COMO PODEMOS ACEITAR
O SOFRIMENTO DO MUNDO ?
Quando
confrontados com “imagens” como esta
podemos nos sentir tão fracos, tão
instáveis
como
se estivéssemos vivendo num mundo
que enlouqueceu e está fora de controle.
Parece
que tudo é um pesadelo... como se um
demônio
ou alguma força negra estivesse dominando.
Alguns
começam a falar da proximidade do Apocalipse. Realmente se parece com o fim do
mundo daquele conto de ficção que um dia imaginamos. De nossa frustração e decepção,
a raiva pode aparecer, a tentativa final do ego
de controlar as coisas.
Essa
é a hora de cantar mais alto nossas músicas de amargura, derrota e fúria
desenfreada? É a hora de desistir?
A
filosofia do niilismo estava correta, no fim das contas?
É o mundo um engano sem significado,
uma
aberração da consciência,
um
desperdício do tempo de todo mundo?
No
meio da devastação procuramos respostas,
causas, alguém ou algo a quem culpar,
uma
saída para toda essa confusão,
essa
energia de vida não processada.
Culpamos
os assassinos? Os pais deles?
Toda
a sociedade? O cérebro humano?
A
comida que comemos? Químicos?
As estrelas? Nossos governos? Religiões?
Reduzimos
os assassinos a loucos doentes,
desenganados e malignos?
Vamos
à guerra com eles como eles vieram
à guerra conosco, desejando mais mortes
sobre
eles e seus parentes? Entramos naquela
velha história de bem versus mal,
nós contra eles? Nós avançamos
na solidificação
de nossa identidade com
um
senso de eu construído pela mente?
Voltamo-nos para mestres
espirituais
a fim de nos confortar com conversas sobre a natureza ilusória da vida e
da não-realidade de tudo que vemos?
Nós regurgitamos palavras como
“nada importa”,
“é tudo um jogo inocente de maya” e
“ninguém tem escolha mesmo”?
Nós chamamos o que vemos de “ilusão”,
nos poupando da dor de ter que
confrontar
a confusão e o aparente descontrole dessa
manifestação relativa e impermanente?
manifestação relativa e impermanente?
Fingimos
que os eventos do mundo não tem nada a ver conosco,
que tudo está desconectado e que somos
ilhas
em nós mesmos?
Descemos
ao solipsismo? À anarquia?
Fechamos
nossos corações de maneira ainda mais forte
do que ele já está
(fechado), construímos muros ainda
mais altos e
vivemos em um estado protegido
do medo?
Desistimos
deste mundo e sonhamos
com uma vida perfeita após a morte?
Nós buscamos conclusões sobre quão
bom ou mal é o universo, fixando uma visão otimista ou pessimista?
Usamos a
“realidade” do noticiário como uma desculpa
para desistir, para nos fechar, para esquecermos
quem
realmente somos? Deixamos os “terroristas” vencerem
ao viver nós mesmos em
terror e aterrorizando
os outros que classificamos como “maus”?
Nós
acrescentamos problemas aos que vemos?
Ou usamos a aparência dos problemas
para olhar
mais profundamente para nós mesmos e o jeito
que vivemos e tratamos os outros?
Vemos a loucura como um chamado para a claridade?
A violência como um chamado para o
amor?
A dor como um chamado para a compaixão?
O terror como um chamado para lembrar e
expressar
mais profundamente e com mais convicção
aquela infinita
inteligência que nós somos?
Que
“notícias” estamos ensinando às nossas crianças?
Estamos lhes ensinando que elas nasceram num mundo essencialmente assustador, mau e doente e que
deveriam viver com medo e ódio?
Ensinamos que a violência é inevitável,
que
está “embutida” em nossa natureza?
Ou lhes ensinamos que os assassinatos e as
torturas
que vemos no noticiário todos os dias brotam de um profundo esquecimento de quem somos, de uma crença falsa
e desorientada de separação?
Estamos lhes ensinando a desistir
de seus sonhos
porque existem pessoas más lá fora que desejam lhes impedir? Estamos lhes
ensinando a desistir do amor,
a desistir da compaixão, a desistir da mudança,
a desistir da humanidade, a desistir da alegria
por causa de todas as “notícias”?
Estamos lhes ensinando
a focar no que está errado com o mundo, a se apegar ao negativo, a cantar
músicas de derrota e desilusão?
Estamos lhes cegando para o
“negativo” ao focá-los exclusivamente no “positivo”?
Ou estamos lhes ensinando a reconhecer a violência do mundo,
a dor dele, mas a ver que toda essa tristeza é parte de uma realidade infinitamente
maior, uma realidade onde tudo está interconectado e tudo importa e tudo está em equilíbrio
e nada está escrito em pedra?
Não use as “notícias” como uma
desculpa para parar
de viver sua verdade, nem por um momento sequer.
Não acredite, nem por um segundo, que há uma força chamada “maldade” capaz de vencer a Vida.
O terror não pode vencer, porque ele
nasce de um engano grosseiro a respeito de nossa natureza.
Nós estamos apenas nos machucando,
nos esfaqueando, nos matando... e lá no fundo
sabemos disso e sempre soubemos.
Uma
onda nunca pode estar separada do oceano nem
de nenhuma outra onda, e para além de nossas diferenças
de opiniões e crenças, somos todos movimentos
de uma Única Vida, da verdadeira Força
que vai além da força mundana das armas e de machados pingando sangue.
Ensine a seus filhos a realidades do
mundo, sim,
porém, mais importante que isso, ensine-os
a reconhecerem a realidades de seus corações
e dos corações daqueles que chamamos de “outros”.
Deixe
a onda atual de violência servir,
na verdade,
para aprofundar sua convicção na eterna e inatingível bênção da Presença que você sempre
soube, e reconfirmar sua intenção de acabar com toda violência em você mesmo,
a
viver como você sabe que pode viver. Não permita que as “notícias” ou as histórias selecionadas e apresentadas a você como notícias lhes
distraiam da Verdade.
Mantenha seus olhos no prêmio.
Jeff Foster
Se
não estivermos em constante conexão com a Realidade Superior não
conseguiremos entender nem aceitar o sofrimento do mundo. "Mantenha seus
olhos no prêmio", diz Jeff Foster. Suponho
que ele está nos convidando para sermos mais tolerantes, mais amorosos,
mais compreensivos, mantendo, assim, nossos olhos no prêmio, que é o
merecimento divino. Que importa se outros queiram continuar a respirar
essa poeira contagiante que resulta dos confrontos, da angústia, do
sofrimento ... Todos esses movimentos, aparentemente negativos, é o
resultado do reajustamento do planeta se curando daquilo que erradamente
fizemos para ele ao longo dos anos. Nada conhecemos dos "Mistérios de
Deus", então acreditemos e respeitemos o que está destinado para a
humanidade, que certamente é o melhor, pois Deus é puro amor. Lembrei-me agora do velho ditado que diz: "Deus escreve certo por linhas tortas". KyraKally
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