COMPREENDENDO OS MOVIMENTOS DA VIDA
Impossível atravessar a vida ... Sem que um trabalho saia mal feito, sem que uma amizade cause decepção, sem que um amor nos abandone. Esse é o custo de viver. O importante não é o que acontece, mas, como você reage. Você cresce... Quando não perde a esperança, nem diminui a vontade, nem perde a fé. Quando aceita a realidade e tem orgulho de vivê-la. Quando aceita seu destino, mas tem garra para mudá-lo. Quando aceita o que deixa para trás, construindo o que tem pela frente e planejando o que está por vir. Cresce quando supera, se valoriza e sabe dar frutos. Cresce quando abre caminho, assimila experiências... E semeia raízes…. Cresce quando se impõe metas, sem se importar com comentários, nem julgamentos quando dá exemplos, sem se importar com o desdém, quando você cumpre com seu trabalho.. Cresce quando é forte de caráter, sustentado por sua formação, sensível por temperamento... E humano por nascimento! Cresce quando enfrenta o inverno mesmo que perca as folhas, colhe flores mesmo que tenham espinhos e marca o caminho mesmo que se levante o pó. Cresce quando é capaz de lidar com resíduos de ilusões. Cresce ajudando a seus semelhantes, conhecendo a si mesmo e Dando à vida, mais do que recebe. É assim que se cresce…
O homem é o animal mais fácil de domar.
Ele é facilmente enganado e seduzido por coisas superficiais como a
beleza, a fama, o dinheiro, a reputação e o poder. Às vezes parecem
tolos e, mesmo que se esforcem, não conseguem enxergar as coisas que
acontecem à sua volta. A convivência do homem com o poder acaba lhe
proporcionando todas as demais tentações. O requinte atrai a beleza. A
escalada rumo a ascensão natural traz a fama que, às vezes, embriaga e
proporciona o assédio e a bajulação! Nasce, então, o elogio fácil! O
poder alivia mágoas, elimina frustrações, massageia o ego, satisfaz o
espírito, dá garantias, segurança, encobre situações e mascara as até
então transparentes verdades do homem. Todos os sintomas desse realismo
fantástico podem, no entanto, ser medido e constatado quando o poder se
vai. Não são muitos os homens que sabem conviver com o fascínio
resultante do poder. Em menor quantidade são aqueles que sabem perde-lo!
No auge, são poucos os homens que conservam os seus hábitos, as suas
amizades e sentam-se à mesa como simples mortais. Felizes desses, porque
serão sempre brindados pelos amigos que conquistaram, quando o poder se
for. E o poder se vai! Quando o poder se vai, curiosamente vão-se os
‘amigos’ e com eles toda uma legião de oportunistas. Vale lembrar que,
na gangorra dessa vida, um dia se sobe e no outro se desce. Essa
alternância que a vida estabelece proporciona ao povo conhecer o
verdadeiro caráter de um homem que teve o poder nas mãos. Proporciona
também, e principalmente, ao homem avaliar as pessoas que vivem ao seu
lado e à sua volta.
Entre todos os desejos que você possa
ter, entre todos os pedidos que queira fazer, comece pelo principal: ter
um encontro com você, se conhecer, se amar e se respeitar, saber dos
limites, daqueles que podem ser vencidos e daqueles que deve se impor.
Não queira abraçar o que os braços não alcançam, não queira trabalhar
além do próprio dia, nem levar para a sua casa, que deve ser santuário,
os problemas do dia que não resolveu. Se o amor não aconteceu, se a
promoção não veio, se não conseguiu passar no vestibular, se não arrumou
o emprego dos sonhos, ainda assim, deve restar o principal, tem que
restar a certeza de que é possível recomeçar. Para os que sonham de
olhos abertos, com um pé nas nuvens e outro no chão, a realização dos
objetivos e só uma questão de tempo, por isso, respeite-se e exija
respeito, que se abram as janelas do céu, que as bênçãos venham pois
você, somente você deve saber dar o valor devido, a maior obra de Deus, a
sua grande criação, que você pode encontrar agora pela manhã, diante do
espelho mais simples. Descubra-se!
Não precisa parar agora, nem pensar em
desistir, basta virar o leme da vida e tomar outra direção. Parece que é
o mais óbvio, o mais simples, mas o mais simples é justamente o que não
enxergamos, ou pior, aquilo que não queremos ver. Quantos são os
valentes que largam tudo o que vem dando errado e recomeçam do zero em
outra atividade, em outro lugar, com outras pessoas? Quantos você
conhece que deixaram a posição, o status, o cargo para recomeçar onde
realmente gostariam de estar? Quem desiste do amor que faz sofrer, antes
da dor queimar a alma como tortura silenciosa? Quem tem coragem de
acolher uma família doente e desconhecida em sua própria casa? Quem pode
nestes dias de desenganos colocar os sonhos nas mãos de terceiros? Quem
é humilde o suficiente para oferecer verdadeiramente a outra face? A
resposta para as dores que se acumulam em seu peito estão ai mesmo,
dentro de você, prontas para serem utilizadas para o bem ou para o mal.
Se o seu tormento é o medo, encare a sua vida, não o mal que o mundo
pode te causar, abra a janela, veja o sol, observe a grandeza da vida,
observe o seu poder de escolhas, ninguém é maior que você. Se você anda
fugindo do contato com as pessoas, pense em quantos estão assim também,
buscando uma palavra amiga, um gesto de carinho, um olhar igual ao seu.
Não seja egoísta, não se tranque, divida o que é seu, mesmo que sejam
dores, aflições e preocupações, ainda assim, é melhor te ver dividindo,
que se omitindo da vida. E, para finalizar, o mais importante: nunca
deixe de sonhar! Por maiores que sejam os espinhos, as dificuldades e as
dores, ainda assim, nada é mais certo que a vitória dos que não
desistem de sonhar.
Aprende com o silêncio a ouvir os sons
interiores da sua alma, a calar-se nas discussões e assim evitar
tragédias e desafetos, aprende com o silêncio a respeitar a opinião dos
outros, por mais contrária que seja da sua, aprende com o silêncio a
aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho
gritar lá fora, aprende com o silêncio a reparar nas coisas mais
simples, valorizar o que é belo, ouvir o que faz algum sentido, evitar
reclamações vazias e sem sentido, aprende com o silêncio que a solidão
não é o pior castigo, existem companhias bem piores.... Aprende com o
silêncio que a vida é boa, que nós só precisamos olhar para o lado
certo, ouvir a música certa, ler o livro certo, que pode ser qualquer
livro, desde que você o leia até o fim. Aprende com o silêncio que tudo
tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que
migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra que faz a volta completa
sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa. Aprende com o silêncio a
respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as
qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e sabe
que precisa corrigir e enxergar aqueles que você ainda não descobriu .
Aprende com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das
cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares,
aprende com o silêncio a respeitar o seu "eu", a valorizar o ser humano
que você é, a respeitar o Templo que é o seu corpo, e o santuário que é a
sua vida. Aprende hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito,
que ouvir ainda é melhor que muito falar, e em respeito a você, eu me
calo, me silencio, para que você possa ouvir o seu interior que quer lhe
falar, desejar-lhe um dia vitorioso e confirmar que você é especial.
A menina debruçada na janela, trazia nos
olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor
causado pela morte do seu cão de estimação. Com pesar, observava atenta o
jardineiro a enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada
pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade
estivesse sendo soterrada também. O avô que observava a neta,
aproximou-se, envolveu-a num abraço e falou-lhe com serenidade: Triste a
cena, não é verdade? A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas
rolaram em abundância. No entanto, o avô, que sinceramente desejava
confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão
e a conduziu até uma janela opostamente localizada na ampla sala. Abriu
as cortinas e permitiu que ela visse o imenso jardim florido à sua
frente, e lhe perguntou carinhosamente: Está vendo aquele pé de rosas
amarelas, bem ali à frente? Lembra que você me ajudou a plantá-lo? Foi
num dia de sol como o de hoje,que nós dois o plantamos. Era apenas um
pequeno galho cheio de espinhos, e hoje... veja como está lindo,
carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas... A
menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas
faces e abriu um largo sorriso, mostrando as abelhas que pousavam sobre
as flores e as borboletas que faziam festa entre uma e outra, das tantas
rosas de variados matizes, que enfeitavam o jardim. O avô, satisfeito
por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto: Veja,
minha filha, a vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a
paisagem de uma delas nos causa tristeza, sem que possamos alterar-lhe o
quadro, voltemo-nos para outra, e certamente nos depararemos com uma
paisagem diferente.
Coletânea de Sabedoria - Autores Diversos
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