O JARRO DE ÁGUA
Um mestre Zen reuniu todos os seus monges, pois desejava enviar um
deles para abrir um novo mosteiro. Colocando um jarro cheio de água no
chão, disse: Quem pode dizer o que é isto sem mencionar o nome?
O chefe dos monges, que esperava ser escolhido, disse: Ninguém pode
chama-lo de sapato de madeira. Outro monge disse: Não é um lago, pois
pode ser carregado. O monge cozinheiro, que estava por ali, andou até o
jarro, chutou-o e foi embora.
O mestre Zen sorriu e disse: O monge cozinheiro vai ser o mestre no novo mosteiro.
Tente perceber. A realidade não pode ser conhecida através do
pensamento. Pode ser conhecida através da ação. O pensamento é um
fenômeno igual ao sonho, mas no momento em que você age, você se torna
parte da realidade.
A mente é sempre ambiciosa. O ego planeja, mas qualquer coisa que
planejar fugirá da realidade. A realidade só pode ser encontrada
espontaneamente.
Existem muitas histórias sobre os tempos antigos, mas este tem sido
quase sempre, um dos testes básicos que os mestres Zen fazem aos seus
discípulos – pedem para exprimir algo sem usar a linguagem.
E a mente se sente confusa, pois conhece apenas a linguagem, e nada
mais. Se a linguagem é barrada, a mente é barrada. O que é a mente senão
acumulação verbal – nome, palavras, linguagem?
Quando um mestre Zen diz: Não use o nome, ele está dizendo: Não use a
mente. Faça alguma coisa, de modo a exprimir o que é aquele determinado
objeto, porque, a palavra Deus não é Deus, a palavra homem não é homem,
a palavra rosa não é rosa. A rosa existe quando não há linguagem – ela
não depende da linguagem.
Se você decide antes o que vai fazer e age a partir dessa decisão,
você perde a realidade. A realidade é um fluxo constante; ninguém sabe o
que vai acontecer – é imprevisível. Se sua resposta é preparada de
antemão, você já está morto. Então virá o amanhã, mas você não existe
mais. Estará preso no ontem, no que passou.
Todas as mentes muito verbais são fixas. Vá a um Pandita (Professor), a uma pessoa que diz ser sábia, e pergunte: O que é Deus?
Antes mesmo de você perguntar, ele começará a responder. Sua pergunta
não é respondida, pois antes de você fazê-la o homem lhe dá a resposta.
E essa é a diferença entre um homem de sabedoria e um homem de
conhecimento. O homem de conhecimento tem respostas prontas – você
pergunta, e a resposta já está lá. Você é irrelevante; sua pergunta é
irrelevante. Antes da pergunta já existe a resposta. Sua pergunta
simplesmente aciona a memória – de algum livro, de alguma escritura, não
é a sua experiência.
Se você vai a um homem de sabedoria, ele não tem respostas para você.
Não tem nada pronto. Ele está aberto; é silencioso. Ele responderá, mas
primeiro sua pergunta ressoará em seu ser, não em sua memória. A
resposta vem através do seu ser. Ninguém pode predizer essa resposta. Se
você for no dia seguinte e fizer a mesma pergunta, a resposta não será a
mesma.
Perceba... A mente está sempre orientada para o resultado. O que vai
acontecer? Se eu fizer isso, então, o que acontecerá? A mente está
sempre querendo um resultado; é orientada para isso. Antes de agir a
mente quer o resultado.
Algumas pessoas vêm até mim e perguntam: Se meditarmos, o que
acontecerá? Qual será o resultado? Lembre-se: A meditação nunca pode ser
orientada para o resultado. Você simplesmente medita, e isso é tudo.
Tudo acontece, mas não será um resultado. Se você estiver buscando o
resultado, nada acontecerá – a meditação será inútil. Quando você busca
um resultado, é mente; quando não busca um resultado, é meditação.
Então, chute o jarro e saia; medite e vá embora. Não pergunte pelo resultado. Se pensar no que acontecerá, não poderá meditar.
Osho
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