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sábado, 24 de janeiro de 2015

A IMAGINAÇÃO


Quando você não exigir nada do mundo, nem de Deus, 
quando você não quiser nada, não buscar por nada,
 e não esperar nada, então o Estado Supremo virá até você 
sem ser convidado, e inesperado.


 Atualmente, seu Ser está misturado com o experimentar. 
Tudo o que você precisa é separar o Ser da mistura do Ser
das experiências. Uma vez que você tenha conhecido o puro Ser, sem ser isto ou aquilo, você vai discerni-lo entre as experiências; e não será mais enganado por nomes e formas. Auto-limitação é a própria essência da personalidade.


O buscador é aquele que está em busca de si mesmo. 
Logo ele descobre que em seu próprio corpo ele não pode ser. Uma vez que a convicção 'Eu não sou meu corpo' se torne tão enraizada que ele não possa mais sentir, 
pensar ou agir para, e em benefício do corpo, ele descobrirá facilmente que ele é oser universal, sabendo, agindo; que nele, e através dele, todo ouniverso é real, consciente e vivo. Este é o cerne do problema.Ou você é corpo-consciência e um escravo das circunstâncias, ou você é a consciência universal em si mesma - 
e no controle de cada evento.


 A ignorância é como uma febre - 
faz você ver coisas que não estão ali. 
O Karma é o tratamento prescrito pela divindade. 
Dê a ele as boas vindas e siga suas instruções fielmente, que você logo ficará bom. Um paciente deixará o hospital depois de se recuperar. Insistir em liberdade de escolha ou ação imediatas apenas retardará a recuperação. Aceite seu destino e cumpra-o, este é o melhor caminho para se libertar do destino. Aceitação não significa não-agir, omitir-se. Pelo contrario; somente com a aceitação poderemos escolher como agir construtivamente. 
Se negarmos o que quer que seja, tal qual uma pessoa que nega estar doente, porque ela tomaria o remédio? 
A aceitação da situação é condição necessária 
para o agir corretamente.


Volte ao estado de puro Ser, onde o 'Eu Sou' ainda é puro, 
antes de ser contaminado pelo 'Eu sou isso' ou 'Eu sou aquilo'. Seu fardo são as falsas auto-identificações - 
abandone todas elas. É suficiente que você não se imagine 
como sendo seu corpo. É a ideia 'Eu sou esse corpo' que é tão calamitosa. Ela o cega completamente para a sua natureza real. Nem sequer por um momento pense que você é seu corpo. 
 Não dê a si mesmo nenhum nome, nenhuma forma. 
A realidade é encontrada na escuridão e no silêncio.
Você não precisa parar de pensar. 
Apenas deixe de estar interessado. É o desinteresse que liberta. Não se apegue, isso é tudo.


Dor e prazer sempre andam juntos. 
Liberdade de um significa liberdade de ambos. 
Se você não se importa com o prazer, não terá medo da dor. Mas há a felicidade, a qual não é nenhum dos dois, 
a qual está completamente além.

No momento, você é dirigido pelo princípio do prazer-dor, 
que é o princípio do ego. Você está acompanhando o ego; 
e não lutando contra ele. Você nem sequer está consciente do quão totalmente está envolvido nas suas considerações pessoais. Um homem deveria estar sempre revoltado contra si mesmo, porque o ego, como um espelho rachado, estreita e distorce. 
É o pior de todos os tiranos, ele o domina absolutamente.

 
O puro Ser, preenchendo tudo e além, não é a existência, 
a qual é limitada. Toda limitação é imaginária, 
apenas o ilimitado é real.

 
A pessoa é simplesmente o resultado de um equívoco. 
Na realidade, não existe tal coisa. Sentimentos, pensamentos e ações desfilam ante o observador em uma sucessão sem fim, deixando traços no cérebro e criando a ilusão da continuidade. Um reflexo do observador na mente cria o sentimento de 'Eu' e a pessoa adquire uma existência aparentemente independente. Na realidade não há pessoa, apenas o observador identificando-se a si mesmo com o 'Eu' e o 'meu'.


 Não há etapas para a realização. Ela acontece repentinamente e é irrevogável. Você entra em uma nova dimensão, 
vistas a partir da qual as anteriores são meras abstrações. Assim como no nascer do sol você vê as coisas como elas são, 
da mesma maneira, na auto-realização você vê tudo como é. 
O mundo da ilusão é deixado para trás.

Não há meta, nem maneira de alcançá-la. Você é o caminho 
e a meta, não há nada mais a alcançar, exceto você mesmo. Tudo que  necessita é compreender e compreensão é o florescimento da mente. A árvore é perene, mas a florada e o amadurecimento dos frutos vêm no tempo certo. 
As estações mudam, mas não a árvore. Você é a árvore, teve inumeráveis galhos e folhas no passado e  ainda os terá no futuro - mas você permanece. Você deve conhecer não o que era, ou virá a ser, mas o que É. Seu é o desejo que cria o universo. Saiba que o mundo é sua própria criação, e seja livre.

A vida em si mesma não tem desejos. Mas o eu falso quer continuar - prazerosamente. Por essa razão, está sempre trabalhando para garantir a sua continuidade. 
A vida é destemida e livre. Enquanto você tiver a ideia 
de estar influenciando os eventos, a libertação não é para você; a própria noção de ser o autor, de ser uma causa,
 é um laço que prende.

 
 
Nisargadatta Maharaj em Seeds of Consciousness
 
 
A nossa imaginação é muito fértil e nos confunde... existimos mais imaginando do que sendo o que realmente deveríamos ser. No décimo quinto capítulo do Gita (livro sagrado hindu) há a descrição de uma árvore invertida. Os galhos ficam no chão e as raízes no céu. "Este símbolo significa que sua origem é a Divindade; a consciência. Esta é a sua raiz. A mente e todas as suas parafernálias são como os galhos. E todos os tipos diferentes de ritmos na vida, todas as diferentes emoções, etc., são como as folhas. Elas não permanecem, elas se vão. Então, se você está focando nas folhas e esquece de regar as raízes, a árvore não irá perdurar". Então, esse corpo que usamos é apenas uma vestimenta, por sinal muito perfeita, para a manifestação do nosso Ser aqui no mundo material. A identificação com o corpo nos leva à imaginação. Precisamos compreender isso. KyraKally.

 
 

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