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quarta-feira, 7 de julho de 2021

 VOCÊ É O SENHOR DA SUA MENTE ?

 

O poder do pensamento concentrado, aplicado à vida cotidiana, é amplamente reconhecido. Não há, pois, necessidade de provas ou explicações especiais. mas o homem comum não usa convenientemente nem mesmo uma fração desse poder. Se o leitor discordasse disso, gostaria que me explicasse, ou, melhor, explicasse a si próprio, se sabe por que está pensando de certo modo particular e não de outro, por que os pensamentos lhe surgem na mente, "convidados" ou não, e se é capaz de prever em que estará pensando ao cabo de alguns instantes. Pode de fato fechar a mente, segundo sua vontade, a um pensamento que o importune? De onde vêm os pensamentos?

Se estas perguntas ficarem sem resposta, teremos de reconhecer que não somos senhores de nossa mente. Um dos principais objetivos deste estudo é pôr fim a essa condição indesejável.

Controlar uma máquina significa ser capaz de pô-la em ação, modificar sua velocidade e, finalmente, fazê-la parar quando necessário. E isso é exatamente o que se exige da mente disciplinada.

O verdadeiro poder de concentração não é apenas a habilidade de dirigir e manter, por alguns minutos, toda a atenção focalizada exclusivamente sobre, por exemplo, a cabeça de um alfinete, e sim a capacidade de fazer parar a máquina pensante e observá-la enquanto parada. O artista sente-se seguro de que suas mãos lhe obedecem e executam exatamente o movimento exigido. Por isso nem sequer pensa no assunto e trabalha sem preocupar-se, sabendo que as mãos, em dado momento, farão precisamente o que ele deseja. Sob tais condições, as mãos e os órgãos, trabalhando convenientemente, constituem uma unidade harmoniosa, capaz de funcionar em sua própria esfera de ação.

Suponhamos que uma parte de seu corpo se recuse a obedecer os impulsos emitidos do cérebro, o centro de controle. Por exemplo: em vez de apanhar um copo de água, quando você está com sede, sua mão acende um cigarro ou então recusa-se a mover-se. Você certamente concluirá que ela é de pouca utilidade.    

Observemos mais de perto as funções de nossa mente-cérebro. Você é capaz de afirmar, com plena certeza, que pensa sempre quando quer e só no que realmente quer e que, portanto, sabe onde os pensamentos surgem à luz de sua consciência? Poderá impedir a entrada dos pensamentos ou limitar sua duração na mente pelo tempo que desejar? Se for capaz de analisar o processo do pensamento, a resposta será negativa.

Assim, pode parecer que o homem comum não é bom artífice porque não consegue controlar seu instrumento principal: a mente e os pensamentos. Passa a vida usando e aceitando algo que se origina além do alcance da compreensão.

Mouni Sadhu
http://pensarcompulsivo.blogspot.com     
 

Concentração implica distração

Então, a mente que tem o poder de concentração, que diz ter completo controle sobre o pensamento, é uma mente estúpida. Se for assim, então você deve encontrar um modo de investigar que não é meramente através da concentração. Concentração implica distração, não é? A mente assume uma posição e diz que tudo mais é distração. Ela diz que deve pensar sobre aquilo e exclui todo o resto. Agora, para mim, não existe tal coisa como distração porque não existe posição principal que a mente assume e daí diz: Vou à busca disto e não daquilo. Assim vamos remover tanto a palavra como o sentimento condenatório de distração. Por favor, experimente o que estou dizendo. Remova a palavra distração não apenas verbalmente, mas emocionalmente, internamente. Então você verá o que acontece com sua mente. Para nós, presentemente, existe concentração e distração, uma perspectiva concentrada e o desvio. Então você percebe que criamos uma dualidade, e, portanto, conflito. Você gasta sua vida lutando entre o pensamento escolhido e as distrações, e quando consegue uma hora em que está completamente preso por uma ideia, sente que conseguiu alguma coisa. Mas se você remove esta ideia de distração de todo, então descobrirá que sua mente está num estado de reação – num estado de associação que você chama de “desvio”. Isso é um fato, e você removeu o elemento de conflito. Então você está livre para lidar com os desvios; você pode examinar por que a mente se desvia e não meramente tentar interrompê-la, controlá-la. Assim, tendo removido a palavra, o sentimento de estar distraído, o que está agora funcionando é uma mente atenta aos desvios, à reação.

J.Krishnamurti  
http://legacy.jkrishnamurti.org
 
 

A vida está além do seu controle

Você pode desfrutá-la, mas não pode controlá-la.

Você pode vivê-la, mas não pode controlá-la.

Você pode dançá-la, mas não pode controlá-la.

Normalmente dizemos que respiramos, e isso não é verdadeiro – a vida respira por nós. 

Mas continuamos a nos considerar agentes, e isso cria o problema. Quando você fica controlado, excessivamente controlado, não permite que a vida lhe aconteça. Você impõe demasiadas condições, e a vida não pode satisfazer nenhuma. 

A vida lhe acontece somente quando você a aceita incondicionalmente e está disposto a dar-lhe as boas-vindas, não importa a forma que ela tome. 

Mas uma pessoa muito controlada está sempre querendo que a vida chegue até uma certa forma, está sempre pedindo que ela satisfaça certas condições – e a vida não se importa; ela simplesmente não leva em conta pessoas como essa. 

Quanto mais cedo você quebrar o confinamento do controle, melhor, porque todo controle é da mente. E você é maior do que a mente. 

Uma pequena parte está tentando dominar, tentando dar ordens. A vida segue em frente, você é deixado para trás e fica frustrado. 

A lógica da mente é tal que diz: “Olhe, você não controlou bem e por isso perdeu; controle mais.” 

A verdade é justamente o oposto: as pessoas perdem muitas coisas devido ao exagerado controle. 

Seja como um rio selvagem e muito do que você nem pode sonhar, nem pode imaginar, nem pode esperar, está disponível logo ali, ao seu alcance. 

Mas abra as mãos; não continue vivendo a vida com mãos fechadas, porque essa é a vida de controle. 

Viva a vida com as mãos abertas.

Todo o céu está disponível; não se contente com menos.

Osho
http://pedrotornaghi.com.br

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