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sexta-feira, 3 de julho de 2020

 SUBCONSCIENTE E O SUPRACONSCIENTE

O Karma, a Consciência e a Teoria de Tudo | Volta ao Supremo ...

A Consciência Não-Pensada Define o Futuro


O estudante de filosofia clássica está exposto continuamente a correntes de pensamento falso e outras formas de vibração inferior. Elas vêm até ele com convites disfarçados para que adote impulsos baseados em apego, cobiça, medo, raiva e assim por diante.

Na ausência de uma vigilância adequada, o peregrino adota como se fossem suas diversas ideias e emoções desastradas, vindas tanto de amigos como de inimigos, ou dos grandes círculos de atmosfera mental e carma coletivo.

Se não quer ser carregado pelas marés variadas da ignorância, o cidadão precisa identificar-se com a essência da generosidade impessoal presente em seu coração. Em outras palavras, o estudante bem informado desperta em si mesmo o centro de amizade silenciosa por todos. Ao mesmo tempo, percebe e rejeita as formas subconscientes de autoidentificação com o mundo das aparências, e com qualquer coisa moralmente desprezível ou intelectualmente estreita.

A identificação com o que é inverdadeiro pode ocorrer através do prazer, ou através da dor. Tanto o sofrimento como a satisfação escravizam os desatentos.

A vigilância é necessária em todos momentos. A ingenuidade irresponsável causa grande prejuízo. A percepção autoconsciente – a atividade mental voluntária – não é suficiente para compreender ou para dar um rumo correto à vida. A ação mental voluntária é uma parcela menor da existência da alma. Em seu livro “Raja Yoga”, Yogue Ramacharaka arrisca um número simbólico e afirma que “90 por cento” da nossa consciência está fora do campo autoconsciente.

O buscador da sabedoria amplia pouco a pouco tanto a sua percepção pensada como a sua percepção não-pensada das dinâmicas subconscientes da vida, que incluem fatores como os medos, os desejos e todo tipo de sentimentos e hábitos cegos.

Ele aprende a interagir diretamente com as realidades supraconscientes, isto é, os níveis superiores e abençoados de consciência, que não dependem da atividade pensamental e fluem acima do nível em que palavras podem ser ditas ou ouvidas.

Os ensinamentos verbais da teosofia clássica são éticos. Estão baseados na filosofia que afirma a bondade fundamental do universo e da alma. No entanto, o ponto de vista ensinado pela filosofia da bondade é duramente testado pela ignorância individual e coletiva. Ele é atacado por forças subconscientes, não só irracionais mas antirracionais, que com astúcia imitam a bondade para melhor ferir.

Ser bondoso, portanto, não é o mesmo que parecer bondoso.

A filosofia da ética altruísta deve ser defendida quando necessário sem a intermediação do pensamento. Há um nível da sua preservação que acontece como uma batalha direta, um duelo em que o ataque e a defesa são demasiado rápidos para esperarem pelo processo do raciocínio. A defesa inclui o plano do pensamento, mas não está presa a ele. A defesa da justiça é mais forte que o terreno das ideias, porque se desdobra nos vários níveis de consciência.

O peregrino que estuda teosofia original é um guerreiro. No judô, na esgrima e na luta pela ética, o duelo contra a ignorância é com frequência mais rápido que a palavra falada e acontece como um relâmpago na dimensão das premissas, das sementes, da sugestão e dos alicerces.

A consciência que não se expressa pelo pensamento define uma parte decisiva do caráter e do destino.

Para fazer frente aos desafios não pensados que enfrentará, o peregrino alimenta de modo correto, ao longo do tempo, os setores silenciosos do seu ser. Deste modo ele fortalece constantemente a esfera da autoconsciência e da autorresponsabilidade em sua vida, e faz com que a força gravitacional dos seus bons pensamentos influencie de modo transcendente toda e qualquer atmosfera cármica de que ele participe.


Carlos Cardoso Aveline
https://www.filosofiaesoterica.com

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