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quinta-feira, 15 de julho de 2021

 SUBLIMAR OS IMPULSOS SUBJETIVOS 
É TAREFA DO HOMEM MODERNO

 

Sob um clássico ponto de vista, os atos de um indivíduo podem ser de três tipos: os atos não egoístas e desinteressados, os levados a efeito conforme seus deveres individuais e os que envolvem o mau uso da liberdade individual. Dos três, os homens mais sábios preferem praticar os que o libertam e o conduzem a esferas mais amplas da existência e da consciência. Todavia, tal decisão não tem apenas conotações pessoais e exclusivistas, se a consciência humana já compreende que no universo tudo é interligado, que pela elevação de uma de suas partes o todo se eleva e que a assunção de passos evolutivos é a maior ajuda a se prestar ao mundo.

A ação do homem deve estar em consonância com o que já pôde captar como lei e padrão evolutivo. Qualquer ato contrário ao propósito superior redunda em desestabilização da sua aura, decorrente do choque entre partículas de diferentes vibrações: as que tendem à harmonia e as que tendem ao caos.

Um ato é a concretização de um impulso subjetivo – uma inspiração superior, uma ideia, um ideal, um sentimento, um desejo, um instinto ou outro, a depender do nível em que sua consciência se encontre polarizada. Os atos imprimem padrões vibratórios específicos provenientes da esfera material da existência planetária em geral.

Quando o indivíduo se reúne ao contingente que dará origem à humanidade futura, ele pode ver, externamente, a ação de energias inteligentes guiando a existência para uma meta preestabelecida pela sabedoria cósmica. Seus olhos devem estar preparados para enxergar além das aparências, para traspassar os véus de ilusão e reconhecer a verdade mesmo onde névoas tentem ofuscá-la.

Os estímulos que lhe são transmitidos avivam-lhe o reconhecimento da necessidade de manter a consciência focalizada em níveis de pureza e harmonia. Favorecem-lhe o contato com o espírito, e simultaneamente alimentam nele a compaixão – qualidade que lhe permite levar em conta não só a sua evolução, mas a de todo o universo. Se o Amor-Sabedoria não lhe revelasse essa compaixão, sua jornada limitar-se-ia aos passos que poderia dar dentro das fronteiras das leis naturais. Porém, quando o poder da transcendência intrínseco ao Amor-Sabedoria se introduz e se instala no ser, ele já não evolui por si ou para si, mas por meio dele a própria essência da vida pode expandir-se mais livremente.

Assim como a sabedoria dos ciclos planetários e universais prepondera sobre o desejo humano de evoluir, a energia de um estado superior exige preparo e maturidade mais profundos dos que expressos em níveis inferiores; por isso para que um indivíduo ou um grupo ascenda a novos estados são necessárias depurações.

Os desejos e os pensamentos que em estágios anteriores constituíam fonte à ampliação da consciência do indivíduo, se em dado momento não forem subjugados à luz espiritual, transformam-se em empecilhos para a ascensão. Após certas etapas, é preciso reconhecer a necessidade de libertar-se dos envolvimentos com as forças que circulam no mundo, incitando respostas que não correspondem ao nível no qual já está polarizado. Assim, a consciência é hoje estimulada a proceder: com simplicidade, aderindo sem resistências ao caminho interior, cuja essência é inalcançável pelas forças do caos.

Expressar uma existência de plena dedicação ao espírito é um grande desafio aos homens.

 

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

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