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terça-feira, 27 de julho de 2021

O GRANDE PARADOXO

Viver no Eterno e Vigiar o que é Momentâneo

O paradoxo parece ser a linguagem natural do Ocultismo. Mais do que isso, ele parece penetrar profundamente no coração das coisas, e assim parece ser inseparável de qualquer tentativa de colocar em palavras a verdade, a realidade que está na base das aparências externas da vida.

E o paradoxo acontece não somente nas palavras, mas na ação, na própria conduta da vida. Os paradoxos do ocultismo devem ser vividos, não falados apenas. Aqui reside um grande perigo, porque é muito fácil perder-se na contemplação intelectual do caminho, e assim esquecer-se de que a estrada só pode ser conhecida quando se caminha por ela.

Um paradoxo assustador se apresenta ao estudante já no início e o confronta assumindo novas e estranhas formas em cada curva do caminho. Talvez esse estudante tenha procurado o caminho desejando uma orientação, uma regra sobre o que é certo para a conduta em sua vida.

Ele aprende que o alfa e o ômega, o começo e o final da vida é altruísmo; e ele sente a verdade da afirmação de que somente na profunda inconsciência do autoesquecimento a verdade e a realidade do ser podem revelar-se ao seu coração sedento.

O estudante aprende que esta é a lei única do ocultismo, ao mesmo tempo a ciência e a arte do viver, o guia para a meta que ele deseja alcançar. Ele está cheio de entusiasmo e entra bravamente na trilha da montanha. Então ele descobre que seus instrutores não encorajam seus voos ardentes de sentimento, seu anseio pelo Infinito que o faz esquecer de tudo – no plano externo e factual de sua vida e sua consciência. Pelo menos, se não eliminam seu entusiasmo, eles lhe apontam, como primeira e indispensável tarefa, vencer e controlar seu corpo. O estudante descobre que, longe de ser encorajado a viver nos pensamentos sublimes de seu cérebro e fantasiar que alcançou o éter onde está a verdadeira liberdade – com o esquecimento de seu corpo, suas ações exteriores e sua personalidade – a ele são atribuídas tarefas muito mais terrenas. Toda a sua atenção e vigilância são requeridas no plano exterior; ele não deve nunca se esquecer de si mesmo, nunca descuidar de seu corpo, sua mente, seu cérebro. Ele deve aprender a controlar a expressão de cada detalhe, verificar a ação de cada músculo, dominar o mais leve movimento involuntário. A vida diária à sua volta e dentro dele mesmo é assinalada como objeto do seu estudo e da sua observação. Em vez de esquecer o que geralmente é chamado de banalidades, pequenos descuidos e erros acidentais da língua e da memória, ele é forçado a tornar-se, a cada dia, mais consciente desses lapsos até que, finalmente, eles parecem envenenar o ar que ele respira e sufocá-lo; até que ele parece perder a visão, e o contato, com o grande mundo de liberdade pelo qual está lutando; até que cada hora e cada dia parecem cheios do amargo sabor do eu, e seu coração sente-se doente com a dor e a luta do desespero. E a escuridão fica ainda mais profunda porque a voz interior grita incessantemente: “Esqueça de si mesmo. Cuidado, do contrário você se torna autocentrado – e a erva gigante do egoísmo espiritual firmemente se enraizará em seu coração; cuidado, cuidado, cuidado!”

A voz leva seu coração até suas profundezas, porque ele sente que as palavras são verdadeiras. Sua batalha diária e contínua o ensina que estar autocentrado é a fonte do sofrimento, a causa da dor, e sua alma está cheia de desejo de liberdade.

Assim, o discípulo é tomado pela dúvida. Ele confia em seus instrutores, porque sabe que através deles fala a mesma voz que ele ouve em seu coração. Mas agora eles dizem palavras contraditórias; a voz interna, a única, recomenda esquecer de si mesmo totalmente, em prol da humanidade; a outra, a palavra falada por aqueles de quem ele busca orientação, recomenda primeiro dominar seu corpo, seu eu exterior. E a cada hora ele vê mais claramente como é difícil aquela batalha com a Hidra, e vê sete cabeças crescerem novamente no lugar de cada uma que ele decepou.

No começo ele oscila entre as duas coisas, ora obedecendo a uma, ora obedecendo à outra. Mas logo ele aprende que isso é infrutífero. Porque o sentido de liberdade e leveza que no princípio vem quando ele deixa seu eu externo sem vigilância para que possa procurar internamente ar puro, logo perde sua intensidade e um choque repentino lhe revela que ele escorregou, e caiu, no caminho que vai montanha acima. Então, em desespero, ele se lança sobre a traiçoeira serpente do eu e luta para sufocá-la até a morte; mas seus anéis espiralados, sempre fugidios, evitam suas mãos; as tentações insidiosas de suas escamas brilhantes cegam sua visão e, novamente, ele se envolve no turbilhão da batalha que o vence dia a dia e que, finalmente, parece preencher o mundo inteiro e apaga tudo o mais, exceto sua consciência.

Ele está cara a cara com um paradoxo esmagador, cuja solução deve ser vivida antes que possa ser realmente entendida.

Em suas horas de meditação silenciosa, o estudante descobrirá que há um espaço de silêncio dentro de si, em que ele pode se refugiar dos pensamentos e desejos, do turbilhão dos sentidos, e das ilusões da mente. Mergulhando sua consciência profundamente em seu coração, ele pode alcançar este lugar – a princípio, somente quando ele está sozinho em silêncio e na escuridão. Mas quando a necessidade de silêncio cresce, ele o procurará mesmo no meio da batalha com o eu, e o encontrará. Ele apenas não deve abandonar seu eu exterior nem seu corpo. Deve aprender a retirar-se em sua cidadela quando a batalha se torna árdua; mas precisa fazê-lo sem perder de vista a batalha; sem se permitir fantasiar que assim ele vencerá. Essa vitória só se conquista quando tudo é silêncio fora e dentro da cidadela interior. Lutando desse modo, de dentro do silêncio, o estudante descobrirá que resolveu o primeiro grande paradoxo.

Mas o paradoxo ainda o segue. Quando ele consegue retirar-se para dentro de si mesmo, ele busca lá apenas refugiar-se da tempestade em seu coração. E quanto mais ele luta para controlar as ondas de paixão e desejo, mais ele compreende que gigantescos poderes ele jurou vencer. Ele ainda se sente, quando não está em silêncio, muito parecido com as forças da tempestade. Como sua força insignificante pode competir com esses tiranos de natureza animal?

Esta pergunta é difícil de responder em palavras diretas – caso haja uma resposta para ela. Mas a analogia pode apontar o caminho onde a solução será procurada.

Ao respirar, colocamos uma certa quantidade de ar nos pulmões e, com isto, podemos imitar em pequena escala o poderoso vento do céu. Podemos produzir uma fraca imagem da natureza: uma tempestade em copo d’água, uma brisa para soprar ou mesmo afundar um barco de papel. E podemos dizer: “Eu faço isso, isso é minha respiração”. Mas não podemos soprar nossa respiração contra um furacão, menos ainda prender o vento em nossos pulmões. No entanto, os poderes do céu estão dentro de nós; a natureza das inteligências que guiam a força do mundo está unida à nossa natureza, e se entendermos isso e nos esquecermos de nosso eu exterior, esses ventos poderão ser nossos instrumentos.

Assim é na vida. Enquanto o homem apegar-se ao seu eu exterior – e apegar-se a cada forma que ele assume quando sua “pele mortal” é deixada de lado – ele estará tentando afastar um furacão com o sopro de seus pulmões. Tal esforço é inútil e vão; porque os grandes ventos da vida, cedo ou tarde, o dominarão. Mas se ele mudar sua atitude [1] dentro de si mesmo, se ele agir sabendo que seu corpo, seus desejos, suas paixões e seu cérebro não são ele mesmo – embora ele esteja a cargo deles e seja responsável por eles -; se tentar lidar com eles como partes da natureza, então poderá ter a esperança de tornar-se uno com as grandes marés do ser, e de alcançar, finalmente, o lugar pacífico do autoesquecimento.

Helena P. Blavatsky
https://www.filosofiaesoterica.com  
 

Paradoxo do nosso tempo
 
Hoje temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos…
Temos autoestradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos…
Gastamos mais, mas temos menos…
Compramos mais, mas desfrutamos menos…
Temos casas maiores e famílias menores…
Temos mais conhecimento e menos poder de julgamento…
Temos mais medicina e menos saúde…
Hoje bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma excessiva, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente…
Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais…
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores…
Falamos demais, amamos raramente e odiamos com frequência…
Aprendemos a ganhar a vida, mas não vivemos essa vida…
Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores…
Limpamos o ar, mas poluímos a alma…
Escrevemos mais, mas aprendemos menos…
Planejamos mais, mas realizamos menos…
Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência…
Temos maiores rendimentos, mas menos padrão moral…
Temos avanços na quantidade, mas não na qualidade…
Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta..
De homens altos e caráter baixo..
De lucros expressivos mas relacionamentos rasos…
Mais lazer, mas menos diversão..
Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição…
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável e pílulas que fazem tudo: alegrar, aquietar, matar…
 
Dalai Lama
https://www.gotasdepaz.com.br 
 
 
Perceba... Todas as coisas têm dois extremos; permaneça exatamente no meio.Mas a mente sempre continuará escolhendo os extremos. O extremo é uma fascinação para a mente. Por quê? Porque no meio, a mente morre. Olhe para um pêndulo: O pêndulo pode continuar se movendo o dia todo, se ele vai aos extremos. Quando ele vai para a esquerda ele está acumulando impulso para ir à direita. Quando ele vai para a direita, não pense que ele está indo para a direita – ele está acumulando impulso para ir à esquerda. Assim, os extremos são direita/esquerda, direita/esquerda. Deixe o pêndulo estar no meio, então todo o impulso é perdido. Então, o pêndulo não tem energia, porque a energia vem de um dos extremos. Então, esse extremo o joga em direção ao outro e, depois novamente; Deixe o pêndulo estar no meio e todo o movimento, então, cessará.
 
A vida é um momento para ser celebrado, desfrutado. Torne-a divertida, uma celebração, e então você entrará no Templo. Esse templo não é para os tristes e desanimados, nunca foi para eles. Olhe para a vida: você vê tristeza em alguma parte? Você já viu uma árvore deprimida? Você já encontrou um pássaro movido por ansiedade? Já viu um animal neurótico? Não, a vida não é assim, absolutamente. Só o homem é que seguiu um caminho errado, se desviou em algum lugar, porque ele se considera muito sábio, muito esperto. Sua esperteza é o seu mal. Não seja sábio demais. Lembre-se sempre de parar; não vá a extremos. Um pouco de tolice e um pouco de sabedoria fazem bem, e a combinação certa faz de você um buda...
 
Osho
https://www.pensador.com

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