Translate

sábado, 10 de janeiro de 2015

NO AMOR NÃO HÁ LUGAR PARA AUTORIDADE E CONFORMIDADE


Como é fácil destruir o que amamos! 
Com que rapidez surge uma barreira entre nós, 
uma palavra, um gesto, um sorriso! 
A saúde, o humor e o desejo nos entristecem 
e o que era maravilhoso torna-se insípido e opressivo. 

Pelo uso nós nos desgastamos, e aquilo que era vivo e claro torna-se cansativo e confuso. Por meio de constantes atritos, esperanças e frustrações, aquilo que era belo e simples 
torna-se terrível e cheio de expectativas. 

Relacionamentos são complexos e difíceis, e poucos conseguem sair deles ilesos. Embora quiséssemos que fosse estático, duradouro e contínuo, o relacionamento é um movimento, 
um processo que deve ser profundo e 
completamente entendido, e não forçado a se conformar 
a um padrão interno ou externo. 

A conformidade, que é a estrutura social perde seu peso 
e autoridade somente quando há amor. 
O amor no relacionamento é um processo purificador, 
pois revela os mecanismos do eu. Sem essa revelação, 
o relacionamento tem pouca importância. 

Mas como lutamos contra essa revelação! 
A luta assume muitas formas: controle ou submissão,
 medo ou esperança, ciúme ou aceitação e assim por diante. 
A dificuldade é que nós não amamos; e se nós de fato amamos, queremos que isso funcione de uma forma particular, 
não lhe damos liberdade. 

Nós amamos com nossas mentes e não com nossos corações. 
A mente pode se modificar, mas o amor, não. 
A mente pode se tornar invulnerável, mas o amor, não; 
a mente pode sempre se retrair, ser exclusivista, 
tornar-se pessoal ou impessoal. 

O amor não é para ser comparado e tolhido.
Nossa dificuldade está naquilo que chamamos amor, 
 que é realmente da mente. Enchemos nossos corações com coisas da mente e mantemos nossos corações sempre vazios e cheios de expectativas. É a mente que se apega, 
que é ciumenta, que controla e destrói. 

Nossa vida é dominada pelos centros físicos da mente. 
Nós não amamos e não deixamos em paz, 
mas ansiamos por ser amados; nós damos a fim de receber, 
que é a generosidade da mente, não do coração. 
A mente está sempre buscando garantia, segurança; 
e pode o amor ser garantido pela mente? 
Pode a mente, cuja própria essência é temporal, 
perceber o amor, que é sua própria eternidade?

Nossa maior dificuldade é estar ampla e profundamente 
atentos ao fato de que não existem meios para o amor 
como um objetivo desejável da mente. 
 Quando entendemos isso real e profundamente, 
há uma possibilidade de receber algo que não é desse mundo. Sem o toque desse algo, façamos o que quisermos, 
não poderá haver felicidade duradoura no relacionamento. 

 Se você receber essa graça e eu não, 
naturalmente estaremos em conflito. 
Você pode não estar em conflito, mas eu estarei; 
e em minha dor e tristeza eu me desligarei. 
A dor é tão exclusiva quanto o prazer, 
e até que exista aquele amor que não seja uma construção minha o relacionamento será dor. 

Se houver a benção daquele amor, você nada poderá fazer a não ser me amar pelo que sou, pois então não moldará o amor segundo o seu comportamento. Quaisquer que sejam 
os truques da mente, somos independentes; 
embora possamos estar em contato um com o outro 
em alguns pontos, a integração não é com você, 
mas dentro de mim. 

 Essa integração não é resultado da mente 
em nenhum momento; ela toma forma somente 
quando a mente está inteiramente silenciosa, 
tendo alcançado o limite de suas forças. 
Somente assim não existe dor no relacionamento. 

Krishnamurti em, Comentários sobre o Viver


O Amor deve e tem que estar presente em todos os aspectos da vida. Na sua ausência tudo fica confuso, pois é aí que a mente comanda e ela não sabe amar, ela é racional, concreta. É como se fosse uma tabuada, cujo resultado está padronizado. Não existem padrões para o amor, ele não é material, não é racional. Por isso, enquanto a mente estiver presente nos relacionamentos, estaremos sempre somando, subtraindo, dividindo ou multiplicando uns aos outros. "Ame e compreenderás". KyraKally 

Nenhum comentário:

Postar um comentário