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quinta-feira, 15 de julho de 2021

 O PERDÃO VEM QUANDO O EU DISSOLVE 
O SENTIDO PESSOAL


Não há necessidade de pedir perdão por nossos erros, porque há essa integridade do Eu que tudo sabe, e Ele já sabe se o outro "eu" foi dissolvido.

Quando uma nuvem obscurece o sol, o sol não alcança a terra, mas quando a nuvem se dispersa, o sol volta a brilhar na terra.

O sol sabia que a nuvem estava ali para impedir que ele chegasse à Terra? O sol parou de brilhar?

É isso que é o Eu no centro do seu ser e do meu ser: nossa integridade espiritual individual, sempre brilhando. Eis que, então, uma nuvem fica no caminho. E qual é a natureza dessa nuvem? O sentido pessoal, o sentido humano do "eu".

Mas essa integridade infinita que é nossa, que Eu Sou, mantém-se brilhando, e como a Escritura diz "todo joelho se dobrará", isso significa que cada nuvem deve eventualmente ser dissipada no curso do tempo.

A Luz que Eu Sou dissipa todo o sentido pessoal, e então "a glória que eu tive convosco antes que o mundo existisse" está em plena evidência para o mundo, e o mundo diz: "esta é a Glória do Senhor".

Mas o Eu que nós somos não toma conhecimento de que está queimando a negatividade do sentido pessoal de você e de mim que nos entretém. Ele nem sabe.

Nossa integridade espiritual está apenas brilhando, e mais cedo ou mais tarde essa negatividade se evaporará, e o Eu que nós somos nem sequer sabe que houve um sentido pessoal do "eu" para ser perdoado.

Não adianta dizer: "Por favor, me perdoe", porque enquanto houver um "eu" para pedir perdão, não há verdadeiramente perdão, mas quando há um coração saudoso inclinando-se pelo perdão, este é o motivo certo que é o processo de purificação.

Honramos a Deus e honramos nossa integridade espiritual quando, em vez de pedir perdão ou favores, nos aproximamos de Deus com o dedo de silêncio nos lábios e na mente: ir a Deus sem pensamentos, sem desejos, ir para este centro dentro de nós mesmos, no Silêncio, no qual podemos ouvir "a voz pequenina e silenciosa".

Joel Goldsmith
http://suprimentoinvisivel.blogspot.com


O perdão é amor? Quais as implicações do perdão? Você me insulta e eu fico ressentido, guardo na memória; então, por obrigação ou por arrependimento, eu digo: “Eu te perdoo.” Primeiro eu retenho, e depois eu rejeito. O que significa isso? Continuo sendo a figura central; sou eu que estou perdoando alguém. Enquanto houver a atitude de perdoar, eu sou a parte importante, e não o homem que supostamente me insultou. Assim, quando acumulo ressentimento e depois nego esse ressentimento, coisa que vocês chamam de perdão, isso não é amor. O homem que ama, obviamente não tem inimigos e é indiferente a todas essas coisas. Solidariedade, perdão, relação de possessividade, ciúme e medo – nada disso é amor. Essas coisas são coisas da mente, não é verdade?

O que é ser compassivo? Por favor, descubra por si mesmo, perceba se uma mente que está ferida, que pode ser ferida, pode perdoar. Pode uma mente capaz de ser ferida, perdoar? E pode tal mente que é capaz de ser ferida, que cultiva a virtude, que está consciente da generosidade, pode tal mente ser compassiva? Compaixão, como amor, é uma coisa que não está na mente. A mente não está consciente de si mesma como sendo compassiva, amando. Mas no momento em que você perdoa conscientemente, a mente está reforçando seu próprio centro em sua própria ferida. Assim a mente que conscientemente perdoa nunca pode perdoar; ela não conhece perdão; ela perdoa a fim de não ser mais ferida.
 
Assim é muito importante descobrir por que a mente de fato lembra, guarda. Porque a mente está eternamente buscando enaltecer a si mesma, se tornar grande, ser alguma coisa. Quando a mente não quer ser alguma coisa, ser nada, completamente nada, então nesse estado existe compaixão. Nesse estado não existe nem perdão nem o estado de ferir mas para compreender isso, a pessoa tem que compreender o desenvolvimento consciente do “eu”.
 
Então, enquanto houver o cultivo consciente de qualquer influência particular, qualquer virtude particular, não pode haver amor. Não pode haver compaixão, porque amor e compaixão não são resultados de esforço consciente.
 
J. Krishnamurti, The Book of Life 
http://legacy.jkrishnamurti.org

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