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sexta-feira, 22 de maio de 2020

F O R Ç A S   E   S E R E S   H O S T I S

Sinais Que Anunciam A Noite Escura Da Alma | Spaltron.net 

As forças hostis existem e são conhecidas dos yogues desde os dias dos antigos Vedas e de Zoroastro na Pérsia, além da Europa antiga. Essas coisas não podem ser sentidas ou conhecidas enquanto a pessoa vive na mente comum, em suas ideias e percepções.

Mas quando a pessoa começa a ter a visão interior, é diferente. Ela começa a perceber que tudo é uma ação de forças, forças físicas e psicológicas que influenciam sobre nossa natureza – e essas forças são conscientes, ou sustentadas por uma consciência por trás delas.

Muitas vezes uma crise na vida pessoal é resultado de uma ação das forças universais, e não meramente uma ação independente de sua própria personalidade. A pessoa não está consciente dessa intervenção e pressão. Aqueles que desenvolveram a visão interior das coisas do plano vital têm muita experiência com as forças hostis. No entanto, não é necessário preocupar-se com elas enquanto permanecerem desconhecidas.
 
Aqueles que têm uma fé viva e completa no Divino e uma natureza sátvica não precisam se preocupar com as forças hostis, pois estas não podem apossar-se de sua natureza e são repelidas.
 
O ensinamento sobre as forças hostis é necessário para aqueles que têm uma consciência dividida ou um temperamento mais rajásico, pois se não estiverem atentos podem cair sob o controle de forças indesejáveis do Desejo e do Ego.

As forças hostis têm seu próprio mundo, e se ali se mantivessem, não haveria objeção a sua existência. Há um mundo que lhes é natural e tem seu próprio ritmo, seu próprio dharma. Mas elas querem dominar a evolução e para isso estabeleceram seus postos nos mundos vitais que influenciam a natureza terrena e lhes dão materiais para a vida.

Elas foram criadas, ou melhor, manifestadas, como um tipo que expressa algum estresse cósmico, alguma possibilidade no Infinito, a expressão de um certo tipo de consciência e força.

Quando o trabalho que lhes é permitido fazer sobre a terra, o trabalho de negação, perversão, estragos, estiver terminado, elas serão destruídas aqui, mas poderão continuar a existir em seu próprio universo, fora desse nosso sistema.

Pois sua presença é Adharma, uma perturbação da verdadeira harmonia e evolução natural que deve existir no plano terreno; é uma intrusão e não uma presença natural.
 
Se não houvesse forças hostis na evolução terrena, poderia haver ignorância, mas não perversidade na ignorância.

Existem diferentes Forças no universo. Se uma Força trabalha para purificar e abrir o Sistema, se traz consigo luz ou paz, ou prepara a mudança de pensamentos, sentimentos, caráter no sentido de entrar em sintonia com uma consciência superior, então é uma Força do bem. Mas se for obscura ou perturbar o ser com sugestões rajásicas ou egoístas, ou que excitam a natureza inferior, então é uma Força adversa.

Os seres hostis possuem corpos, embora não corpos físicos. Eles veem, mas com uma visão sutil que inclui não apenas corpos, mas movimentos de forças, pensamentos, sentimentos.

Muito grandes são os poderes ocultos dos seres hostis. São seus poderes ocultos e seu conhecimento dos processos ocultos que os fazem fortes e efetivos.

As forças hostis são muito pragmáticas para se preocuparem com a Verdade, elas querem apenas sucesso. Quanto mais inconsciente você for, quanto mais for uma ferramenta automática, mais elas ficam satisfeitas, pois é a inconsciência que lhes dá sua oportunidade.

O universo é certamente, ou tem sido até agora, aparentemente um duro jogo com as chances do dado maiores para os Poderes da escuridão, para os Senhores da obscuridade, falsidade, morte e sofrimento. Mas temos que toma-lo como é e descobrir o modo de vencer. A experiência espiritual mostra que por trás das aparências existe um vasto campo de igualdade, calma, liberdade, onde podemos ganhar o poder que conquista.

As forças hostis são o Poder que mantém a ignorância e escuridão no mundo, e só podem ser destruídas quando a humanidade não mais amar a ignorância e a escuridão. Cada aspirante deve desarraigá-las de seu ser. Quando se forem dele, então não haverá mais qualquer dificuldade séria em suas práticas.

As Forças hostis são Poderes da Escuridão que se revoltam contra a Luz e a Verdade e querem manter esse mundo sob seu governo na escuridão e na ignorância. Sempre que alguém deseja alcançar a Verdade, realizar o Divino, elas se colocam em seu caminho o mais que podem.Mas são especialmente contra o trabalho que eu e a Mãe estamos fazendo, trazer para baixo a Luz aqui na Terra e estabelecer a Verdade – e isso significaria sua própria expulsão.

Desse modo, elas sempre tentam destruir o trabalho como um todo e atrapalhar as práticas de cada buscador. Todos os aspirantes são atacados, uns mais, outros menos, especialmente quando estão fazendo um grande progresso – é aí que essas Forças tentam interferir.A única maneira de evita-lo é voltar-se para a Mãe e recusar qualquer oportunidade a essas Forças.

Os Asuras e Rakshasas etc. não pertencem à Terra, mas a mundos suprafísicos; mas eles agem sobre a vida terrena e disputam o controle da vida e ação humanas com os deuses. Eles são os Poderes da Escuridão que combatem os Poderes da Luz.

Às vezes possuem os homens a fim de agir através deles, às vezes nascem em um corpo humano. Quando sua utilidade no drama terreno acabar, eles serão transformados, ou desaparecerão, ou não mais procurarão intervir nesse drama.

A tentação realizada por Apsaras (seres femininos do mundo vital) é possível, mas não acontece com frequência – porque é difícil para os seres dos mundos sutis se materializarem por muito tempo. Eles preferem agir influenciando os seres humanos, usando-os como instrumentos ou tomando posse de um corpo e mente humanos.

Existem dois tipos de Asuras— um tipo era divino em sua origem, mas caiu de sua divindade por vontade própria e por oposição à intenção do Divino. Esse tipo é relatado nas escrituras hindus como os primeiros ou primitivos deuses; eles podem ser convertidos e sua conversão é realmente necessária para os propósitos finais do universo.

Mas o Asura comum não é assim, não é um ser que evolui, mas um ser típico e representa um princípio fixo da criação que não evolui nem muda e não pretende fazê-lo. Esses Asuras, assim como os outros seres hostis, Rakshasas, Pisachas e outros, lembram os demônios da tradição cristã e se opõem à intenção divina e ao propósito evolucionário do ser humano.

Eles não mudam o propósito pelo qual vivem, que é maligno, por isso têm de ser destruídos assim como o mal. Esse Asura não tem alma, não tem um ser psíquico que possa evoluir a um estado superior; ele tem apenas um ego, e geralmente um ego muito poderoso; ele tem uma mente, às vezes uma mente altamente intelectualizada; mas a base de seu pensamento e sentimento é vital e não mental, a serviço de seu desejo e não da Verdade. Ele é uma formação assumida pelo princípio vital para um tipo particular de trabalho e não uma formação divina ou uma alma.

Alguns tipos de Asuras são muito religiosos, muito fanáticos com sua religião, muito estritos sobre as regras de conduta ética. Outros, logicamente, são justamente o oposto. Existem outros que usam as ideias espirituais sem acreditar nelas, a fim de enganar o buscador. Foi isso que Shakespeare descreveu como o demônio citando as Escrituras para seu próprio propósito. No presente, o que eles mais estão fazendo é tentar despertar a obscuridade e fraqueza das partes materiais, vitais e da mente física a fim de impedir o progresso do buscador.

Com relação aos Asuras, não muitos deles têm demonstrado sinais de arrependimento ou possibilidade de conversão até agora. Não é de surpreender que sejam poderosos num mundo de Ignorância, porque apenas têm de convencer as pessoas a seguir a inclinação de sua natureza inferior, enquanto o Divino sempre chama para uma mudança da natureza.

Os Asuras são na verdade o lado escuro do plano mental, ou mais estritamente, do plano mental-vital. Essa mente é o campo dos Asuras. Sua principalmente característica é a força egoísta e a luta, que recusa a lei superior. O Asura tem autocontrole, austeridade e inteligência, mas tudo isso para beneficiar seu ego.

No plano vital inferior, as forças correspondentes são os Rakshasas, que representam as paixões e influências violentas. Existem também outros tipos de seres no plano vital que são chamados Pisachas e Pramathas. Eles se manifestam mais ou menos no plano físico-vital.

No plano físico, as forças correspondentes são seres obscuros, mais forças que seres, que os teosofistas chamam de elementais. Esses não são seres fortemente individualizados como os Rakshasas e Asuras, mas são forças obscuras e ignorantes trabalhando no plano físico sutil. O que chamamos em sânscrito de Bhutas em sua maior parte está incluído nessa classe. Mas há dois tipos de elementais, um tipo prejudicial e o outro não. Não existem Asuras nos planos superiores onde a Verdade prevalece.

Os Gandharvas são do plano vital, mas são deuses vitais, não Asuras. Muitos Asuras são belos em aparência e podem até mesmo possuir uma luz à sua volta. Os Rakshasas, Pisachas, etc. é que são feios em aparência.

Alguns dos seres vitais são muito inteligentes – mas não querem a luz, apenas tentam evitar a destruição e esperar que chegue sua hora de desaparecer.

Poucos seres vitais nascem na Terra – eles preferem apossar-se de seres humanos e fazê-los seus instrumentos. Eles não evoluem. Não possuem um ser psíquico que evolui e temem encarnar justamente porque nesse caso seriam obrigados a progredir.

Sri Aurobindo
http://yoga-ensinamentos.blogspot.com 
 

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