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sexta-feira, 2 de julho de 2021

O PENSAMENTO, MATÉRIA MENTAL

Apesar do esforço da psicossomática que já conseguiu evidenciar através da pesquisa o que já se sabia através da experiência clínica, a ciência médica ainda está longe de perceber a importância do pensamento, a sua influência e o seu mecanismo de ação na estrutura celular.

Para termos uma ideia desta influência, Calderaro, um dos Instrutores espirituais de André Luiz, afirma que diariamente, o ódio extermina indivíduos no mundo com uma intensidade e eficiência mais arrasadoras do que as de todos os canhões da Terra atuando em uníssono.

Sem deixar de considerar a importância da fisiologia e a sua relação com o meio exterior, a Medicina terá que voltar-se, necessariamente, para as causas fundamentais das nossas patologias. Mas enquanto a fisiologia analisa os efeitos e procura remedia-los a superfície, é na alma, no entanto, que iremos encontrar as causas profundas dos nossos desequilíbrios, devido as nossa criações mentais.

O pensamento pode ser visto sob uma ótica psicológica ou física. Pela primeira, o pensamento é considerado como um fluxo de ideias, símbolos e associações; atividades mentais variadas, tais como raciocinar, resolver problemas e formar conceitos. Para isso a mente usa os seguintes elementos do pensamento: raciocínio, memória, imaginação, vontade e sentimento. Estes elementos consistem no agrupar e coordenar de imagens, apreender-lhes as conexões constituídas, a fim de as retocar e agrupar em novas correlações mais ou menos originais ou complexas, de acordo com a maior ou menor potencia intelectual do indivíduo. Juntamente com a capacidade de percepção, abstração e comparação, promovem a associação de ideias.

Cada elemento pode estar mais ou menos desenvolvido em cada um de nós, promovendo a nossa capacidade de perceber e de sentir. Sob esta ótica, sentir também é pensar. Através deste conceito, o pensamento é visto como uma extensão da nossa natureza íntima, e a nossa própria individualidade em ação. Pensar é, portanto, manifestar a nossa alma (mente).

As ondas-pensamentos são, como o nome indica, as energias em forma de ondas que saem da nossa mente (espírito). São como “fagulhas” contínuas, que transportam consigo uma carga de magnetismo espiritual, carga esta que esta sempre de acordo com a natureza de quem a emite. Estas ondas são constituídas por energia eletromagnética em diversos graus.

Assim, temos:

a) Ondas Longas – emitidas pelas impressões normais do ser humano; são ondas que se limitam a sustentar o corpo físico, correspondentes a manutenção do calor;

b) Ondas Médias – são emitidas quando estamos num estado menos comum, como por exemplo, quando focamos a atenção, ou quando estamos sob uma tensão pacífica, por exemplo, na meditação ou na oração;

c) Ondas Curtas – são emitidas em situações extraordinárias, como sejam as emoções profundas, as dores inenarráveis, as trabalhosas e persistentes concentrações mentais, ou as súplicas aflitivas.

Por outro lado, as formas-pensamentos ou formas mentais, são as imagens que criamos no nosso ecrã mental e que também mostram o magnetismo espiritual de quem as cria. Estas formas-pensamentos podem obter “vida” nas nossas mentes durante um certo período de tempo, dependendo da intensidade e da frequência da mentalização, pois toda e qualquer imagem gera uma associação de ideias.

As imagens mentais podem ser visuais, auditivas, tácteis, olfativas, gustativas, etc.

A imagem nunca vem sozinha; ao imaginarmos, associamos a esta imagem os nossos sentimentos e significados, muitas vezes, inconscientes. Quando pensamos numa pessoa amiga, sentimos alegria ou saudade; ao pensarmos num adversário, sentimos magoa, raiva ou ódio; a lembrança de uma figura, pode remeter-nos para o passado, podemos associa-la a sentimentos que estão guardados no nosso inconsciente e de que, muitas vezes, nem nos apercebemos.

“Onde há pensamentos, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda e qualquer associação e interdependência e recíproca influencia. (André Luiz, em "Nos Domínios da Mediunidade").

As imagens mentais tem a capacidade de tornar claro o entendimento e de ampliar a nossa visão de qualquer coisa. A imagem fala por si. Ao conceituarmos um objeto, estamos a limitar esta imagem a nossa percepção; ao mostra-la, cada indivíduo percebe-a conforme a sua capacidade.

Segundo o conceito físico, o pensamento seria composto basicamente por três forças fundamentais, que desempenham funções superiores na mente humana: o corpúsculo mental, o sentimento, e a vontade.

“E assim como o átomo e uma força viva e poderosa na própria contextura passiva, a partícula de pensamento – ante a inteligência que a mobiliza para o bem ou para o mal -, embora viva e poderosa na composição em que se derrama do espírito que a produz, e igualmente passiva perante o sentimento que lhe da forma e natureza para o bem ou para o mal, convertendo-se, por acumulação, num fluido gravitante ou libertador, ácido ou balsâmico, doce ou amargo, alimentício ou esgotante, vivificador ou mortífero, conforme a força do sentimento que o tipifica e configura, que pode ser chamado, a falta de uma terminologia adequada, como “raio da emoção”, ou “raio do desejo”, sendo esta força a que lhe produz a diferença de massa e de trajeto, de impacto e de estrutura.” (André Luiz, em ” Evolução em Dois Mundos).

“E assim que o halo vital, ou aura, de cada indivíduo, está entrelaçado pelas correntes atômicas sutis dos pensamentos próprios ou habituais, dentro das normas que correspondem a lei dos “quanta de energia” e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem frequência e cor próprias. Estas forcas, em constantes movimentos sincrônicos, ou em estado de agitação, pelos impulsos da vontade estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria. (André Luiz, em "Mecanismos da Mediunidade")

“Assim, compreende-se perfeitamente que a material mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que realmente não se reduzem a meras abstrações, pois representam turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si os agentes (por enquanto imponderáveis), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade. (André Luiz, em "Mecanismos da Mediunidade").

Neste sentido, a ideia é um ser organizado: o pensamento dá-lhe a forma, e a vontade imprime-lhe a força e a direção. Na verdade, os conceitos psicológico e físico dos pensamentos interagem, mas por falta de uma nomenclatura mais adequada para exprimir a nossa ideia, podemos afirmar que o pensamento apresenta um aspecto subjetivo (psíquico) e um aspecto físico (material).

As ondas e as imagens mentais (matéria mental) criam um campo eletromagnético a volta do indivíduo, chamado “aura” ou “halo vital”, que exprime a natureza íntima de cada ser.

“Considerando-se qualquer célula em ação como uma unidade viva, tal qual um motor microscópico em ligação com a fábrica mental, e claramente compreensível que todas as agregações celulares emitem radiações e que estas radiações se articulam através de sinergias funcionais, que são constituídas por recursos, a que podemos chamar “tecidos de forca, a volta dos corpos de onde saem. No homem, contudo, esta projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, ao ajustarem-se as emanações do campo celular, lhe modelam a volta do corpo, o conhecido “corpo vital ou “duplo etéreo de certas escolas espiritualistas, isto e, um duplicado, mais ou menos radioso, do indivíduo.

Assim, temos nesta conjugação de forcas físico-químicas e mentais, a aura humana própria de cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergir dele, como se fosse um campo ovoide apesar da forma irregular que apresenta, sendo um espelho sensível em que se estampam, com sinais característicos, todos os estados de alma e no qual todas as ideias se evidenciam, modelando cenas vivas, que perduram em vigor e semelhança, tal como no cinema. (André Luiz, em “Evolução em dois Mundos")

“Cada mente é como se fosse um mundo que respira pelas ondas criativas que emite – ou na psicosfera em que gravita para este ou aquele objetivo sentimental, conforme os próprios desejos -, sem o qual a lei de responsabilidade não subsistiria. (André Luiz, em "Mecanismos da Mediunidade")

Quando frequentemente repetida, a forma mental adquire muita vida, de modo que as vezes persiste durante bastante tempo, mesmo depois de extinta a causa que a gerou. “Essa corrente de partículas mentais sai de cada espírito sob a forma de indução mental, tanto maior quanto mais amplas se mostrem as faculdades de concentração e o teor da persistência no rumo dos objetivos que se procurem. (André Luiz, em “Mecanismos da Mediunidade")

“Ao emitirmos uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia esta que imediatamente adquire forma, com uma intensidade correspondente a nossa insistência em sustenta-la, mantendo-nos assim, espontaneamente, em comunicação com todos os que partilham o nosso modo de sentir. (André Luiz, em “Mecanismos da Mediunidade")

Escritores como Charles Dickens e Honore de Balzac ficavam, as vezes, obsidiados pela visão das personagens que idealizavam, ao ponto de as verem a frente, como se fossem pessoas reais.

Alguns pintores, possuidores de um grande poder de visualização, chegam a substituir os modelos vivos pelas imagens retidas na mente.

Pierre de Boismont (no seu livro “As Alucinações) conta a história de um pintor que conseguia, após a fixação do modelo, ver a imagem com mais nitidez do que a própria realidade. Acabou por não conseguir distinguir as imagens mentais, das pessoas realmente vivas.

Muitas das chamadas “alucinações”, não passam de imagens mentais produzidas pelo indivíduo, e que passam a ter “vida” no seu foro íntimo.

André Luiz avisa-nos que muitas dessas formas mentais são confundidas com entidades desencarnadas, quando não passam de imagens que tomaram forma pela intensidade e frequência da mentalização. No entanto, as formas mentais não descartam a presença dos espíritos desencarnados e vice-versa.

A manutenção constante dos nossos pensamentos numa imagem ou num sentimento, acaba provocando atitudes condicionadas a que chamamos reflexos mentais.
 
Associação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul
http://www.amergs.org

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