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quinta-feira, 29 de julho de 2021

A SOMBRA EM NOSSAS VIDAS

Um tema tão complexo e vasto; tema que todos tememos, mas teremos de enfrentar um dia: a sombra. Escolhi alguns textos, para nossa reflexão. Alguns foram retirados do livro IMPERDÍVEL “O Efeito Sombra”, escrito por três seres que tiveram a coragem de olhar para dentro, para a própria sombra, e assimilá-la, tornando-se autotranscendentes: Deepak Chopra, Debbie Ford e Marianne Williamson.

O motivo de gostar deste tema é pela sua profundidade e importância.

Há um engano comum, que ocorre mesmo entre pessoas “espiritualizadas”: a ilusão de que somos só luz. A busca da luz, a ânsia da luz nos faz, frequentemente, negar a sombra. E por não querermos olhar para a sombra, deixamos que ela se agigante. Nossa sombra une-se, pela lei da atração, à sombra dos demais, tornando-se mais gigantesca ainda: a sombra da humanidade. Essa sombra coletiva se manifesta através dos conflitos, guerras e toda a feiura que vemos no nosso mundo.

Encarar a sombra não é “para amadores”, é um trabalho muito difícil, uma grande jornada. Mas não estamos aqui para fazer o fácil. Diz Debbie Ford: “Lembre-se: nossa sombra está quase sempre tão bem escondida de nós que é quase impossível encontrá-la. Se não fosse pelo fenômeno da projeção, talvez ficasse escondida pela vida inteira”. Aí está um bom começo, para as raras almas interessadas e comprometidas na tarefa do autoconhecimento: ficar atento às projeções, ao dedo apontado. Ao projetamos algo em alguém, é aí que a nossa sombra se revela. Acredito num mundo novo, de paz, cooperação mútua, amor e fraternidade. Mas isto só será possível quando pararmos de ter medo da sombra. Temer a sombra é temer a si próprio. Apenas quando transcendermos esse medo poderemos viver uma vida plena. Citando novamente Debbie Ford: “Assim como uma flor de lótus nasce na lama, precisamos honrar as partes mais sombrias de nós mesmos, e as nossas experiências de vida mais dolorosas, pois são elas que nos permitem o nascimento do mais belo self”.

Selecionei algumas frases a seguir, para nossa compreensão deste tema fascinante.

"... E vemos uma geração dona da verdade, fazendo ares de quem domina todos os assuntos. A culpa está sempre no outro, o erro é sempre dos outros que passam a incorporar a sombra, os defeitos, os fracassos. Renegando a sombra para bem longe do ego (de si mesmo), perde-se a oportunidade de enxergá-la e assumi-la em si." ~Janaína M. Costa

“Tenciono agora fazer o jogo da vida, ser receptivo a tudo que me chegar, bem e mal, sol e sombra alternando-se eternamente; e, desta forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos positivos e negativos...” ~ Jung

“Comece a olhar para aqueles aspectos que você negou por tanto tempo, não pense mais tão espiritual neste momento, volte com os pés na Terra. Somente com as raízes profundas na Terra você será capaz de alcançar os céus mais elevados." ~ Marius Chirila

“A única forma de superar a sombra é nos tornarmos nosso verdadeiro self, e o que for preciso fazer para chegarmos a esse lugar é, na essência, uma experiência religiosa; para algumas pessoas, essa é uma experiência na igreja, na sinagoga, na mesquita ou em um santuário; para alguns, essa é uma experiência da natureza; para outros, é a experiência de segurar o filho nos braços pela primeira vez. A questão não é o que nos leva à experiência, mas o que nos acontece ao chegarmos lá. Algo muda dentro de nós depois de regressarmos ao âmago de nosso ser, ainda que só por um instante. Isso nos dá um gostinho do que é possível dentro de nós e ao redor. Ergue-se o véu que encobre a realidade do amor, a extensão de nosso verdadeiro poder. Uma vez que estejamos realinhados com nossa natureza essencial, teremos o poder para fazer a sombra desaparecer.” ~ Deepak Chopra

“Nosso maior medo não é sermos inadequados. Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar. É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: ‘Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?’. Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus. Você, pensando pequeno, não ajuda o mundo. Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que os outros não se sintam inseguros ao seu redor. Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. Isso não ocorre somente em alguns de nós; mas em todos. Enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo. Quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libertará outros.” ~ Marianne Williamson

"Se você negar as sombras , negará metade da Criação. É uma grande armadilha acreditar que tudo é Luz. Você terá que aprender a amar e honrar as sombras tanto quanto ama e honra a Luz. Caso contrário, você girará muito e bem em uma bolha espiritual lindamente arranjada, mas que você sabe que está incompleta. Está incompleta porque tem apenas metade da realidade nela.”~ Debbie Ford

https://ziptzaptzoom.blogspot.com

   

O que é a sombra?

O arquétipo da sombra representa, de acordo com a psicologia analítica de Carl Jung, o “lado sombrio” da nossa personalidade. É o submundo conturbado da nossa psique que contém os nossos sentimentos mais primitivos, os egoísmos mais afiados, os instintos mais reprimidos e aquele “eu escondido” que a mente consciente rejeita e que nos mergulha nos abismos mais profundos do nosso ser.
 
O conceito da sombra e sua assimilação remetem à flor de lótus que nasce da lama, mas não se contamina, florescendo linda e bela. Aceitar, compreender e integrar o lado sujo e enlameado da alma humana é fazer o trabalho sujo. Nossa sociedade nega o mal, nos faz viver de aparências. Mas somente quando decidimos limpar nossa própria fossa é que a alma pode florescer.

Carl Gustav Jung foi um dos maiores estudiosos da vida interior do homem e tomou a si mesmo como matéria prima de suas descobertas – suas experiências e suas emoções estão descritas no livro “Memórias, Sonhos e Reflexões”. A nossa sombra pessoal, que nos assusta, que causa terror, medo, angustia. Não somos o que pensamos ser, nosso ego nos ilude, criando a ilusão de sermos bem polidos, iluminados e respeitáveis.
 
"Ninguém se ilumina imaginando figuras de luz, 
mas se conscientizando da escuridão”. (Carl Jung)

 Todos nós já ouvimos falar desse conceito, do arquétipo da sombra que de alguma forma continua a ser usado na psicologia para falar sobre esse confronto: o sentimento de disputa que às vezes travamos com nós mesmos quando trabalhamos com as nossas frustrações, com os nossos medos, inseguranças ou ressentimentos.Jung explicou que existem diferentes tipos de sombras e que uma maneira de alcançar o bem-estar, a cura e a liberdade pessoal é torná-las conscientes e enfrentando todas elas.

A sombra constitui um problema de ordem moral que desafia a personalidade do eu como um todo, pois ninguém é capaz de tomar consciência desta realidade sem dispender energias morais. Mas nesta tomada de consciência da sombra trata-se de reconhecer os aspectos obscuros da personalidade, tais como existem na realidade.Para aceitar e assimilar a sombra a pessoa precisa ter muita coragem, muita força e muito amor. Amor pelo seu lado negativo.
 

“Infelizmente, não há dúvida de que o homem não é, em geral, tão bom quanto imagina ou gostaria de ser. Todo mundo tem uma sombra, e quanto mais escondida ela está da vida consciente do indivíduo, mais escura e densa ela se tornará. De qualquer forma, é um dos nossos piores obstáculos, já que frustra as nossas ações bem intencionadas.” (Carl Jung)

O lado escuro do ser humano

O arquétipo da sombra está relacionado ao conceito de inconsciente formulado por Freud. No entanto, contém nuances únicas que a diferenciam de forma considerável e que a enriquecem. Não podemos esquecer que o que começou como um idílio intelectual entre Freud e Jung acabou esfriando, até o ponto de Jung dizer que o pai da psicanálise era “uma figura trágica, um grande homem, mas uma pessoa com a qual ele não concordava”.

Jung desenvolveu o seu próprio método de trabalho, a psicologia analítica. Ele deixou de lado o sofá e essa relação assimétrica entre terapeuta e paciente para desenvolver uma terapia baseada na conversa, investigar a estrutura da psique e o inconsciente onde os arquétipos navegam. Entre todos eles, aquele que poderia ter o maior valor terapêutico era, sem dúvida, o arquétipo da sombra. Vejamos as suas características:

Uma presença conhecida, mas reprimida

A “sombra” foi um termo que Jung pegou emprestado de Friedrich Nietzsche. Essa ideia representava a personalidade oculta que cada pessoa possui. À primeira vista, a maioria de nós aparenta (e nos percebemos) como seres bons e nobres. No entanto, no nosso interior há certas dimensões reprimidas, onde se escondem os instintos hereditários, a violência, a raiva ou ódio.

A sombra pessoal contém, portanto, todos os tipos de potencialidades não-desenvolvidas e não-expressas. Ela é aquela parte do inconsciente que complementa o ego e representa as características que a personalidade consciente recusa-se a admitir e, portanto, negligencia, esquece e enterra… até redescobri-las em confrontos desagradáveis com os outros.

Sobre reprimir

O arquétipo da sombra não vive somente dentro de cada pessoa. Às vezes, também está presente em “grupos de pessoas”, em seitas, em alguns tipos de religiões ou mesmo em partidos políticos. São organizações que podem, em um determinado momento, lançar a sua sombra à luz para justificar atos violentos contra a própria humanidade. 

A sombra se torna mais destrutiva, insidiosa e perigosa quando a “reprimimos”. De acordo com Carl Jung, quando ela se projeta aparecem os distúrbios como a neurose ou a psicose.

Da mesma forma, Jung diferenciou o arquétipo da sombra em dois tipos. O primeiro é a sombra pessoal, que todos nós carregamos como as nossas pequenas frustrações, medos, egoísmo e dinâmicas negativas mais comuns. No entanto, haveria também a sombra impessoal, que conteria a essência do mal mais arquetípico, aquele que acompanha os genocídios, assassinos implacáveis, etc.

Como enfrentar a nossa própria sombra?

É muito provável que a teoria do arquétipo da sombra de Jung seja interessante para nós em um nível teórico, que tenha o seu encanto, a sua essência metafórica e o seu misticismo. Todos nós vemos nesta figura a representação mais clássica do tabu, da maldade e da dimensão tenebrosa da personalidade humana que sempre desperta um grande interesse. No entanto, podemos tirar da sombra alguma aplicabilidade prática no nosso dia a dia?

“Conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com a escuridão dos outros.” (Carl Jung)

A resposta é “sim”. Como disse o pai da psicologia analítica em livros como “Arquétipos e Inconsciente Coletivo”, a nossa tarefa na vida é nos aceitarmos plenamente e integrar “a nossa sombra” na personalidade para torná-la consciente e trabalhar com ela, encarando-a de frente. Desprezá-la, permitir que ela continue no nosso universo inconsciente, pode roubar o nosso equilíbrio e a oportunidade de sermos felizes.

Personalidade

Não podemos esquecer quais são os tipos de dinâmicas que compõem esse conceito que chamamos de sombra: aqui estão os nossos medos, os traumas do passado, as decepções que nos envenenam, os sonhos não realizados pela indecisão e que se tornam tubarões frustrados navegando na nossa personalidade. Se os escondemos, esses demônios internos adquirem maior ferocidade e, se os silenciarmos, eles acabarão nos controlando, projetando sobre os outros, em muitos casos, uma imagem de nós mesmos que não gostamos.

Portanto, não podemos esquecer que o nosso crescimento pessoal e o nosso bem-estar psicológico dependerão sempre da nossa capacidade de iluminar essas sombras. Depois desse ato de coragem, se iniciará um trabalho delicado, mas valioso, para nos curar, para encontrarmos a calma.

https://litera.mus.br

 

Mas afinal o que é a SOMBRA?
 
A sombra é formada desde a infância quando estamos aprendendo o que é bom e o mal. Quando o mal aparece temos que esconder, pois somos colocados de castigo ou ouviremos um sermão… então não podemos ser nós mesmos, e sim ser aquilo que querem que sejamos. São aqueles desejos reprimidos ou o que passou despercebido e não desenvolvemos. Tudo aquilo não gostaríamos de ser, mas especialmente aquilo que odiamos.

É como se fosse um saco em que você guarda tudo o que não pode soltar senão a sociedade não irá te aceitar. Mas uma hora tudo que está guardado no saco pode aparecer… A sombra, em alguns momentos, é como uma personalidade autônoma, com tendências opostas ao que fazemos.

A sombra não é composta apenas pelo que ficou reprimido ou recalcado: a sombra também é composta de qualidades, instintos, reações que são apropriadas, além de percepções realistas e criatividade. Essas qualidades que podiam pertencer à personalidade são temidas ou são sentidas como se fossem erradas.

Exemplo: Quando se está cansado ou sob algum tipo de pressão, parece que outra personalidade costuma entrar em ação não é mesmo? Quando estamos dirigindo nosso carro e somos fechados por outro carro e o motorista ainda nos xinga e faz gestos obscenos, damos de cara com a verdade de como fica nosso comportamento e a vontade de fazer sabe lá o que com o motorista.

Resumindo: Sombra seria como olhar suas próprias costas, ou seja, você não a enxerga. Enxergamos a nossa sombra nos outros, nesse fenômeno que chamamos “projeção”, quando coloco no outro aquilo é meu, mas não aceito. Tudo aquilo que negamos e guardamos dentro de nós, mas não sabemos disso.

A sombra é a personificação da parte psíquica que negamos em nós mesmos e que projetamos nos outros.

Bruno Ricardo Pereira Almeida
https://www.psicologiamsn.com
 
  
A Sombra que habita em nós

A Fábula dos Dois Lobos

Certo dia, um jovem índio cherokee chegou perto de seu avô para pedir um conselho. Momentos antes, um de seus amigos havia cometido uma injustiça contra o jovem e, tomado pela raiva, o índio resolveu buscar os sábios conselhos daquele ancião.

O velho índio olhou fundo nos olhos de seu neto e disse:

“Eu também, meu neto, às vezes, sinto grande ódio daqueles que cometem injustiças sem sentir qualquer arrependimento pelo que fizeram. Mas o ódio corrói quem o sente, e nunca fere o inimigo. É como tomar veneno, desejando que o inimigo morra.”

O jovem continuou olhando, surpreso, e o avô continuou:

“Várias vezes lutei contra esses sentimentos. É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não faz mal. Ele vive em harmonia com todos ao seu redor e não se ofende. Ele só luta quando é preciso fazê-lo, e de maneira reta.”

“Mas o outro lobo… Este é cheio de raiva. A coisa mais insignificante é capaz de provocar nele um terrível acesso de raiva. Ele briga com todos, o tempo todo, sem nenhum motivo. Sua raiva e ódio são muito grandes, e por isso ele não mede as consequências de seus atos. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar nada. Às vezes, é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.”

O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou: “E qual deles vence?”

Ao que o avô sorriu e respondeu baixinho: “Aquele que eu alimento.”

 https://obemviver.blog.br

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