolvem com ondas Quando você contempla a verdadeira natureza de sua mente.
[5] O espaço puro está além das cores e das formas, Permanece imutável quando vestido de preto ou branco; Assim também, a essência da mente está além da cor e da forma E permanece imutável mesmo vestida por ações negras ou brancas.
Parece que precisamos morrer para os sentidos, que, na realidade são essenciais para nos conectar ao mundo, entretanto permanecemos presos a eles como se fossem uma solução. Creio que uma das razões de não entendemos a vida é querer responder, através dos sentidos, conceituando- a . Para ser um bom "vivedor" precisamos olhar para dentro de nós mesmos e sair da periferia, não se apoiando em nada, apenas equilibrando-se sem identificar-se com coisa alguma "parado no estado natural, sem qualquer artifício. Assim, sem dúvida, os nós se soltarão".
Quando contemplamos o vazio, ou seja, quando apenas observamos o mundo material sem julgamentos, sem definições, a nossa visão interior cresce, as correntes que nos prendem as manifestações das esferas dos desejos vão-se perdendo ao longo do caminho, sentimo-nos mais leves, mais amorosos, mais complacentes; os pensamentos, apesar de continuarem seu fluxo em nossa mente, circulam mais devagar, podemos até observá-los. Estamos despertando. Estávamos dormindo enquanto presumíamos controlar a Vida; a Vida é a sabedoria superior manifestada. Ninguém pode controlá-la.
"... O espaço puro está além das cores e das formas, Permanece imutável quando vestido de preto ou branco..." Ora, ora... nós, simples seres em evolução, pequeninas células nesse Universo infinito, ao invés de observar e experimentar a sabedoria que a vida nos traz queremos mudá-la ao nosso bel prazer. Não importa de qual cor queremos pintar a vida. Ela está aí para cumprir seu propósito.
Mais uma vez Osho nos faz
refletir:
"Nesta profunda aceitação de seu ser natural
está a semente de
sua transformação.
E quando ela vem por si mesma, então
é um crescimento."
https://pierrechristoph.blogspot.com
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