Translate

segunda-feira, 6 de julho de 2020

REPRESSÃO - LIBERDADE - TRANSFORMAÇÃO

13,988 Asas Da Liberdade Fotos - Fotos de Stock Gratuitas e Fotos ...

O homem reprime tanto e se torna doente. Por que ? Devido a sociedade que o orienta a controlar, não a transformar, e o caminho da transformação é totalmente diferente, é exatamente o oposto.

Controlando você reprime, na transformação você expressa.

Mas não há necessidade de expressar-se contra outra pessoa porque a ‘outra pessoa’ é irrelevante. Na próxima vez que você se sentir raivoso corra ao redor da casa por sete vezes, depois disso sente-se sob uma árvore e veja para onde foi a raiva. Você não a reprimiu, você não a controlou, você não a descarregou sobre outra pessoa – porque se você descarregar em outra pessoa uma corrente é criada, pois o outro é tão tolo quanto você, tão inconsciente quanto você. Mas se você lançar a raiva sobre uma pessoa iluminada, não haverá problemas; ele o ajudará a descarregá-la, a liberá-la e você passará por uma catarse. Porém quando o outro é tão ignorante quanto você, ao lançar a raiva sobre ele, ele irá reagir. Ele irá lançar mais raiva sobre você, pois ele é tão reprimido quanto você. Assim uma corrente é criada: você lança sobre ele, ele lança sobre você e ambos se tornam inimigos.

Não descarregue a raiva sobre ninguém. A raiva é muito semelhante ao ato de vomitar;
ela necessita de um vômito, entretanto você não vai vomitar sobre outra pessoa. Você vai ao banheiro e vomita! Isso limpa o corpo inteiro – se você reprimir o vômito será perigoso, e quando você tiver vomitado irá se sentir refrescado, descarregado, aliviado, bem, saudável. Alguma coisa errada com a comida que você ingeriu e o corpo a rejeitou. Não a segure dentro.

A raiva é somente um vômito mental. Alguma coisa que você absorveu e deu errado, então todo seu ser psíquico deseja esvaziar-se disso, mas não há necessidade de jogar a raiva sobre ninguém.  Significa, apenas, que alguma coisa que está dentro precisa de uma atividade rápida para ser liberada. Basta fazer um pouco de exercício e irá sentir-se desobstruído; ou agarre um travesseiro e bata nele, lute com ele, morda-o até que suas mãos e dentes fiquem relaxados. Durante cinco minutos de catarse você se sentirá descarregado, e uma vez conhecido isso, naturalmente não irá mais jogar a raiva sobre outra pessoa, porque isso é absolutamente tolice.

A primeira coisa na transformação é expressar a raiva, mas não sobre alguém, porque se expressá-la sobre alguém não poderá expressá-la totalmente. Você gostaria de matar, mas isso não é possível; você gostaria de morder, mas isso não é possível. Mas isso pode feito com um travesseiro. Um travesseiro significa ‘já iluminado’; o travesseiro é iluminado, um Buda. O travesseiro não irá reagir, e não irá para nenhuma corte, e o travesseiro não irá trazer qualquer inimizade contra você, ele não reagirá. O travesseiro estará feliz e irá sorrir para você.

Outra coisa a lembrar: fique atento.

Controlando, nenhuma consciência é necessária; você simplesmente faz isso mecanicamente, como um robô. A raiva chega e há um mecanismo – subitamente todo o seu ser se torna apertado e fechado. Se você for observador, controle pode não ser tão fácil.

A sociedade nunca lhe ensina a ser observador, porque quando alguém é observador, ele é muito aberto. Isso é parte da consciência – A pessoa fica aberta, e se você deseja reprimir algo e você é aberto, isso é contraditório, isso pode acontecer. A sociedade lhe ensina como se fechar por dentro, como se enterrar dentro – não permite nem uma pequena janela para que algo possa sair.

Mas lembre-se: quando nada sai, nada entra também. Quando a raiva não pode sair, você está fechado. Se você toca numa linda pedra, você não sente nada, você olha para uma flor, nada acontece: seus olhos estão mortos e fechados. Você beija uma pessoa – você não sente nada, porque você está fechado. Você vive uma vida insensível.

Sensibilidade cresce com consciência.

Através do controle você se torna apático e morto – isso é parte do mecanismo de controle: se você for apático e morto então nada o irá afetar, é como se o corpo tivesse se tornado uma fortaleza, uma defesa. Nada o irá impressionar, nem o insulto nem o amor.

Mas esse controle tem um custo alto, um custo desnecessário; isso se torna todo o esforço de uma vida: controlar a si mesmo – e depois morrer! Todo o esforço de controlar toma toda sua energia, e assim você simplesmente morre. E a vida se torna uma coisa sem graça e morta; você a carrega no modo 'tanto faz'.

A sociedade lhe ensina controle e condenação, porque uma criança só irá controlar quando ela sente que alguma coisa está condenada. Raiva é ruim, sexo é ruim, tudo que precisa ser controlado tem que ser mostrado a criança como um pecado, tem que parecer um mal.

O filho de Mulla Nasruddin estava crescendo. Ele tinha dez anos de idade e então Mulla pensou: Agora, chegou a hora. Ele tem idade bastante e os segredos da vida precisam ser revelados a ele. Assim ele o chamou em seu estúdio e lhe deu os segredos do sexo dos pássaros e das abelhas. E então no final lhe disse, “Quando você perceber que seu irmão mais moço tiver bastante idade, você conta tudo a ele também”.

Após alguns minutos, quando ele estava passando pelo quarto das crianças, ele ouviu o mais velho, o de dez anos de idade, já trabalhando. Ele estava dizendo ao mais jovem: “Veja, você sabe o que as pessoas fazem quando eles querem ter um filho, um bebê? Bem, Papai diz que os pássaros e as abelhas fazem a mesma maldita coisa”.

Uma profunda condenação penetra em tudo que está vivo.

E sexo é a coisa mais viva – tem que ser! É a fonte. Raiva também é uma coisa muito viva, porque é uma força protetora. Se uma criança não puder ficar raivosa, ela não será capaz de sobreviver. Você precisa ficar raivoso em certos momentos. A criança precisa mostrar seu próprio ser, a criança precisa ficar de pé em certos momentos sobre seus próprios fundamentos; do contrário ela não terá firmeza.

Raiva é bela, sexo é belo. Contudo, coisas belas podem ficar feias. Isso depende de você. Se você as condena, elas se tornam feias; se você as transforma, elas se tornam divinas. Raiva transformada se torna compaixão – porque a energia é a mesma. Um Buda é compassivo: de onde procede a compaixão dele? Essa é a mesma energia que estava se movendo na raiva; agora não está mais se movendo na raiva, a mesma energia é transformada em compaixão. De onde procede o amor? Um Buda é amoroso; um Jesus é amor. A mesma energia que se move no sexo se torna amor.

Então lembre-se, se você condena um fenômeno natural ele se torna venenoso, destrutivo e suicida. Se você transformá-lo, ele se torna divino, torna-se uma força de Deus, torna-se um elixir; através disso você alcança a imortalidade, será um ser imortal. Mas a transformação é necessária.

Osho, Extraído de: And the Flowers Showered, #3
Mensagem recebida por email

Nenhum comentário:

Postar um comentário